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ANÁLISE

Com Selic a 13,75%, qual é o melhor investimento para seu dinheiro?

Taxa de juros continua alta: confira quais as melhores aplicações neste cenário - Getty Images/iStockphoto
Taxa de juros continua alta: confira quais as melhores aplicações neste cenário Imagem: Getty Images/iStockphoto

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/10/2022 04h00

O Banco Central manteve a taxa básica de juros (a Selic) no patamar de 13,75% ao ano, em decisão tomada no dia 21 de setembro. E agora, com a Selic ainda alta, o que fazer com suas aplicações?

No Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, a planejadora financeira Vivian Rodrigues fala sobre investimentos que são impactados direta ou indiretamente pela taxa básica de juros.

"O Copom [Comitê de Política Monetária] não apresentou nenhum indício de queda dessa taxa, mas apontou que está atento. Se a inflação não começar a cair conforme o esperado, eles [Copom] podem voltar a subir a Selic", afirmou.

Leia abaixo a análise da planejadora financeira e assista ao programa completo do dia 22 de setembro, que é um tira-dúvidas sobre investimentos exclusivo para assinantes e transmitido semanalmente, às quintas-feiras, das 16h às 17h.

Para também ter sua dúvida respondida no programa, envie sua questão para o Papo pelo email uoleconomiafinancas@uol.com.br.

Selic alta: como encontrar bons investimentos fora da renda fixa?

Quando a Selic sobe, em geral aumenta a procura por investimento em renda fixa. "Eles são diretamente muito impactados pela Selic em patamares altos. Esses investimentos em renda fixa tendem a melhorar as suas taxas", afirma Vivian.

Fora da renda fixa, diz ela, também há algum impacto na renda variável, na Bolsa. "Porque a alta da Selic tem impacto na nossa vida como um todo, como no crédito, nos empréstimos, na taxa de juros dos bancos que vão ficar mais altas, acompanhando a Selic. Isso tem impacto no consumo", afirma.

Vivian diz que, se as taxas de juros estão mais altas, em geral o consumo tende a cair, porque fica mais caro buscar dinheiro no mercado, para, por exemplo, comprar um apartamento ou um eletrodoméstico.

"E isso naturalmente vai influenciar as empresas também. Muitas empresas têm empréstimos e vendem produtos no mercado interno. Portanto, a alta da Selic, principalmente o impacto dela no crédito e no consumo dos brasileiros, vai impactar os resultados das empresas, e isso tende a refletir em alguns setores positiva ou negativamente lá na Bolsa", explica. "Mas não é uma influência direta como é na renda fixa."

Fora o Tesouro Selic, quais outros investimentos são afetados pela taxa de juros?

Vivian diz que os investimentos em renda fixa têm alguma previsibilidade de quanto eles vão render. São três tipos de investimento:

  • Atrelados à Selic (como Tesouro Selic, CDBs pós-fixados, LCIs, LCAs, CRIs, CRAS, debêntures): São títulos que rendem conforme a Selic ou ao CDI. "Quando a taxa de juros está em patamares mais altos, esses investimentos vão render mais. Quando a taxa cai, o retorno desses investimentos também cai. Isso é uma influência muito direta", diz.
  • Prefixados: A taxa é fixa. "Esses títulos se movimentam conforme a taxa Selic, mas, quando você compra um título prefixado, você garante aquela taxa até o final [até o prazo de vencimento], independente do que aconteça com a taxa Selic daqui em diante", diz.

Vivian diz que há uma preocupação em relação a esses títulos prefixados por causa da inflação no país. "A depender dos rumos da inflação nos próximos meses ou anos, esse título pode ter uma renda real menor do que o esperado", afirma.

  • Atrelados à inflação: Os títulos são influenciados de forma indireta pela taxa Selic, pois são atrelados ao IPCA. "Como a taxa Selic é um instrumento para controlar a inflação, qualquer decisão [do Copom] é um recado para o mercado de renda fixa", diz ela.

A planejadora financeira reforça a importância de buscar investimento com rentabilidade real (acima da inflação). "Quando a taxa Selic se movimenta, a gente tende a questionar qual é agora o juro real. E o juro real no Brasil segue entre os juros mais altos do mundo. Hoje, o juro real é de 8,22% ao ano", explica.

Quando o título prefixado é vantajoso?

Na plataforma do Tesouro Direto, os títulos prefixados têm no momento taxas de 11,52% ao ano (vencimento em 2025), de 11,46% ao ano (vencimento em 2029) e 11,62% ao ano (vencimento em 2033). São taxas abaixo da Selic.

"Hoje, analisando a rentabilidade neste momento, o Tesouro Selic vai ter uma rentabilidade maior. Mas à medida que a taxa Selic for caindo, a rentabilidade (do Tesouro Selic) vai caindo. No prefixado, é diferente. A taxa que você contratou será garantida até a data do vencimento. Mas não dá para cravar qual é o melhor, porque a gente não sabe o que vai acontecer daqui para frente", afirma.

Vivian diz que os títulos do Tesouro Direto têm a mesma segurança quanto ao risco de crédito. "Mas, em relação ao risco do movimento do mercado, o prefixado é diferente. No prefixado, você assume um risco um pouco maior: o de não ter a rentabilidade acima da inflação. Se a inflação crescer demais, o juro real pode ficar muito pequeno" afirma.

Em geral, diz ela, o prefixado começa a fazer mais sentido quando a taxa Selic começar a cair.

Para Vivian, se o prefixado for compor a sua carteira de investimentos, ele deve entrar com um percentual bem pequeno. "Falar sobre rentabilidade nominal, bruta [deste título], sem considerar a inflação, pode comprometer a sua análise", declara.

A planejadora financeira afirma que, na hora de investir, você deve escolher produtos de acordo com o seu perfil de investidor e com os seus objetivos.

Vale ressaltar que as condições de investimentos citadas aqui são referentes ao dia 22 de setembro. As taxas podem variar de um dia para o outro.

Vale investir em fundos de renda fixa ou comprar títulos diretamente?

Existem algumas formas diferentes de investir na renda fixa. As duas principais são:

  • Comprar títulos diretamente: Aqui você não paga taxa, porque não tem ninguém gerenciando isso por trás.
  • Investir via fundo de renda fixa: Você coloca dinheiro em um determinado fundo (como se fosse um condomínio) e, com isso, compra uma cota (como se fosse um apartamento daquele condomínio), mas há um gestor por trás, que toma as decisões de onde investir. Ou seja, você terceiriza essa decisão e paga por isso. Afinal, esse gestor precisa ser remunerado. Também pode ser cobrada uma taxa de performance. "Você não paga a taxa diretamente. A cobrança é feita diminuindo o seu o número de cotas, que é o que chamamos de come-cotas", diz Vivian.

Diferenças de rentabilidade

Vivian diz que, por ter uma equipe profissional por trás do fundo, provavelmente o fundo terá rentabilidade melhor do que a dos produtos escolhidos por você diretamente. Mas há taxas envolvidas, que precisam ser consideradas.

Outro ponto, diz Vivian, é que no fundo você não sabe quanto vai ganhar. "Obviamente que você tem nas informações do fundo uma expectativa de quanto aquele fundo vai render, mas não há nenhum tipo de garantia", afirma.

Ela diz que, quando você compra o título diretamente, você tem a previsibilidade de retorno daquele investimento. "Talvez não o número diretamente, mas o indicador dessa rentabilidade."

Quando você pode sacar o dinheiro: Liquidez é outra diferença. "Na maior parte dos fundos de renda fixa, você pode sacar o seu dinheiro a qualquer momento. Às vezes, eles podem ter um período de 7, 15 ou 30 dias para disponibilizar o dinheiro. No caso dos títulos, em alguns você até pode fazer a retirada a qualquer momento, como o Tesouro Selic, mas em outros títulos o seu dinheiro vai ficar travado, como um CDB de 2025. Há até a possibilidade de acesso a esse dinheiro, mas no mercado secundário, que é a marcação a mercado", afirma ela.

Risco O risco também é uma diferença entre comprar títulos diretamente ou investir via fundos de renda fixa. "Nos fundos, você não tem garantia de que seu dinheiro está protegido e pode sofrer com as oscilações do fundo. No caso dos títulos, para alguns deles, você tem a proteção do FGC [Fundo Garantidor de Créditos]", diz.

Quanto devo colocar na renda fixa?

"Não existe uma resposta certa nem uma resposta que valha para todo mundo, pois cada um de nós vive momentos diferentes", declara a planejadora financeira.

Ela diz que é errado imaginar que o investidor conservador não coloca nada de renda variável na carteira nem que o arrojado passe longe da renda fixa. "Para o perfil moderado, o que eu recomendo é que você comece a pisar na renda variável aos poucos, para ir sentindo até onde você está disposto a correr risco. Espera ter um momento de alta e um momento de queda, para ver como você vai reagir emocionalmente", afirma.

Para Vivian, a melhor recomendação é investir na renda variável aos poucos. "Se você é moderado, coloque 5% da sua carteira na renda variável e espere um tempo. E aos poucos vá aumentando esse percentual", diz. O restante da carteira vai para a renda fixa.

Ela diz que a recomendação vale também para quem é arrojado. "Quer colocar 35% na renda variável? OK, mas comece com 5%", afirma.

Papo com Especialista é semanal

O programa Papo com Especialista é transmitido às quintas-feiras, semanalmente, das 16h às 17h, na página inicial do UOL, no UOL Economia e no UOL Investimentos, e é exclusivo para assinantes. Reveja programas anteriores aqui.

Você pode enviar perguntas ao Papo pelo email uoleconomiafinancas@uol.com.br —elas podem ser respondidas no programa.

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Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.