Sílvio Crespo

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Reportagem

Veja quanto você ganha investindo só em aplicações seguras em cinco anos

A queda da taxa básica de juros, a Selic, tem reduzido os ganhos de alguns dos investimentos mais seguros do Brasil. Por outro lado, conforme mostrei na coluna anterior, outros investimentos de renda fixa têm dado sinais de que a rentabilidade vai parar de cair, ou, ao menos, não cairá tanto quanto se imaginava no ano passado.

Agora, falando especificamente de investimentos de longo prazo, vamos ver até quanto é possível ganhar nos próximos cinco anos com aplicações seguras.

Prefixados

Para quem quer segurança, o investimento mais rentável a longo prazo costuma ser o CDB.

Essa aplicação pode ser prefixada, pós-fixada ou híbrida. As prefixadas são aquelas cuja rentabilidade exata você já conhece antes de investir.

Por exemplo, ao fazer um levantamento para esta coluna, o CDB prefixado mais rentável que encontrei foi um emitido pelo Banco Master e oferecido pela corretora Rico.Esse papel está hoje com uma rentabilidade bruta de 13,8% ao ano, o que dá 11,73% se descontarmos o Imposto de Renda. O CDB em questão tem um prazo de cinco anos. Em todo esse período, a rentabilidade líquida acumulada é de 77,2%.

Ou seja, para cada R$ 1.000 investidos, você ganha R$ 772 daqui a cinco anos, já descontando o IR. Para um investimento de R$ 50 mil, o ganho acumulado no período será de R$ 38,6 mil.

Pós-fixados

Outro tipo de investimento de renda fixa é o pós-fixado, cuja rentabilidade é vinculada a um índice financeiro.

No caso dos CDBs, o índice que define a rentabilidade é o CDI, que tem um rendimento muito próximo da taxa básica de juros, a Selic. No meu levantamento, o CDB pós-fixado mais rentável que encontrei também é do Banco Master, disponibilizado na corretora Rico. Na versão com prazo de cinco anos, esse CDB rende 129% do CDI, o que dá um rendimento líquido de 11,68% ao ano, se considerarmos a atual taxa de juros do país.

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Com isso, um investimento de R$ 1.000 geraria um ganho líquido de R$ 768 após cinco anos, praticamente o mesmo do CDB citado no primeiro exemplo, que era prefixado.

A diferença é que o ganho do pós-fixado varia com o tempo. Se a taxa Selic subir, sua rentabilidade aumenta, e vice-versa. Sendo assim, investindo no CDB prefixado você tem a certeza de que terá o ganho citado aqui. Já com o pós-fixado, pode ser que o seu rendimento acabe ficando um pouco acima ou um pouco abaixo do previsto.

Híbridos

Além dos prefixados e dos pós-fixados, existem os investimentos híbridos, que, como diz o nome, mesclam uma taxa prefixada com uma taxa pós.

Por exemplo, o CDB híbrido mais rentável que encontrei foi um do Banco BMG, disponível na corretora BMG Invest Digital. Ele tem uma rentabilidade prefixada de 7,45% ao ano e, além disso, acompanha a inflação. Ou seja, se a inflação ficar em 4% ao ano, esse CDB terá um rendimento bruto de 11,7% ao ano. Descontando o IR, o ganho fica em 9,99%. Como o CDB tem prazo de cinco anos, a rentabilidade líquida total no período seria de 63,1%.

Consequentemente, um investimento inicial de R$ 1.000 geraria um lucro de R$ 631 após cinco anos, sempre descontando o IR. Uma aplicação de R$ 50 mil traria um ganho líquido de R$ 31,6 mil.

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Repare que o CDB híbrido está com um rendimento menor do que o prefixado e o pós, considerando esse cenário de inflação. Ou seja, o híbrido só ganhará dos demais exemplos citados se a inflação ficar acima de 4% ao ano.

Riscos

É preciso saber que o investimento em CDB é mais seguro se você não ultrapassar o limite de R$ 250 mil.

Se o banco que emitiu o CDB quebrar, o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) lhe paga o que você investiu mais os juros acumulados, até o limite de R$ 250 mil.

Caso você tenha um valor acima desse limite em um CDB de um banco que tenha quebrado, o FGC só lhe pagará R$ 250 mil. O restante, provavelmente, você perderá.

Vale lembrar que esse limite é por banco emissor. Por exemplo, se você tiver R$ 200 mil no CDB de um banco e mais R$ 100 no de outro, e ambos quebrarem, o FGC lhe pagará R$ 300 mil. Já se os dois CDBs forem do mesmo banco, no caso de quebra o FGC lhe paga apenas R$ 250 mil.

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Por isso, nunca deixe seus investimentos em CDB superarem o limite de R$ 250 mil por instituição financeira emissora.

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Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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