Dólar sobe a R$ 4,999 com dados dos EUA e decisões sobre juros; Bolsa cai

O dólar subiu 0,39% e fechou o dia vendido a R$ 4,999, voltando a se aproximar do patamar de R$ 5 alcançado no início da semana. No mês, a moeda americana acumula ganhos de 0,52% frente ao real.

Já o Ibovespa emendou sua segunda queda consecutiva, esta de 0,88% e chegou aos 127.027,10 pontos. O principal índice da B3 registra baixa de 1,54% em março.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Alta do dólar está em linha com o movimento de cautela no exterior. Investidores esperam por declarações de membros do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) que possam trazer alguma sinalização sobre o futuro dos juros americanos. Nesta semana, o Fed decidiu manter a taxa básica na faixa de 5,25% a 5,5% ao ano.

Mercado também digere dados de emprego divulgados nos EUA. O número de novos pedidos de auxílio-desemprego caíram inesperadamente na semana passada, sugerindo que o crescimento do emprego permaneceu forte em março. Ao mesmo tempo, o índice que mede a atividade empresarial (PMI) ficou estável, embora os preços tenham aumentado de forma generalizada.

Novo corte nos juros básicos no Brasil ainda repercute. Na quarta-feira (20), o Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a Selic de 11,25% para 10,75% ao ano. A decisão era esperada por analistas, uma vez que o BC já havia sinalizado em janeiro que manteria o ritmo de corte em 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. O novo patamar da Selic é o menor desde fevereiro de 2022 (9,25%).

No Ibovespa, destaque para Embraer e Sabesp. As ações das duas empresas fecharam em alta de 7,93% e 1,98%, respectivamente. A primeira foi favorecida por um relatório de analistas do JPMorgan, que aumentaram o preço-alvo dos papéis de R$ 28 para R$ 51. Já a Sabesp foi impulsionada pela divulgação de seu último balanço, que mostrou lucro líquido de R$ 1,19 bilhão no quatro trimestre de 2023.

Investidores estão à procura de orientações nos discursos dos representantes dos bancos centrais, enquanto aguardam a divulgação das atas das últimas decisões de política monetária, nas quais poderemos obter uma compreensão mais clara dos motivos por trás da última decisão e das perspectivas futuras.
Diego Costa, chefe de câmbio da B&T Câmbio, à Reuters

Continua após a publicidade

Ainda que se tenha uma redução, o Brasil continua entre os países com maior taxa de juros real, o que afasta o dinheiro do mercado acionário. Além disso, a retomada pelo Ministério da Fazenda do assunto referente à taxação dos dividendos joga ainda mais incertezas aos investidores, motivos que fizeram a semana começar e terminar praticamente no mesmo lugar.
Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital

(Com Reuters)

Deixe seu comentário

Só para assinantes