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Quanto rendem R$ 10 mil nos principais investimentos da renda fixa hoje

07/10/2022 04h00

Entramos no último trimestre de 2022 com a taxa básica de juros (a Selic) estacionada em 13,75% ao ano, além de um cenário de eleições no Brasil e risco de recessão global em 2023.

Nesse contexto, como está a rentabilidade dos investimentos mais seguros do país?

Para você ter uma ideia geral, preparei simulações de um aporte de R$ 10 mil na poupança, no Tesouro Direto e em títulos privados (como CDB, LCA e LCI). Confira abaixo:

Poupança: R$ 809 ao ano

Considerando a rentabilidade atual da poupança, que está em 8,09% ao ano, um investimento de R$ 10 mil renderia R$ 809 nos próximos 12 meses.

Se considerarmos que a inflação fique em 5,5% em um ano, como preveem analistas consultados pelo Banco Central, a rentabilidade real da poupança ficaria em 2,45% anuais.

Isso quer dizer que, de um investimento de R$ 10 mil, a maior parte do rendimento seria apenas a reposição da inflação, e apenas R$ 245 representariam um aumento real do patrimônio investido.

Tesouro Direto: de R$ 971 a R$ 1.182 ao ano

Dependendo do título do Tesouro Direto, a rentabilidade tende a variar entre 9% e 12% ao ano, aproximadamente.

Um investimento de R$ 10 mil no Tesouro Selic 2027, por exemplo, daria um retorno líquido de R$ 1.182, tomando como base a rentabilidade atual desse título.

No entanto, devemos levar em conta que a taxa básica de juros pode ser reduzida em algum nível no ano que vem. Com isso, é bem possível que o retorno fique um pouco abaixo desse patamar.

Além disso, descontando a inflação, o ganho real no Tesouro Selic ficaria em, aproximadamente, R$ 600 nos próximos 12 meses.

Já no Tesouro IPCA 2026, outro título do Tesouro Direto, o retorno de um investimento de R$ 10 mil ficaria em R$ 971. Tirando a reposição da inflação, o retorno real seria de R$ 400, aproximadamente.

Finalmente, no Tesouro Prefixado 2025, o retorno total ficaria em R$ 983, ou R$ 410 se descontada a inflação.

Todas as simulações já descontam um Imposto de Renda de 15%, que é a alíquota para quem mantém o investimento a longo prazo (dois anos ou mais).

Títulos privados: de R$ 1.105 a R$ 1.160 ao ano

Títulos privados são investimentos de renda fixa emitidos por bancos, como CDB, LCA e LCI.

Hoje, diversas corretoras oferecem CDBs com rentabilidade de 120% do CDI, ou mais. Isso corresponde a um ganho aproximado de R$ 1.160 ao ano, para um aporte de R$ 10 mil.

Já entre os prefixados, o rendimento pode chegar a R$ 1.140, como é o caso de um RDB com prazo de cinco anos emitido pela Will Financeira.

Para quem busca se proteger da inflação, é possível encontrar CDBs que rendem acima de 7%, além do IPCA. É o caso de um do Banco Master, disponível na Nu Invest, também com prazo de cinco anos. Isso representa um ganho de R$ 1.105 por ano.

As simulações dos títulos privados já descontam o Imposto de Renda, mas não a inflação. Se retirarmos a reposição inflacionária dos investimentos, os ganhos reais de um aporte de R$ 10 mil ficariam em R$ 578, no caso do CDB a 120% do CDI, ou em R$ 559, para o RDB prefixado, ou, ainda, em R$ 526, para o CDB indexado ao IPCA.

Conclusões

A primeira conclusão que se pode tirar desta ou praticamente de todas as simulações que incluem a poupança é que esta segue com uma rentabilidade muito abaixo de outras aplicações de renda fixa.

Entre as opções que mencionei nesta coluna, o melhor substituto da poupança é o Tesouro Selic, pois permite que você resgate o dinheiro a qualquer momento, sem risco de prejuízo.

As demais modalidades do Tesouro Direto também permitem o resgate a qualquer momento, mas com risco de prejuízo. Nelas, você só garante que não terá perdas se não retirar o dinheiro antes da data de vencimento.

Outra conclusão importante é que os títulos privados costumam render um pouco mais do que o Tesouro. No entanto, você tem que fazer a comparação certa.

Os títulos que rendem uma porcentagem do CDI só podem ser comparados com o Tesouro Selic. Já os ativos indexados à inflação devem ser comparados com o Tesouro IPCA. Por fim, os papéis prefixados só podem ser comparados com o Tesouro Prefixado.

Na minha visão, a vantagem dos títulos privados sobre o Tesouro Direto é bem pequena, considerando os dados deste breve levantamento.

Os títulos privados só são seguros se você tem até R$ 250 mil aplicados, pois esse valor tem a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Para não ter que ficar pensando nesses limites, em geral eu tendo a preferir o Tesouro, mesmo.

Alguma dúvida?

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