Dólar sobe pela 2ª vez seguida e chega a R$ 5,485; Bolsa fica estável
Após subir mais de 1% na véspera, o dólar fechou a terça-feira (5) em nova alta, esta de 0,71%, cotado a R$ 5,485 na venda. É o maior valor alcançado em mais de cinco meses, desde 23 de abril, quando a moeda americana terminou a sessão em R$ 5,497.
Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou o dia praticamente estável, registrando leve alta de 0,06% e chegando aos 110.457,64 pontos. O salto, porém, não é suficiente para compensar o tombo de mais de 2% registrado ontem.
Em 2021, o dólar soma ganhos de 5,71% frente ao real, enquanto o Ibovespa registra perdas de 7,19%. Ambos os resultados têm setembro como maior responsável: no mês passado, a moeda americana subiu 5,30%, e o índice caiu 6,57%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Exterior segue cauteloso
No exterior, os problemas financeiros da incorporadora chinesa Evergrande, que podem contaminar a economia mundial, têm minado o apetite dos investidores por ativos mais arriscados — como o real —, enquanto o perigo de calote da dívida nos Estados Unidos e a iminência da redução de estímulos pelo Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) contribuem para esse sentimento de cautela.
É essa busca por ativos mais seguros que tem mantido o dólar em patamares tão elevados, dificultando a recuperação da moeda brasileira.
Ultimamente [o dólar] não tem tido muito espaço para cair, com uma coleção de crises no curto prazo.
Jefferson Rugik, da Correparti Corretora
O mercado segue na expectativa pela divulgação de um relatório de emprego nos EUA, prevista para o final desta semana, que pode ser determinante para a decisão do Fed de começar a cortar — ou não — suas compras mensais de títulos. Ao fazê-lo, a autoridade monetária estaria revertendo os estímulos que aumentaram a busca por ativos arriscados durante a pandemia, favorecendo ainda mais o dólar.
Risco fiscal e offshores no radar
No Brasil, continua a novela fiscal: investidores estão receosos com a falta de recursos dentro do teto de gastos, em meio aos esforços de lideranças da Câmara dos Deputados e do governo federal pela prorrogação do auxílio emergencial à população.
Paralelamente, levantando temores de possível obstáculo à agenda econômica, a PGR (Procuradoria-Geral da República) informou ontem ter aberto uma apuração preliminar para investigar offshores ligadas ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, citadas em reportagens do caso Pandora Papers.
A existência dessas empresas foi revelada no domingo (3) pelo ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo. De acordo com a investigação, Guedes é dono da Dreadnoughts, sediada nas Ilhas Virgens — um paraíso fiscal que não cobra imposto de empreendimentos de outros países. A offshore permaneceu ativa mesmo após Guedes assumir o Ministério da Economia, em janeiro de 2019.
Já Campos Neto afirmou ter fechado sua empresa no exterior, a Cor Assets, no ano passado, 15 meses depois de assumir o BC. Ambos dizem ter declarado a existência das firmas em seus nomes à Receita Federal.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)
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