Dólar sobe a R$ 4,821; Bolsa fica estável após quatro altas
O dólar fechou esta quarta-feira (24) a R$ 4,821, em uma subida de 0,18%. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou o pregão em estabilidade, aos 110.579,81 pontos, após registrar quatro avanços consecutivos.
As constantes variações da moeda estrangeira ao longo do dia são justificadas por economistas pela antecipação de quanto será o aperto monetário nos Estados Unidos, enquanto o país passa por fragilidade econômica.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Nova ata do Fed e dólar volátil
Wall Street oscilou hoje depois que a ata da mais recente reunião de política monetária do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos) mostrou que seus membros foram unânimes na visão de que a economia dos EUA está muito forte enquanto lutam para controlar a inflação sem desencadear uma recessão.
A ata —da reunião de maio do Comitê Federal de Mercado Aberto, que culminou em um aumento de 0,50 ponto porcentual na taxa básica do Federal Reserve, o maior ajuste em 22 anos— apontou que a maioria dos participantes da reunião julgou que novas altas dos juros "provavelmente serão apropriadas" em suas próximas reuniões de junho e julho.
"O principal 'driver' para o dólar no dia é a ata do Fomc (comitê de decisão de juros do Fed), não só no Brasil, mas no mundo todo", disse à Reuters Bruno Mori, planejador financeiro pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro, notando forte valorização do dólar contra uma cesta de moedas de países desenvolvidos.
Mori avaliou que o mercado tem sofrido com uma volatilidade elevada, em parte por conta de dúvidas sobre qual será a intensidade e a velocidade do aperto da política monetária norte-americana, que está em andamento justamente num momento de maior fragilidade econômica nos EUA.
"Não existe tendência totalmente clara em relação à atividade, e a moeda (dólar) acaba ficando sem direção certeira", disse o especialista.
Juros mais altos nos Estados Unidos são vistos, no geral, como fator de impulso para a divisa norte-americana, já que tornam a renda fixa local, a mais segura do mundo, mais rentável.
No entanto, depois de chegar a tocar um pico em mais de duas décadas em meados deste mês, o dólar perdeu um pouco de seu brilho nos últimos dias, acompanhando declínio nos rendimentos dos Treasuries, tanto pelos receios sobre o crescimento da atividade quanto por sinalizações mais duras de outros bancos centrais, como o Banco Central Europeu, em meio ao salto da inflação.
*Com Reuters
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