Use restituição do IR para pagar dívidas ou guardar dinheiro de emergência
A Receita Federal começou a pagar em junho a restituição do Imposto de Renda 2016.
O melhor destino para esse dinheiro é quitar as dívidas, apontam Alexandre Cabral, professor de Finanças da FIA (Fundação Instituto de Administração); Fábio Barbalho, educador financeiro da Consultoria Ponto C; e Marcos Crivelaro, professor de Finanças da Fiap.
Para quem não tem dívidas, a melhor opção, segundo eles, é reforçar suas reservas como um seguro contra a crise. A dica de aplicação é investir na renda fixa.
Barbalho afirma que antes de decidir o destino do dinheiro é preciso fazer um diagnóstico financeiro. "Entenda o que tem e o que deve"", diz. Em seguida, pague as dívidas. "Qualquer empréstimo cobra juros mais altos do que um investimento rende", afirma Cabral.
E, se for possível, comece a guardar dinheiro e investir. "Não pense em gastar com supérfluo, crise é bandeira vermelha", diz Crivelaro.
Veja as dicas:
1) Pague as dívidas
- Priorize as que afetam a qualidade de vida (água, luz, aluguel)
- Quite ou diminua endividamentos caros, como cheque especial ou cartão de crédito
- Juros altos fazem dívidas aumentar rapidamente
- O Código de Defesa do Consumidor garante o abatimento dos juros quando a quitação da dívida é antecipada
2) Em vez de investir, pague dívidas menores
- Mesmo não tendo dívidas tão caras quanto cheque especial e cartão de crédito, use a restituição para pagar dívidas de outros financiamentos (empréstimo consignado ou prestações de lojas)
- Um investimento pode pagar menos que o custo da prestação. Segundo a Anefac (associação de executivos de finanças), em maio, os juros do crédito pessoal foram de 4,58% ao mês, em média, e no cartão de crédito, de 15,12%. Uma aplicação financeira em renda fixa paga, na média, cerca de 0,82% ao mês, diz o professor Alexandre Cabral
3) Guarde dinheiro para emergências e sonhos
- Para quem está sem dívidas, o ideal é guardar dinheiro para emergências
- O ideal é criar uma reserva de emergência que cubra de três a seis meses de despesas e, depois, começar a guardar dinheiro para realizar sonhos (troca de carro, aposentadoria)
- A sugestão de investimento é na renda fixa, por causa da alta taxa de juros; Cabral sugere investir nos títulos do Tesouro Direto
- No curto prazo (até um ano), os títulos recomendados são o Tesouro Selic, que acompanham a alta de juro ou CDBs de bancos independentes que pagam até 112% do CDI (nesse caso, fique atento ao limite do Fundo Garantidor de Créditos)
- No longo prazo, são recomendados os títulos Tesouro IPCA+, que acompanham a inflação
- Fundos DI com baixas taxas de administração (0,5% no máximo) também são boas opções
- A poupança está perdendo da inflação. Segundo cálculos de Cabral, no período de 1º de junho de 2015 a 31 de maio desse ano, a poupança rendeu 8,33% ante 9,32% da inflação medida pelo IPCA
- Para Crivelaro, a poupança é vantajosa para quem está começando a poupar dinheiro
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