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Com PEC de Transição e fala de Lula, dólar sobe e vai a R$ 5,455; Bolsa cai

PEC da Transição proposta por governo eleito e falas de Lula (PT) agitam mercado; dólar disparou na manhã desta quinta-feira (17) - Getty Images
PEC da Transição proposta por governo eleito e falas de Lula (PT) agitam mercado; dólar disparou na manhã desta quinta-feira (17) Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

17/11/2022 09h24Atualizada em 17/11/2022 15h10

O dólar comercial abriu em forte alta na manhã desta quinta-feira (17) em resposta à proposta do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para deixar fora do teto de gastos despesas como o Auxílio Brasil, além de declarações de Lula sobre a reação dos mercados. De tarde, a moeda continuava em valorização.

Por volta das 15h10 (horário de Brasília), o dólar subia a 1,35%, cotado a R$ 5,455 — de manhã, chegou a ultrapassar R$ 5,50. Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), recuava 2,19%, aos 107.831,51 pontos.

Hoje, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender o furo do teto de gastos como uma medida de "responsabilidade social" para o financiamento de programas assistenciais. "Se eu falar isso vai cair a bolsa, vai aumentar o dólar? Paciência", afirmou o presidente eleito.

Para o petista, a flutuação dos índices econômicos não acontece "por causa das pessoas sérias, mas por conta dos especuladores que ficam especulando todo santo dia".

Nós temos que cumprir meta de inflação, sim. Mas nós temos que ter meta de crescimento. Nós temos que ter algum compromisso de crescimento, de geração de emprego, se não, como você vai fazer para que a riqueza seja distribuída? Nós temos que garantir que vamos aumentar o salário mínimo acima da inflação.
Fala de Lula na COP27 agitou humor dos investidores

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Agora, os investidores aguardam a definição sobre os gastos que serão incluídos na PEC de Transição para bancar a continuidade do Auxílio Brasil, que voltará a se chamar Bolsa Família, de R$ 600. Além disso, ainda há dúvidas sobre quem será o ministro da Fazenda do novo governo.

PEC da Transição

A PEC da Transição, que aumenta o espaço para gastos públicos em 2023, continua sendo motivo de cautela nos mercados em meio à indefinição sobre o valor extra-teto que será embutido no texto. Na terça-feira, o economista Persio Arida, que faz parte da equipe de transição do presidente eleito Lula, disse ser contra excepcionalizar despesas como o Auxílio Brasil da regra do teto de gastos, mas agentes financeiros temem que ele seja voto vencido.

"A equipe de transição segue insistindo em retirar os gastos do Bolsa Família de forma definitiva do teto", disseram estrategistas da Guide Investimentos em nota a clientes, que também destacaram a ansiedade de investidores em meio ao "suspense sobre a composição da Esplanada dos Ministérios do próximo governo Lula".

Boatos sobre possível indicação de um nome mais conservador e ortodoxo para chefiar o Ministério da Fazenda costumam animar os mercados, enquanto notícias no sentido oposto, ventilando pessoas possivelmente mais inclinadas a aumentos de gastos públicos, geralmente derrubam os ativos brasileiros.

Agentes financeiros estão de olho ainda na participação de Lula na COP27, cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU) que está sendo realizada no Egito. O presidente eleito disse nesta quarta-feira que o Brasil está de volta à luta global contra a mudança climática.