Dólar sobe a R$ 5,121, maior valor desde outubro; Bolsa cai pelo 3º dia

O dólar subiu 0,61% e fechou o dia vendido a R$ 5,121, na terceira sessão seguida de alta frente ao real. É o maior valor em mais de seis meses, desde 9 de outubro de 2023, quando a moeda americana chegou a R$ 5,13. O dólar agora acumula ganhos de 5,54% em 2024.

Já o Ibovespa caiu 1,14% e chegou aos 125.946,09 pontos. Foi o terceiro pregão consecutivo de perdas para o principal índice da B3, que já recuou 6,14% no ano.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Mercado está pessimista com futuro dos juros americanos. Dados da inflação ao consumidor divulgados nesta semana minaram as apostas de que o afrouxamento monetário do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos) poderia começar neste semestre. Na quarta (10), números do CPI mostraram alta de 0,4% no mês passado, um pouco acima do esperado (0,3%).

Manutenção dos juros nos EUA tende a impulsionar o dólar. Isso acontece porque, com juros elevados, os investidores redirecionam recursos para o mercado de renda fixa dos EUA, considerado muito seguro. Por outro lado, sinais de que o Fed vai começar a reduzir os juros em breve tendem a impulsionar moedas mais arriscadas, porém mais rentáveis, como o real.

Dia negativo em Wall Street também prejudicou Bolsa brasileira. Havia a expectativa pela divulgação de balanços de grandes bancos dos EUA, como Citibank, Wells Fargo e JPMorgan. Mas as leituras — com quedas no lucro ou previsões abaixo do esperado — não agradaram ao mercado.

Alta do petróleo e do minério de ferro não ajudaram Ibovespa. O salto no preço das commodities no exterior não foi suficiente para impulsionar Petrobras e Vale, duas das principais empresas que compõem o Ibovespa. As ações da petroleira caíram 1,02% (preferenciais) e 0,89% (ordinárias) no pregão, enquanto as da mineradora registraram baixa de 0,47%.

Os dados divulgados nesta semana vieram ruins, de certa forma, se olharmos para o controle da inflação [nos EUA]. (...) Nos últimos três dias, tivemos uma forte tendência de compra [de dólares] - muito em virtude desta preocupação com os juros americanos e deste cenário de aversão ao risco. Com esses recursos indo para os EUA, diminui a atratividade dos investimentos aqui no Brasil.
Dierson Richetti, sócio da GT Capital

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