Precisa de dinheiro, mas está com o nome sujo? Dicas para sair das dívidas
Estar endividado é uma realidade para grande parte dos brasileiros. Ao menos 61,7 milhões de clientes do SPC Brasil estão como o nome sujo, segundo o último levantamento divulgado pela entidade.
Estar com nome e CPF listados no SPC, Serasa ou CCF (cadastro de emitentes de cheques sem fundo), por exemplo, impede que a pessoa faça compras parceladas e causa restrição ao crédito. Mas, mesmo cheio de dívidas, muitos brasileiros ainda precisam de mais dinheiro para honrar seus compromissos.
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Assim, tomar empréstimo pode parecer uma solução fácil. Nos últimos anos, empresas passaram a oferecer o chamado ‘crédito para negativados’, modalidade onde pessoas com o nome sujo podem conseguir empréstimos rapidamente.
Essas linhas de crédito, contudo, possuem taxas que podem chegar a mais de 800% ao ano. Dessa forma, o novo empréstimo pode se tornar um tiro no pé.
“Empréstimo para negativado é praticamente um suicídio financeiro. Quem busca esse crédito sem fazer uma análise detalhada, após uma situação muito difícil, dá uma pequena respirada, mas daqui a dois, três meses terá problemas novamente”, diz Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin).
Dessa forma, o que fazer se você está com o nome sujo, mas precisa de dinheiro? Especialistas ouvidos pelo UOL listaram algumas dicas para quem está em uma situação como essa. Confira:
Descobrir as causas
Antes de buscar novos empréstimos, quem está negativado deve tentar constatar as causas de seus problemas financeiros. De nada irá adiantar pegar mais dinheiro emprestado se, por exemplo, continuar a gastar mais do que ganha.
“A primeira coisa que ele tem que ver é a causa dessa situação. Deve-se perguntar: ‘estou no desequilíbrio entre o que eu ganho e o que eu gasto ou foi uma situação pontual e emergencial?’ Então fazer logo um diagnóstico financeiro para saber o que ele está acontecendo”, declara Reinaldo Domingos.
Cuidado com as taxas de 800%
A pessoa negativada dificilmente conseguirá crédito pessoal regular. Dessa forma, as empresas que se dispõem a emprestar a uma pessoa já endividada cobrarão um alto preço. As taxas de juros podem ultrapassar facilmente os 800% ao ano, segundo especialistas. Portanto, se depois da avaliação, pegar um novo empréstimo parecer a melhor medida, fique atento.
“Se a pessoa recorrer a esse tipo de empréstimo vai pagar taxas que, muitas vezes, são ao menos de cinco vezes maiores do que pagaria na linha tradicional, se não tivesse negativado”, afirma Marcelo Prata, presidente do Canal do Crédito, site de comparação de empréstimos.
Diminuir os gastos
A dica é: enfrentar o problema pelo lado dos gastos, não de novas receitas. Em vez de tomar mais empréstimo, o ideal é que sobre mais dinheiro após o corte de gastos não essenciais.
“Se ele não reduzir os gastos, é provável que ele também não pague essas instituições de crédito negativado e não vá conseguir sair dessa mesmo que busque dinheiro novo”, diz Domingos.
Fuja do agiota
A figura do agiota já é tradicional. Quando nenhuma empresa mais quer emprestar, sempre aparece uma pessoa disposta a dar dinheiro em troca de juros. O problema é que, além de ser um crédito caro, não há nenhuma segurança nesse tipo de operação.
“Não é aconselhável tomar dinheiro emprestado de agiota, pois ele opera à margem da lei. Se ele cometer algum abuso nos juros, na prestação de serviços ou na cobrança, você não tem a quem recorrer. Você fica sozinho e muitas vezes vai correr risco”, diz Marcelo Prata.
Renegociar dívidas antigas
Quem está com o nome sujo não deve se esquecer de que ainda precisa honrar as dívidas passadas. Por isso, renegociar (com transparência) dívidas passadas pode ajudar a sobrar algum dinheiro no final do mês.
“Para quem já está com o nome sujo, a melhor linha de crédito é aquela que ele negocia com o próprio credor. Volta lá com o credor, diga que deve e não nega, que quer pagar, mas não com aquelas condições”, afirma Domingos.
“Deve priorizar as dívidas que têm bens como garantia: casas, motos, terrenos. Outra importante é a pensão alimentícia. Depois, dívidas essenciais, como água, energia, gastos. Aí vai para dívidas com juros maiores: cartão de crédito, financeira e, dessa forma, tentar sair dessa bola de neve.”
Se não tiver saída, fique negativado
Muitas vezes, quem está negativado busca um crédito para tirar o nome dos órgãos de proteção ou então para não entrar neles. O problema é que, para sair de qualquer forma, a bola de neve das dívidas pode ficar ainda maior.
“Tem hora que estar com o nome sujo, negativado, é a solução. Porque ele não tem mais o crédito, o seu score está quase no zero e vai ter que comprar tudo à vista”, diz Domingos.
“A pressão faz com que a pessoa que está negativada ou prestes a ficar vá atrás de crédito para evitar isso. Às vezes, o melhor é ela ficar negativada mesmo para não pagar tão caro”, declara Prata.
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