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Veja os 10 objetivos financeiros mais pedidos aos consultores de finanças

Sophia Camargo

Do UOL, em São Paulo

01/11/2013 06h00

Quando alguém procura ajuda de um planejador financeiro, qual seu objetivo?

Normalmente, um ou vários itens da lista a seguir, segundo os educadores e planejadores financeiros Everton Vieira de Lima, da DSOP, Jailon Giacomelli, do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF) e Mauro Calil, da Academia do Dinheiro.

Os 10 maiores sonhos financeiros

  1. Comprar ou trocar a casa própria
  2. Comprar ou trocar o carro
  3. Comprar uma casa para lazer ou investimento
  4. Conseguir se organizar financeiramente
  5. Estudar fora do país
  6. Fazer uma viagem
  7. Guardar dinheiro
  8. Libertar-se das dívidas
  9. Ser independente financeiramente
  10. Ter dinheiro para casar

 

Dez desejos se resumem a dois objetivos principais

Essas dez demandas podem ser resumidas em duas principais, segundo o planejador financeiro Mauro Calil, da Academia do Dinheiro, que tem mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro e é autor de livros como "Separe uma verba para ser feliz" e o recém-lançado "A Receita do Bolo - os ingredientes necessários para o seu primeiro milhão".

  1. Sou descontrolado financeiramente e preciso de disciplina.
  2. Minhas aplicações financeiras não estão rendendo nada e quero alguém que me ensine onde aplicar para que o dinheiro renda mais.

"Em ambos os casos, o que ocorre é que as pessoas têm uma expectativa muito alta e acham que uma planilha vai resolver tudo, ou que uma aplicação vai render tanto quanto na época da inflação de 30% ao mês, o que não acontece."

Objetivo de curto prazo é se livrar de dívidas ou viajar

Segundo o educador financeiro da DSOP, Everton Vieira de Lima, de São Paulo, mais de 90% das pessoas que o procuram estão endividadas.

A primeira orientação que ele dá aos seus clientes é que estabeleçam os objetivos financeiros que querem atingir no curto, médio e longo prazo. "Tendo objetivos, fica mais fácil guardar o dinheiro e desprezar gastos inúteis, além de reorganizar as contas", diz.

Lima afirma que o objetivo de curto prazo deve ser atingido dentro de um ano. Nesse item, normalmente as pessoas escolhem viajar ou quitar as dívidas.

O objetivo de médio prazo deve ser atingido dentro de 10 anos. Segundo Lima, uma pessoa mais jovem costuma escolher o primeiro carro. Se for mais velho, geralmente opta pela compra da casa própria ou pela mudança de imóvel.

Nos objetivos acima de 10 anos, Lima diz que incentiva sempre que as pessoas busquem sua independência financeira. "É preciso pensar no complemento à aposentadoria do INSS."

Pessoas lembram de planejar aposentadoria quando estão perto de se aposentar

Mauro Calil diz que é muito comum que as pessoas se esqueçam de planejar o futuro. "Quase 70% das pessoas que me procuram não pensam na aposentadoria. Ou, quando pensam, é porque já estão perto demais de se aposentar."

Jailon Giacomelli, sócio da consultoria em planejamento financeiro Parmais, em Florianópolis, e membro do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros, também concorda que as pessoas quando o procuram pela primeira vez não têm muito claro quais são seus objetivos.

"Muitas vezes, elas precisam de duas, três conversas, para perceber que seus sonhos estão ligados a viagens, troca de casa ou compra de uma casa maior."

De cada 10 pessoas que o procuram, 7 estão com suas finanças totalmente desorganizadas, ele diz. "Por isso, o principal objetivo delas é se organizar para saberem quanto gastam ou mesmo quanto ganham, no caso de profissionais liberais."

"Apagar o fogo primeiro e depois conquistar o sonho é apenas uma questão de organização", diz Giacomelli.

Viver para realizar sonhos, não para pagar contas

Como alcançar seus objetivos? Com organização, conhecimento e disciplina, afirma Mauro Calil. Segundo ele, à medida que a pessoa vai adquirindo consciência sobre o que quer, ela aprende a se organizar melhor, a fazer planos melhores e também vai perceber que gastava fortunas em pequenas migalhas.

"Eu ensino que a pessoa deve cortar os gastos tolos. Se economizar R$ 5 por dia durante um ano, serão R$ 1.825,00 a mais no bolso."

O gasto tolo, segundo Calil, é aquele que não te traz um prazer permanente ou duradouro. "É comprar toda hora um pão de queijo e um cafezinho. Ou três sandálias parecidas. É pagar o 'flanelinha' na porta do estádio de futebol."

Everton Lima diz que se a pessoa ganhar R$ 1.000, por exemplo, e precisar guardar R$ 100 para realizar cada objetivo, ela deverá adaptar sua vida ao gasto mensal de R$ 700. Dessa forma, os sonhos estarão blindados. "A pessoa deixa de ser consumista, de gastar indiscriminadamente."

À medida que o objetivo for atingido, deve ser substituído por outro. "As pessoas que não tem objetivos vão viver a vida e trabalhar para pagar contas. Nós queremos que elas vivam para realizar seus sonhos", diz Lima.