Franquias de bolos e cupcakes vendem cotas de até 50% em lojas próprias
As redes de franquias The Original Cake (de bolos caseiros) e The Original Cupcake (de cupcakes) estão vendendo cotas de suas unidades próprias para quem não tem o dinheiro necessário para adquirir uma franquia inteira ou não quer se dedicar à administração do negócio.
Com investimento mínimo de R$ 15 mil, é possível comprar cotas que variam de 10% a 50% do negócio e ter participação nos lucros proporcional à porcentagem comprada.
Para se ter uma ideia, uma franquia completa The Original Cake tem investimento inicial a partir de R$ 95 mil (inclusos custos de instalação, capital de giro e taxa de franquia), com faturamento médio mensal de R$ 45 mil.
Já para uma unidade completa The Original Cupcake, o aporte inicial é a partir de R$ 56 mil (inclusos custos de instalação e capital de giro; a marca não cobra taxa de franquia), e o faturamento médio mensal varia de R$ 20 mil a R$ 60 mil.
Remuneração pode ir de R$ 500 a R$ 10.500, segundo rede
Bruno Queiroz, 24, fundador das redes e presidente do grupo NQZ Multi, que administra as marcas, diz que a lucratividade das franquias varia de 25% a 35% sobre o faturamento, dependendo do tamanho e da localização da loja, e da quantidade de vendas.
Assim, como cotista da The Original Cake, seria possível obter remuneração de R$ 1.125 (cota de 10%, considerando lucro de 25% sobre o faturamento) a R$ 7.875 (cota de 50%, considerando lucro de 35% sobre o faturamento).
Na The Original Cupcake, o lucro obtido seria de R$ 500 (cota de 10%, considerando lucro de 25% sobre o menor faturamento, de R$ 20 mil) a R$ 10.500 (cota de 50%, considerando lucro de 35% sobre o maior faturamento, de R$ 60 mil).
ABF fala em lucros menores: de R$ 300 a R$ 6.000
A ABF (Associação Brasileira de Franchising) diz, no entanto, que a lucratividade de franquias do segmento de alimentação varia de 15% a 20% do faturamento. Nesse caso, os lucros seriam menores do que os anunciados pela rede.
Para a The Original Cake: de R$ 675 (cota de 10%, considerando lucro de 15% sobre o faturamento) a R$ 4.500 (cota de 50% considerando lucro de 20% sobre o faturamento).
Para a The Original Cupcake: de R$ 300 (cota de 10%, considerando lucro de 15% sobre o menor faturamento, de R$ 20 mil) a R$ 6.000 (cota de 50%, considerando lucro de 20% sobre o maior faturamento, de R$ 60 mil).
Cotista não opina na administração, que fica a cargo da franqueadora
Queiroz diz que toda a administração das unidades, desde a escolha do ponto, contratação de funcionários à gestão da operação, fica a cargo da NQZ Multi, que é a franqueadora.
"O cotista não irá interferir na administração nem precisará aplicar mais dinheiro além do que pagou pela sua cota, mesmo se a loja der prejuízo. O que pode acontecer é ele não receber nada se a unidade não estiver dando lucro”, afirma o empresário.
Ele diz, ainda, que o cotista pode vender sua parte no negócio para a própria franqueadora ou para terceiros a qualquer momento.
A expectativa, segundo Queiroz, é vender cotas de 10 novas unidades das duas marcas até o final do ano.
A franqueadora apresenta ao candidato seus planos de expansão, com a previsão de futuros pontos, e ele pode escolher em qual unidade quer investir. Para basear sua escolha, o interessado tem acesso a informações sobre a rede, inclusive financeiras, assim como no processo de aquisição de uma franquia completa.
Segundo Queiroz, o investidor não fará parte do contrato social da empresa: é feito um contrato à parte para especificar sua participação no negócio.
Diretor jurídico da ABF contesta cotas e diz que investidor deve se proteger
Para Luiz Henrique do Amaral, diretor jurídico da ABF, o modelo de negócio exige cuidado e não poderia ser chamado de comercialização de cotas, uma vez que o parceiro não constará do contrato social. Segundo Amaral, ele é apenas um investidor e seu grau de proteção é menor por não constar no documento.
“Antes de qualquer coisa, é necessário procurar um advogado especializado para avaliar o contrato, que deve prever controles formais para que todos tenham acesso às finanças da empresa, e garantir a remuneração prometida, além de outros pontos, como as condições da recompra no caso de o investidor querer sair do negócio”, diz.
Amaral afirma, ainda, que o negócio não vale a pena para quem quer começar como empresário, pois, se ele não estará envolvido na operação, não terá como aprender e adquirir experiência.
Para o consultor especializado em franquias Marcus Rizzo, da Rizzo Franchise, vender cotas é uma estratégia inteligente para continuar a expansão do negócio, do ponto de vista da franqueadora, e uma oportunidade para quem quer investir em uma franquia, sem se envolver diretamente na administração.
“É interessante se for feito de maneira organizada e transparente. O interessado deve avaliar a experiência da franqueadora no negócio e os dados da rede, principalmente financeiros, para saber se correspondem às suas expectativas”, declara.
Serviço:
The Original Cake: www.theoriginalcake.com.br
The Original Cupcake: www.theoriginalcupcake.com.br
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