País perde 86.543 vagas com carteira em agosto, mais da metade na indústria
O Brasil cortou 86.543 vagas de trabalho com carteira assinada em agosto, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta sexta-feira (25). É o quinto mês seguido com fechamento de vagas.
Mais da metade das vagas fechadas foi na indústria de transformação.
O resultado foi pior que o previsto pela agência de notícias Reuters. Pesquisa da agência mostrou que a mediana das expectativas de analistas era de fechamento de 69 mil empregos.
Com o saldo negativo de agosto, o número de vagas de emprego com carteira assinada caiu 0,21%, na comparação com julho.
Considerando informações passadas fora do prazo pelos empregadores (a chamada série ajustada), o Brasil perdeu 572.792 empregos com carteira assinada de janeiro a agosto deste ano.
Em 12 meses até agosto, foram 985.669 vagas a menos.
Em julho, o país havia fechado 157.905 vagas de trabalho com carteira assinada.
Das vagas fechadas, 55% foram na indústria
Dos oito setores da economia registrados pelo Caged, apenas serviços (+4.965) e administração pública (+730) abriram vagas. O setor que mais fechou foi o da indústria de transformação, com perda de 47.944 empregos, cerca de 55% do total.
Dentro do setor industrial, o único ramo que abriu vagas foi o de alimentos e bebidas. Os que mais fecharam vagas foram o têxtil, o mecânico e o metalúrgico.
Veja os resultados de todos os setores:
- Indústria da transformação: -47.944 vagas
- Construção civil: -25.069 vagas
- Comércio: -12.954 vagas
- Agropecuária: -4.448
- Serviços industriais de utilidade pública: -935 vagas
- Extrativa mineral: -888 vagas
- Administração pública: +730
Nordeste criou vagas
Apenas a região Nordeste registrou abertura de vagas com carteira assinada (893).
O Sudeste fechou 54.190 vagas; o Sul, 27.856 vagas; o Centro-Oeste, 3.023; e o Norte, 2.367.
Desemprego subiu a 7,6% em agosto
Na quinta-feira, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o desemprego subiu para 7,6% em agosto, de acordo com a PME Pesquisa Mensal de Emprego). Foi a maior taxa para o mês desde 2009, quando tinha sido de 8,1%.
Considerando todos os meses, foi a maior taxa em mais de cinco anos. Em março de 2010, o desemprego tinha sido de 7,6% e, em maio daquele ano, de 7,5%. Desde junho de 2010, a taxa não chegava ao nível de 7%.
(Reuters)
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