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Comida do Vietnã é um bom negócio? Eles testaram e agora faturam R$ 100 mil

Pedro Marques

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/02/2018 04h00

Quer abrir um negócio, mas não sabe se vai dar certo? Muitos empreendedores têm experimentado colocar as ideias em prática, para testar, mesmo que de maneira informal.

Foi o que aconteceu com o casal Danielle Borges e Fernando Brito: serviram jantares em casa antes de abrir um pub com comida do Vietnã, no centro de São Paulo. Foi aprovado e, dois meses após a inauguração, já faturam R$ 100 mil por mês.

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Donos de uma agência de relações públicas, os dois tinham há muito tempo vontade de tocar um restaurante –Danielle é formada desde 2010 em gastronomia.

Mas foi só em 2013, durante uma viagem ao Vietnã, que a dupla decidiu que queria servir pratos daquele país asiático, como filé-mignon de porco com leite de coco caramelizado ou os frescos rolinhos primaveras feitos com papel de arroz, camarão, legumes e ervas.

Jantar em casa custava R$ 120

Antes de se arriscar e abrir um restaurante logo de cara, os dois fizeram um experimento e criaram o projeto Jantar em Casa. Duas vezes por mês, eles abriam as portas de seu apartamento na República, região central da capital paulista, para 20 convidados degustarem comidinhas vietnamitas, cobrando cerca de R$ 120 por pessoa pelo menu completo, com cinco pratos.

Depois de um ano e meio, 30 jantares, cerca de 600 pessoas atendidas e mais uma viagem ao Vietnã, o casal, enfim, abriu, no final de novembro, o Bia Hoi Vietpub SP. “Foi o jeito que encontramos para ver como seria a aceitação de uma comida diferente”, conta Danielle.

Para colocar o bar e restaurante de pé, o casal evitou fazer empréstimos e foi atrás de um imóvel pequeno – mas não minúsculo – de 60 m2, também no centro de São Paulo. No total, eles afirmam ter gastado cerca de R$ 100 mil, entre aluguel, reforma, equipamentos e móveis.

Já pensam até em filial no Rio

O casal tem comemorado o resultado dos primeiros dois meses. “Em termos de público está muito legal, está bem movimentado”, diz a agora chef de cozinha. O faturamento tem girado em torno dos R$ 100 mil por mês.

Segundo Danielle, ainda é cedo para recuperar o investimento – há o custo dos alimentos e de funcionários, mais as parcelas da obra e dos materiais de cozinha. Mas a expectativa é boa e já faz o casal traçar planos de abrir, mais para frente, uma segunda unidade na zona oeste de São Paulo e, quem sabe, uma filial no Rio de Janeiro.

Formalização pode ser um problema

Para Maurício Galhardo, consultor de negócios e sócio da Praxis Business, o casal acertou em testar o público aos poucos e partir para um negócio formal só depois de adquirir experiência. “Às vezes, é melhor do que passar seis meses planejando. Você descobre problemas na prática”, diz.

Galhardo, no entanto, adverte que é preciso tomar cuidado na hora de formalizar um negócio. “Há a questão dos impostos, que são de 10% em uma empresa que opera pelo Simples, e antes não eram cobrados. É um custo a se colocar na planilha”, explica.

Outro detalhe é o gasto com pessoal. Além dos salários, o consultor recomenda que os empresários façam um fundo para provisões trabalhistas, como pagamento de 13º salário, férias, licença-maternidade, rescisões e possíveis processos trabalhistas, ainda mais em um setor que tem grande rotatividade de funcionários como o de alimentação fora do lar.

"Quando você é o garçom e seu sócio é o cozinheiro, tudo bem. Quando você cresce e passa a ter funcionários, pode acontecer de dois deles pedirem as contas ao mesmo tempo. Se o empreendedor não tiver dinheiro em caixa para pagar as duas rescisões, isso pode atrapalhar os planos de expansão."

Onde encontrar:

Bia Hoi Vietpub SP - biahoi.com.br

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