Dólar tem queda de 3,49% no mês, cotado a R$ 5,432; Bolsa sobe 1,94%
Mesmo com a forte alta registrada hoje, de 1,79%, o dólar fechou abril em queda acumulada de 3,49%, cotado a R$ 5,432 na venda. É a maior perda mensal registrada desde novembro de 2020, quando a moeda americana somou desvalorização de 6,83% frente ao real.
Apesar disso, o dólar ainda acumula alta de 4,69% desde o início de 2021.
Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou a sessão de hoje em queda de 0,98%, aos 118.893,84 pontos. Mesmo com o desempenho desta sexta-feira, o indicador fecha abril de forma positiva, tendo valorizado 1,94% no mês.
Ante o início do ano, porém, o Ibovespa segue praticamente estável, acumulando queda de 0,10% desde 1º de janeiro.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Orçamento trouxe alívio
Analistas entendem que vários fatores explicam o comportamento do dólar em abril — entre eles, o alívio fiscal trazido com a aprovação do Orçamento de 2021. Após um longo impasse entre Legislativo e Executivo, o texto foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na semana passada, com vetos que somam quase R$ 20 bilhões.
"O risco fiscal fez com que a gente se descolasse muito de pares emergentes nos últimos meses", disse à Reuters Marcos Weigt, head de tesouraria do Travelex Bank. "Quando esse risco fiscal diminuiu um pouco, o real sofreu uma correção em relação a essa disparidade, e agora tem um espaço bom para se apreciar no médio prazo."
Embora o dólar possa voltar a subir no curtíssimo prazo, continuou, um ambiente global de ampla liquidez, perspectivas de fluxos positivos e o processo de normalização dos juros básicos da economia brasileira (Selic) — hoje em 2,75% ao ano — também podem fornecer suporte ao real no médio prazo.
Projeções do mercado financeiro apontam que a Selic pode terminar o ano em 5,50% ao ano, segundo último boletim Focus divulgado pelo Banco Central. Para 2022, a expectativa é de que ultrapasse os 6% ao ano.
(Com Reuters)
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