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Dólar cai 0,25%, a R$ 5,595, e Bolsa chega a 2ª alta seguida

Com o desempenho de hoje, o dólar agora acumula queda de 0,91% frente ao real em novembro - Suamy Beydoun/AGIF/Estadão Conteúdo
Com o desempenho de hoje, o dólar agora acumula queda de 0,91% frente ao real em novembro Imagem: Suamy Beydoun/AGIF/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

24/11/2021 17h23Atualizada em 24/11/2021 18h24

Depois de subir na véspera, o dólar terminou a quarta-feira (24) em queda de 0,25%, cotado a R$ 5,595 na venda, com investidores reagindo à divulgação de dados econômicos nos Estados Unidos e ainda atentos ao noticiário local em torno da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios.

Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), subiu 0,83%, chegando aos 104.514,19 pontos. É a segunda alta consecutiva registrada pelo indicador, que havia terminado a semana passada em forte queda de mais de 3%.

Com o desempenho de hoje, o dólar agora acumula queda de 0,91% frente ao real em novembro, enquanto o Ibovespa registra alta de 0,98%. Em 2021, porém, a situação se inverte, com ganhos de 7,83% para a moeda americana e perdas 12,19% para o índice.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Dados dos EUA repercutem

O dia poderia ter sido ainda pior para o dólar se não fosse pelos dados divulgados de manhã pelo Departamento do Trabalho dos EUA. Segundo a pasta, o número de americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu ao menor patamar desde 1969 na semana passada, o que indica uma recuperação econômica sustentada.

No mercado, há percepção de que uma melhora no mercado de trabalho dos EUA — em meio à inflação ainda alta no país — fortalecem argumentos a favor da redução das compras mensais de títulos do Fed (Federal Reserve), o Banco Central americano. O fim desse estímulo bilionário, por sua vez, é visto como o início do aumento nos juros, hoje próximos a zero.

Uma eventual alta nos juros tende a beneficiar o dólar no mundo todo, uma vez que aumentaria a rentabilidade dos títulos americanos, tornando-os mais atrativos a investidores.

Se os juros sobem [nos EUA], isso ajuda a moeda norte-americana.
Mauro Morelli, da Davos Investimentos

Precatórios seguem no radar

Enquanto isso, no Brasil, ecoou entre investidores o discurso do relator da PEC dos Precatórios e líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), que anunciou seis mudanças no texto, incluindo a definição do Auxílio Brasil como um programa social de caráter permanente no valor de R$ 400.

A notícia não agradou a todos os participantes do mercado, que há meses têm se mostrado preocupados com a pressão do governo por mais gastos, especialmente em 2022, ano de eleição. Mas a previsão de auxílio permanente "facilitaria a aprovação da emenda no Senado", segundo avaliou a Genial Investimentos em nota a clientes, o que reduz alguns temores em relação às contas públicas.

A plataforma de investimentos não descartou, no entanto, "elevado grau de incerteza" no cenário fiscal, que "deverá permanecer pelo menos até que a PEC seja aprovada pelo Senado".

(Com Reuters)