Veja quanto o seu dinheiro rende hoje nos principais investimentos do país
Hora de pegar o seu extrato de investimentos e ver se o seu patrimônio está rendendo acima ou abaixo do seu potencial, em comparação com as aplicações disponíveis no mercado.
Na coluna de hoje eu mostro como está a rentabilidade dos principais investimentos de baixo, médio e alto risco disponíveis no Brasil.
Baixo risco
Entre os investimentos de baixo risco, a poupança, como sempre, aparece na lanterninha, com uma rentabilidade aproximada de 7,6% ao ano. Isso significa que um investimento de R$ 1.000 geraria um ganho de R$ 76 em um ano. Não é uma boa opção, mesmo para quem não quer risco.
Os investimentos mais seguros de todos são os títulos do Tesouro Direto. O Tesouro Selic, que permite resgatar a qualquer momento, praticamente sem risco de prejuízo, está com uma rentabilidade líquida de 9,3% ao ano, o que significaria um ganho de R$ 93 nos próximos 12 meses.
Todos os cálculos desta coluna já descontam o Imposto de Renda, quando há, e consideram o cenário atual de juros e inflação.
Outras opções extremamente seguras seriam o Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA. A diferença é que esses dois títulos, ao contrário do Tesouro Selic, podem dar prejuízo se você resgatar antes do vencimento.
O Tesouro Prefixado com vencimento em 2027 está com uma rentabilidade líquida de 8,8% ao ano, o que daria um ganho de R$ 88 em 12 meses, para cada R$ 1.000 investidos.
O Tesouro IPCA com vencimento em 2029 está rendendo hoje 8,5%. Portanto, R$ 85 nos próximos 12 meses para um investimento de R$ 1.000.
Com um risco ligeiramente maior, mas ainda muito baixo, estão os CDBs, LCAs e LCIs. Hoje, é possível encontrar um CDB com liquidez diária (possibilidade de resgatar a qualquer momento) com rentabilidade de 110% do CDI. Investindo R$ 1.000 nesses papéis, você ganha, aproximadamente, R$ 100 em um ano.
Já se você conseguir um CDB com rentabilidade de 120% do CDI, o seu ganho sobe para R$ 109 reais em um ano, para cada R$ 1.000 aplicados. No entanto, CDBs com essa rentabilidade, em geral, não permitem que você resgate seu dinheiro antes do vencimento.
Finalmente, ainda entre investimentos de baixo risco, existem as LCAs e LCIs. Se esse tipo de papel estiver com uma rentabilidade de 85% do CDI, ele renderá R$ 91 a cada R$ 1.000 investidos.
Também é possível encontrar, hoje, LCAs ou LCIs com rentabilidade de até 92% do CDI. Nesses casos, o retorno seria de R$ 98 para cada R$ 1.000 aplicados.
Apenas cuide para que os investimentos em CDB, LCA e LCI não ultrapassem R$ 250 mil por instituição financeira. Pois, até esse valor, se o banco emissor quebrar, o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) lhe paga o que a instituição estiver devendo.
Risco médio
Além das aplicações de baixo risco, existem os fundos de investimento imobiliário (FIIs), que já apresentam um risco mais alto, mas também uma expectativa de ganho maior.
Em média, os FIIs do setor de indústria e logística estão com um retorno em dividendos de 9,8% ao ano atualmente. Isso significa um ganho de R$ 98 para cada R$ 1.000 aplicados.
Aqui, é preciso que você saiba de duas coisas. Primeiro, que esse é um investimento de renda variável, ou seja, pode ser que, no futuro, a rentabilidade venha a ser menor (ou maior) do que o previsto.
O ganho de 9,8% só ocorrerá se os FIIs continuarem pagando dividendos no mesmo ritmo dos últimos 12 meses, o que não é garantido.
A outra que você precisa saber é que, além desses ganhos com dividendos, é possível ganhar também (ou perder) com a variação do preço das cotas desses fundos. Em geral, o preço da cota dos bons fundos imobiliários tende a, pelo menos, acompanhar a inflação.
Então, quando falamos em um ganho de 9,8% ao ano, podemos considerar que, a longo prazo, esse ganho pode se transformar em 14% ao ano, se tivermos uma inflação de 4% ao ano no período.
Nesse cenário, a cada R$ 1.000 aplicados, você ganharia cerca de R$ 130 por ano, em média.
Em compensação, em determinados fundos, pode haver uma perda do valor das cotas, de modo que a rentabilidade final fique em menos do que 9,8%. Nesse caso, o ganho ficaria em menos de R$ 98 a cada R$ 1.000 aplicados.
Risco alto
Para quem está disposto a correr riscos, uma possibilidade é investir em ações com o objetivo de receber dividendos.
Atualmente, entre as 25 maiores empresas da Bolsa brasileira que distribuem proventos e têm lucro, o retorno médio em dividendos está em 6,5% ao ano.
Ou seja, se você investir R$ 1.000 nessas empresas, e elas continuarem distribuindo dividendos no mesmo ritmo dos últimos 12 meses, teria um ganho de R$ 65 em proventos.
Repare que é o ganho mais baixo entre todas as aplicações aqui citadas. Isso ocorre porque a bolsa é um investimento altamente imprevisível.
Em primeiro lugar, esses 6,5% previstos para o primeiro ano de investimento podem virar 8%, 10% ou mais no futuro.
Em segundo lugar, o preço da ação pode subir, de modo que o rendimento acumulado ultrapasse 10% ou, em alguns casos, 20% em um ano.
Por outro lado, o retorno de 6,5% em dividendos pode um dia cair para 4%, 3% ou mesmo 0%. E o preço da ação também pode diminuir, de modo que você não apenas não tenha lucro, como acaba levando um prejuízo.
Por conta dessa alta imprevisibilidade, é recomendável consultar um analista de investimentos se for investir em ações ou mesmo em fundos imobiliários.
Alguma dúvida?
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