App de delivery gera 60% do faturamento de pizzaria; veja prós e contras
Há 13 anos no ramo de pizzarias, o empresário Gabriel Concon, 33, é fundador da Pizza Prime, rede com 13 restaurantes. Ele acompanha como a tecnologia tem mudado os hábitos dos clientes e os rumos do seu negócio. Hoje, 35% do faturamento da rede vem de pedidos feitos por aplicativo de delivery. Na unidade da região da avenida Paulista, em São Paulo, por exemplo, o número chega a 60%.
“Começamos com pedidos online pelo aplicativo em 2012, para alavancar vendas. No início, recebíamos de 100 a 150 pedidos por mês, para cada loja, via app. Hoje, chegam a 1.400”, diz. Ele não divulga o faturamento nem o lucro.
O empresário não precisou fazer nenhum investimento para aderir às vendas pelo app, mas paga uma comissão ao iFood, seu parceiro, para cada pedido realizado pela plataforma. Segundo o iFood, que desde outubro de 2014 também é dono do aplicativo RestauranteWeb, a comissão é de 12% sobre o valor total do pedido.
Concon diz que os pedidos pelo app estão substituindo os feitos pelo telefone, principalmente entre os jovens, que são mais adeptos às novas tecnologias. Entre os benefícios, está a redução nas queixas dos clientes por pedidos errados, de acordo com o empresário.
“Para a gente, é bom porque é mais rápido, não ocupa a linha telefônica, e o pedido vem mais completo, pois o cliente tem acesso a todo o cardápio, com bebidas, opções de borda recheada e pizzas doces. Além disso, diminuiu o número de queixas de pedidos errados, porque pedir pelo aplicativo é mais seguro do que um funcionário ouvir e digitar”, afirma.
Conexão com internet precisa ser boa
Por outro lado, é necessário ter uma boa conexão com a internet para não perder vendas e atualizar o aplicativo com as informações do restaurante: horário de funcionamento, tempo estimado de entrega, fotos, promoções.
“Na unidade da Lapa, em São Paulo, percebemos que a venda via iFood caía 20% enquanto crescia nas outras unidades. Observamos que a internet lá oscilava muito e às vezes dava problema na transmissão do pedido, que não chegava para a gente. Hoje, mantenho dois serviços de internet nas lojas, para o caso de uma das conexões cair”, afirma Concon.
Além de iFood e RestauranteWeb, há vários outros aplicativos de delivery no mercado, como hellofood, PedidosJá, Disk Cook e até um especializado em pizza, o Touch Pizza. Os dois primeiros reúnem, juntos, quase 5.000 restaurantes e cinco milhões de usuários, segundo a empresa.
O hellofood conta com 2.500 estabelecimentos e não divulga o número de usuários cadastrados. A comissão varia de 10% a 15% sobre o valor total do pedido, dependendo da negociação feita com o restaurante. O PedidosJá tem 6.000 restaurantes cadastrados, mais de 1,5 milhão de usuários e cobra comissão de 13% por pedido.
O funcionamento é similar: o cliente faz um cadastro, preenche seu CEP ou ativa a geolocalização para saber quais restaurantes fazem entrega na sua região e, após fazer o pedido, pode fazer o pagamento com cartão de crédito no próprio aplicativo, se houver essa opção. “Isso evita transtornos com maquininha do cartão sem sinal ou sem bateria na hora da entrega”, diz Carlos Moyses, diretor financeiro do iFood.
O preparo e a entrega são responsabilidade do restaurante, que também deve fornecer suas informações de área de cobertura do delivery, horário de funcionamento, tempo estimado de entrega e formas de pagamento aceitas, além de fotos e promoções, se houver.
App é novo canal de vendas e exige cuidados
Para Fred Rocha, consultor especialista em varejo multicanal, os aplicativos de delivery ajudam a potencializar os negócios.
“É um canal de vendas a mais, mas precisa de cuidados para ser efetivo. Não adianta colocar a pessoa que atende telefone para gerenciar os pedidos do app se a procura for grande. Usar fotos profissionais e fazer promoções são maneiras de se destacar ante a concorrência”, afirma.
Alguns aplicativos levam em consideração a opinião dos usuários na avaliação do estabelecimento, por isso, uma boa prestação de serviços é fundamental.
“Além de a comida ser boa, é importante realizar a entrega no tempo estimado e treinar o entregador, que acaba sendo o principal ponto de contato do restaurante com o cliente. Um uniforme ou um crachá e um sorriso no rosto dele podem fazer a diferença”, diz Rocha.
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