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Vale a pena tirar dinheiro da poupança e pagar IPVA e IPTU à vista?

Getty Images
Imagem: Getty Images

Sophia Camargo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

10/01/2016 06h00

Janeiro é mês de grandes despesas, com as prestações do Natal, matrícula no colégio e renovação do material escolar, férias e, os pesados impostos para quem tem carro ou imóvel, o IPVA e o IPTU.

No Estado de São Paulo, o IPVA começa a ser cobrado nesta segunda-feira (11), para os carros que têm placa final 1.

Quem tem dinheiro pode pagar à vista, que é a forma mais indicada, pois aproveita os descontos.

Quem não tem dinheiro para quitar à vista precisa avaliar se vale pagar parcelado ou pegar um empréstimo no banco.

Se o dinheiro estiver investido, também é preciso analisar se compensa retirar da aplicação e pagar à vista.

Veja, a seguir, as dicas do educador financeiro Conrado Navarro, do site Dinheirama, e Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade):

Pague à vista

Em São Paulo, vale a pena pagar IPVA e IPTU, mesmo se tiver de tirar dinheiro de investimentos.

Quem pagar o IPVA à vista tem desconto de 3%. Um imposto de R$ 1.000, por exemplo, sai a R$ 970.

A outra opção é pagar em até três vezes. Fazendo as contas, Ribeiro de Oliveira diz que isso significa uma taxa de juros de 3,13% ao mês.

Se for pagar IPTU na cidade de São Paulo, há um desconto ainda maior à vista: 5%. Nesse caso, o imposto de R$ 1.000 fica, à vista, por R$ 950.

Se parcelar em dez vezes, os juros são de 1,16%.

Para saber se vale a pena retirar o dinheiro do investimento e pagar à vista, é preciso comparar os juros da prestação e a rentabilidade das aplicações.

Segundo Oliveira, fundos DI estão rendendo entre 0,73% e 0,88% líquidos, dependendo da taxa de administração. A poupança tem um rendimento ainda menor: 0,68% ao mês.

Então, vale a pena tirar o dinheiro da aplicação para quitar os débitos à vista.

‘Sempre vale a pena pagar à vista com desconto, pois nosso cenário não oferece alternativa de investimento com ganho real equivalente ao desconto no período”, afirma Navarro.

Parcelamento ou financiamento?

Se não tiver o dinheiro à vista, será melhor pegar um empréstimo ou pagar parcelado?

Aqui também é preciso fazer as contas e comparar os juros cobrados pelos bancos com aqueles cobrados pelos governos.

Segundo Oliveira, a taxa média dos juros do empréstimo pessoal está em 4,34% ao mês, enquanto a taxa do consignado está, em média, 2,92%.

Nesse caso, se o consumidor conseguir um empréstimo consignado a juros de 2,92% ou a uma taxa ainda menor, será vantagem tomar o empréstimo e quitar o IPVA à vista, pois os juros em São Paulo, são de 3,13%.

O mesmo não vale para o IPTU. Como os juros nesse caso são de 1,16% ao mês, vale a pena parcelar.

Quem está no vermelho

Quem já está endividado precisa pagar o imposto, mas não pode entrar no cheque especial ou no rotativo do cartão de crédito, cujas taxas de juros estão, respectivamente, em 10,56% ao mês e 13,94% ao mês.

É preferível fazer um empréstimo pessoal ou consignado, que têm juros menores.

A punição para quem não paga o imposto é bem amarga. A multa é de 20%, além de juros cobrados pela taxa Selic, que hoje está em 14,25% ao ano.

(Edição de texto: Armando Pereira Filho)