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Quanto investir hoje para ter R$ 5.000 caindo na conta todo mês?

11/10/2022 04h00Atualizada em 14/10/2022 16h01

Quem está se planejando financeiramente para a aposentadoria certamente precisa dessa informação: quanto investir para obter uma renda vitalícia?

Pensando nisso, preparei simulações mostrando quanto dinheiro você deveria aportar, hoje, para receber em média R$ 5.000 por mês de forma vitalícia.

As simulações são no Tesouro Direto, em fundos imobiliários e em ações. Confira abaixo:

Tesouro Direto: R$ 1,2 milhão

Para quem quer uma renda passiva e não está disposto a correr riscos, o ativo mais adequado é um título do Tesouro Direto chamado Tesouro IPCA Com Juros Semestrais.

Esse papel é interessante porque, além de ter um risco extremamente baixo, paga juros aos investidores duas vezes por ano, em maio e em dezembro. Esses juros caem na sua conta bancária e estão prontos para você gastar.

Considerando a rentabilidade atual desse título, você precisaria de um investimento de R$ 1,2 milhão para ter uma renda anual de R$ 60 mil, o que daria uma média de R$ 5.000 por mês.

Fundos imobiliários: de R$ 400 mil a R$ 800 mil

Com fundos de investimento imobiliário (FIIs), é necessário ter hoje um patrimônio entre R$ 400 mil e R$ 800 mil, aproximadamente, para receber uma renda mensal de R$ 5.000.

Os chamados "fundos de papel" são os que oferecem maior rendimento a curto e médio prazo. Cada FII de papel nada mais é do que um conjunto de contratos de recebíveis imobiliários.

Para fazer essa simulação, levantei o rendimento dos 25 FIIs de papel mais negociados do país. O rendimento mediano desses fundos está hoje em 14,7% ao ano. Isso significa que, com um aporte de R$ 407 mil nesse tipo de ativo, a tendência é de que você receba algo como R$ 5.000 por mês, por tempo indeterminado.

É preciso levar em conta, no entanto, que os fundos de papel podem não se valorizar tanto a longo prazo como os chamados FIIs de tijolo. Estes últimos são fundos que detêm não contratos de recebíveis, mas imóveis concretos.

Investindo em FIIs de tijolo, você se torna dono de uma fração de imóveis físicos. Assim, se o imóvel se valorizar ao longo do tempo, o valor das cotas que você comprou também subirá.

Entre os fundos de tijolo, os que eu prefiro são os de logística, por ser um segmento indispensável para a economia. Prédios de escritórios, por exemplo, já não acho tão essenciais, ainda mais depois da pandemia.

Pois bem, de 12 fundos de logística que levantei, a mediana de rendimentos está em 8,3% em 12 meses. Com esse retorno, um investimento de R$ 724 mil geraria uma renda aproximada de R$ 5.000 por mês.

Como se trata de uma mediana, significa que alguns fundos de logística poderão oferecer um retorno maior ou menor. Atualmente, o menos rentável deles exigiria um investimento de R$ 850 mil para gerar uma renda mensal de R$ 5.000.

Ações que pagam dividendos: de R$ 400 mil a R$ 1 milhão

Outra possibilidade para quem quer viver de renda é investir em ações que pagam dividendos.

Em geral, as empresas que distribuem proventos aos acionistas de forma mais consistente são as concessionárias de serviços de utilidade pública, como fornecimento de água e luz.

Entre as 27 ações do setor que levantei, a mediana do retorno em dividendos ficou em 6,35%. Com essa taxa, seria necessário um investimento próximo a R$ 1 milhão para se obter uma renda de R$ 60 mil por ano, ou seja, R$ 5.000 por mês em média.

No entanto, essa mediana foi puxada para baixo porque há diversas companhias com um retorno pífio, abaixo de 2% ao ano.

Outras empresas mais consistentes no pagamento de dividendos estão com retornos bem maiores.

Por exemplo, a Taesa (TAEE11), que tenho na minha carteira e que já citei nesta coluna diversas vezes, hoje está com um retorno de nada menos do que 13,35% em 12 meses. Para uma renda média de R$ 5.000 por mês, seria necessário investir R$ 450 mil, aproximadamente.

Riscos

Conforme expliquei no início do texto, o investidor que não quiser riscos ficará mais tranquilo investindo no Tesouro Direto. Mas, nesse caso, seria necessário ter um patrimônio de R$ 1,2 milhão a R$ 1,5 milhão para ter uma renda média de R$ 5.000 por mês.

Os outros dois tipos de investimento citados (FIIs e ações) requerem um investimento menor, mas têm riscos maiores. Basicamente, podem ocorrer duas coisas ruins. Uma delas é o ativo reduzir o pagamento de proventos aos investidores. Por exemplo, neste mês você recebe R$ 5.000, e no seguinte, R$ 3.000.

O outro risco é de o próprio preço do ativo cair. Você paga R$ 100 por uma ação ou pela cota de um FII e, daqui a alguns meses, o mesmo ativo está sendo negociado a R$ 80.

Por conta desses dois riscos, quem investe em ações ou FIIs precisa acompanhar, de certa maneira, o que está acontecendo com o ativo. Se o papel reduzir a distribuição de proventos, você precisa procurar saber se essa redução é pontual ou se resulta de algum problema mais grave, com impacto de longo prazo.

O mesmo deve ser verificado quando o preço do ativo cair muito. A queda pode estar relacionada a fatores momentâneos ou a questões mais profundas relacionadas à própria empresa ou ao fundo.

Sei que a maioria das pessoas não terá tempo ou disposição para acompanhar o mercado. Mas é bom saber que o custo de não acompanhar é ter que deixar o dinheiro em uma aplicação com rentabilidade menor, como o Tesouro Direto.

O que você prefere: investir R$ 1,2 milhão para ter uma renda de R$ 5.000, e não precisar acompanhar o mercado? Ou acompanhar o mercado e, com o mesmo R$ 1,2 milhão, ter uma renda aproximada de R$ 10 mil? É uma questão de escolha.

Alguma dúvida?

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