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Ouviu falar em grupo de Pix? Cuidado com novo golpe de pirâmide financeira

Postagem no Twitter convida para formação de "grupo de Pix de R$ 1 - Redes sociais
Postagem no Twitter convida para formação de "grupo de Pix de R$ 1 Imagem: Redes sociais

Do UOL, em São Paulo

11/06/2021 13h21

Resumo da notícia

  • Redes sociais são usadas para atrair pessoas para pirâmide usando Pix
  • Esquema começa com criação de grupos no WhatsApp, em que pessoas convidam outras
  • Pirâmides são crimes financeiros; o esquema é fadado a ruim, e muitos perdem dinheiro

Um novo golpe de pirâmide está circulando nas redes sociais, dessa vez usando o Pix para as transferências de dinheiro. O golpe é divulgado em perfis de pessoas que pedem transferências de baixos valores, a partir de R$ 1, com a promessa de ganhos com uma renda mensal de até R$ 100.

O Banco Central, que criou o Pix, já avisou que está de olho e alerta que as pessoas devem ter com o Pix os mesmos cuidados necessários para proteção de outros meios de pagamentos, como cartões e contas bancárias.

Veja abaixo como funciona o golpe do grupo de Pix, por que essa proposta é uma pirâmide e como reconhecer a fraude antes de cair nela.

Como funciona o golpe de pirâmide com o Pix

O golpe começa com uma pessoa que usa uma rede social para atrair outras pessoas. O golpista começa chamando seus seguidores para a criação de um grupo no WhatsApp. Esses seguidores então convidam outras pessoas para o mesmo grupo e, assim, a pirâmide vai se formando.

Começo da pirâmide: Entram a pessoa que criou o grupo e os primeiros seguidores.

Transferência do dinheiro: É aqui que entra o Pix, que é usado para transferir o dinheiro. Como o Pix permite transferências sem custos e de baixos valores, o golpe apela exatamente para isso: basta R$ 1 para entrar na jogada. Cada novo participante só precisa transferir para o criador do grupo de R$ 1 a R$ 5.

Pirâmide vai subindo: Quem consegue atrair mais pessoas é nomeado um dos administradores do grupo no WhatsApp. Ou seja, essa pessoa também começa a receber dinheiro dos novatos que vão entrando. Sempre que o limite de membros do grupo, pelas regras do WhatsApp, é atingido, cria-se um novo grupo para o esquema continuar rodando.

Promessa de lucro: Quem entrou primeiro no esquema consegue sacar mais que o valor colocado porque vai recebendo o dinheiro dos novatos que estão entrando depois.

Quem sai por último fica no prejuízo: Quem começou o golpe sai no momento em que já faturou o lucro. Mas quem entra depois não tem a mesma sorte. O dinheiro que estava naquele grupo já foi sacado, e as novas rodadas de depósitos não cobrem mais os resgates de quem ficou para o final do esquema.

Pirâmide é crime financeiro

Especialistas destacam que esquemas de pirâmides financeiras podem ser enquadrados como crime de "obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número indeterminado de pessoas mediante especulações ou promessas fraudulentas".

Nesse tipo de fraude, os investidores são remunerados pelo capital que vai entra de outros investidores que vão ingressando na sequência.

Quem entra antes e no começo da pirâmide —incluindo os próprios criadores do esquema— consegue sair no lucro porque saca o dinheiro antes de o castelo ruir.

Mas muitos que ficam para o fim do ciclo acabam no prejuízo, porque quando tentam resgatar o dinheiro descobrem que não há o suficiente para bancar os resgates.

Identifique uma pirâmide

Segundo especialistas, esses são alguns sinais que um investidor deve checar para ver se uma proposta é na verdade um golpe:

  • Promessas de ganhos muito altos em relação ao rendimento da caderneta de poupança ou de outra aplicação de renda fixa que acompanhe a taxas básica de juros do país.
  • Prêmios a quem consegue atrair mais adesões de outras pessoas.
  • Propostas que surgem em redes sociais e têm vínculo com empresas financeiras sem registros regulares em órgãos reguladores, como Banco Central ou CVM (Comissão de Valores Mobiliários), nem mesmo em cartórios brasileiros.

O que diz o Banco Central?

O Banco Central, que regula o mercado financeiro e criou o Pix, destaca que o cidadão deve tratar o Pix como qualquer outra forma de transferência de valores, tomando os mesmos cuidados que são necessários para proteger senhas de cartão ou de contas bancárias. E avisa para denunciar as fraudes nesse canal.

Infelizmente, o Pix ou qualquer outro meio para a transferência de recursos pode ser usado por pessoas mal-intencionadas para aplicar golpes. Desconfie sempre que uma oferta parecer boa demais para ser verdade, como ganhar muito dinheiro chamando pessoas para transferir dinheiro sem motivo algum e ganhar uma parte desses valores. Nesse caso, não entre nessa e denuncie o esquema para a autoridade policial, que tem a competência legal para coibir esse tipo de crime.
Banco Central, em nota