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Como escolher investimentos para aposentadoria? Veja 3 passos

Investidora: veja como investir em ações, FIIs e no Tesouro de olho na aposentadoria - fizkes/iStock
Investidora: veja como investir em ações, FIIs e no Tesouro de olho na aposentadoria Imagem: fizkes/iStock

04/04/2023 04h00

Você quer investir o seu dinheiro para ter uma boa aposentadoria, mas não sabe muito bem se aplica em renda fixa, fundos imobiliários, ações ou outras modalidades?

Se a resposta for "sim", a coluna de hoje é para você. Abaixo eu explico quais são os três passos que qualquer pessoa deve seguir para montar uma boa carteira de investimentos para aposentadoria.

Passo 1: Veja se as aplicações de baixo risco são suficientes para você

Se você dá valor ao seu dinheiro, a primeira coisa que você deve fazer para montar uma carteira de investimento para aposentadoria é verificar se é possível alcançar seu objetivo sem precisar de aplicações de risco médio ou alto.

Por exemplo, digamos que você queira se aposentar daqui a 35 anos, pensando em gastar o equivalente a R$ 5.000 por mês de forma vitalícia.

Caso você escolha somente aplicações de baixíssimo risco, precisará fazer aportes de R$ 1.600 por mês durante as próximas três décadas para alcançar a renda mensal desejada.

Se o objetivo for parar de trabalhar daqui a 20 anos, o valor do aporte mensal deve ser de aproximadamente R$ 3.200; se for daqui a 10 anos, o investimento sobe para R$ 8.340 por mês.

No caso de você querer se aposentar a partir de agora com uma renda vitalícia de R$ 5.000 por mês, deveria ter R$ 1,3 milhão investido nesse papel.

Nessa simulação, considerei a rentabilidade atual do título chamado Tesouro IPCA+ 2045 e uma inflação de 4,5% ao ano.

Claro que daqui a 10, 20 ou 30 anos a quantia de R$ 5.000 terá perdido grande parte do seu poder de compra por causa da inflação, mas isso já está previsto nos cálculos.

A simulação considera não que você receberá exatos R$ 5.000 por mês, mas, sim, um valor muito maior, que, por conta da inflação, valerá o equivalente ao que são R$ 5.000 hoje.

Passo 2: Avalie como ficaria sua carteira com investimentos de risco

É possível que, para você, não seja viável investir R$ 1.600 por mês, durante 30 anos, para receber R$ 5.000.

Talvez você possa investir menos e precise de um ganho maior na aposentadoria. Nesse caso, não tem segredo: ou você parte para aplicações de risco maior ou terá que se conformar com uma aposentadoria menor do que gostaria.

Vou falar aqui de duas modalidades de risco médio e alto usadas para aposentadoria, que são os fundos de investimento imobiliário (FIIs) e as ações de empresas listadas na Bolsa de Valores.

Considere uma rentabilidade real de 8,5% ao ano, acima da inflação, o que é bastante comum em fundos imobiliários atualmente.

Seria necessário investir R$ 532 por mês, ao longo de 30 anos, para alcançar uma renda mensal de R$ 5.000 por mês.

Se quiser se aposentar em 20 anos, o valor do aporte mensal ficaria em R$ 1.318; em 10 anos, R$ 4.164 por mês.

Para investimentos em ações, podemos considerar uma rentabilidade real, acima da inflação, de 10% ao ano, que hoje é uma taxa inferior à de diversas empresas que pagam dividendos, como EDP Brasil, Copel, Cemig e Taesa.

Dessa forma, para se aposentar em 30 anos ganhando o equivalente a R$ 5.000 por mês, seria preciso investir apenas R$ 364 por mês; em 20 anos, R$ 1.044 mensais; em 10 anos, R$ 3.753.

Passo 3: Monte a sua carteira

Veja que existe uma diferença muito grande entre o valor dos aportes nas aplicações de baixo risco (Tesouro Direto) e de alto risco (FIIs e ações).

É possível que você não possa investir R$ 1.600 por mês durante 30 anos para se aposentar com R$ 5.000. Mas é possível também que você tenha mais do que R$ 364 mensais e não queira concentrar o seu dinheiro somente em investimentos de alto risco.

Nesse caso, você precisa achar a proporção adequada, ou seja, aquela que lhe permite alcançar ou ficar muito próximo do seu objetivo, sem ter uma exposição ao risco que tire o seu sono.

Eu ensino no meu curso como alcançar essa proporção, mas vou adiantar algumas coisas aqui no UOL: a melhor forma é começar investindo um pouco em cada tipo de aplicação, sem se preocupar na proporção exata.

Por exemplo, se você vai investir R$ 500 por mês, no primeiro aporte escolha o Tesouro Direto; no segundo, fundos imobiliários e, no terceiro, ações. Continue alternando nos meses seguintes.

Ao completar um ano de aportes, você já vai ter passado por algumas oscilações do mercado e saberá dizer se as ações e os FIIs estão lhe deixando nervoso demais. Caso estejam, permita-se recuar, ou seja, passar a aplicar mais em baixo risco por um tempo, até ter segurança para chegar à proporção adequada aos seus objetivos.

Alguma dúvida?

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