Dólar sobe a R$ 4,904 à espera de dados de inflação dos EUA; Bolsa cai

O dólar subiu 0,69% e fechou o dia vendido a R$ 4,904, interrompendo uma sequência de três quedas consecutivas. No mês, a moeda americana acumula valorização de 1,07% em relação ao real.

Já o Ibovespa caiu 0,74% e chegou aos 131.446,59 pontos. Em janeiro, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira já registra baixa de 2,04%, depois de disparar mais de 22% em 2023.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Dados de inflação dos EUA são o principal foco do mercado. Se os números vierem dentro ou abaixo do esperado, a leitura pode aumentar o otimismo dos mercados globais. Caso contrário, investidores devem reduzir as apostas de que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) vai iniciar em breve o afrouxamento nos juros. Os dados de inflação saem na quinta-feira (11).

Dirigentes do BC americano têm dado sinais mistos sobre os juros. O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse ontem que, com a inflação ainda acima da meta de 2%, sua tendência é defender que a política monetária permaneça rígida. Por outro lado, a diretora Michelle Bowman sinalizou apoio a eventuais cortes de juros à medida que a inflação diminui.

Alta dos preços impacta os juros, o que pode beneficiar o dólar. Caso os dados dos EUA indiquem algum descontrole da inflação, a tendência é de que o Fed mantenha os juros em patamar elevado por mais tempo. No geral, juros mais altos nos EUA tornam o mercado de renda fixa americano mais atrativo aos investidores, o que favorece o dólar.

No Brasil, investidores aguardam pela inflação e monitoram Congresso. O IPCA de dezembro e do acumulado de 2023 também sai no dia 11. Enquanto isso, o mercado repercute a reunião entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e líderes do Congresso para discutir a medida provisória que restabelece o imposto sobre salários em 17 setores.

O recuo do minério de ferro puxou o setor de mineração e siderurgia para baixo, e isso acabou fazendo com que o dia terminasse no campo negativo [para a Bolsa]. (...) Acredito que o Ibovespa deve se acostumar a trabalhar entre 120 mil e 134 mil pontos. O que vemos neste início de ano é apenas uma correção natural.
Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital

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