IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

Com juros em 13,75% no ano, é o melhor momento para investir em renda fixa

Investir em renda fixa é atrativo com juros altos, mas o mercado de ações também oferece boas oportunidades - Getty Images/iStockphoto
Investir em renda fixa é atrativo com juros altos, mas o mercado de ações também oferece boas oportunidades Imagem: Getty Images/iStockphoto

10/08/2022 11h00

A recente elevação da Selic, a taxa básica de juros brasileira, afeta diretamente a economia e os investimentos em renda fixa. Nesse novo cenário, saiba quais são as melhores opções disponíveis no mercado para você se beneficiar da alta dos juros sem correr grandes riscos.

Veja abaixo tudo sobre a alta dos juros e como surfar nesse momento para ganhar mais com seus investimentos. A análise foi feita pelo Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante Ideias de Investimentos.

Por que os juros sobem?

Antes de abordarmos os efeitos da alta dos juros, é preciso entender as razões pelas quais as taxas estão subindo no Brasil e no exterior.

A alta dos juros é uma das ferramentas à disposição dos bancos centrais para conter a inflação. Apesar de não ser a única, ela está entre as mais eficientes.

Desde março de 2021, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vem conduzindo um ciclo de alta dos juros, para tentar conter a disparada da inflação causada pela pandemia do coronavírus.

Explicando de forma simples, quando os juros sobem, o crédito se torna mais caro, fazendo com que as pessoas tomem menos empréstimos e financiamentos. Dessa forma, o consumo diminui, o que faz com que a demanda por produtos, serviços e bens duráveis diminua significativamente.

Quando a demanda é menor, os preços tendem a parar de subir, ou até mesmo a cair, a depender de uma série de fatores externos.

Até quando a taxa de juros deve se manter tão alta?

No dia 3 de agosto, o Copom aumentou a Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,75% ao ano. A elevação ocorreu no período em que a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumulava alta de 11,89% nos últimos 12 meses, encerrados em junho.

Contudo, já se nota uma tendência de desaceleração da inflação por aqui, especialmente diante do recuo dos preços do petróleo e de uma série de grãos no mercado internacional. Somam-se a esses fatores as medidas anunciadas pelo governo para reduzir os preços dos combustíveis, como as reduções de impostos.

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrou uma deflação — inflação negativa — de 0,68% no mês de julho. A queda no IPCA foi puxada principalmente pela redução nos preços de combustíveis e de energia elétrica. Essa redução afetou não só o grupo de transportes (-4,51%), mas também o de habitação (-1,05%).

Portanto, com a inflação dando sinais de que está diminuindo e com as cadeias produtivas globais se recuperando da pandemia, o mercado projeta que o atual ciclo de alta de juros no Brasil está terminando.

A principal aposta é que a última elevação dos juros ocorrera na reunião do Copom de setembro. A expectativa é de uma nova alta de 0,5 ponto percentual, suficiente para alçar a Selic aos 14,25% ao ano.

Como a alta dos juros afeta o mercado?

Com os juros em ascensão pelo mundo, notou-se uma abrupta mudança de tendência nos mercados globais. O dinheiro aplicado em investimentos mais arriscados, como ações de empresas de crescimento acelerado e criptoativos, foi transferido para alternativas consideradas mais seguras, como a renda fixa ou ações de companhias consolidadas que atuam em setores perenes, como o financeiro e o industrial.

Isso ocorre, principalmente, porque a alta dos juros torna o crédito mais caro e reduz o dinheiro disponível na economia, além de elevar os rendimentos pagos por ativos de renda fixa. Isso desestimula o investimento em produtos que oferecem mais risco.

A mudança de postura dos bancos centrais tende a afetar drasticamente os rumos do mercado. Portanto, é imprescindível adequar seus investimentos a esse novo cenário, que também cria uma série de oportunidades.

Onde investir para surfar a alta dos juros

Em se tratando de renda fixa, os títulos públicos pós-fixados disponíveis para compra no Tesouro Direto são uma boa opção de investimento para quem quer se beneficiar do contexto atual.

Esses títulos dividem-se em Tesouro Selic, aqueles que possuem a rentabilidade indexada à taxa Selic, e Tesouro IPCA+, cuja rentabilidade é a soma da variação da inflação a uma taxa prefixada. Com a Selic em alta, o juro real, ou seja, a rentabilidade dos investimentos menos a inflação, deve se manter em patamares atrativos no curto e médio prazo, mesmo que a inflação fique acima da meta neste ano.

Para quem preza por investimentos com alta liquidez, ou seja, os mais fáceis de resgatar, os fundos DI, que visam replicar o desempenho da taxa de Certificado de Depósito Interbancário (CDI) são uma opção interessante, uma vez que o CDI tende a acompanhar a alta dos juros.

No mercado de ações, por outro lado, as coisas tendem a ficar mais complicadas. Com juros em alta, os investidores passam a adotar uma postura mais cautelosa, e aqueles com perfil mais conservador acabam optando pela renda fixa.

Contudo, a conjuntura atual deve impactar menos as empresas consolidadas que atuam em setores perenes, e pode até mesmo ser favorável para os grandes bancos, que conseguem aumentar seus ganhos em momentos de Selic mais alta, e para as seguradoras, que normalmente alocam seus recursos em renda fixa.

Esse é o melhor momento para investir

Com o ciclo de alta dos juros se aproximando do fim, investir em renda fixa é atrativo no Brasil, especialmente pensando no curto e médio prazo. O momento é ideal para quem quer aportar de forma segura em ativos com boa rentabilidade.

Entretanto, o mercado de ações também oferece boas oportunidades, especialmente para os investidores com visão de longo prazo, uma vez que muitos ativos listados na Bolsa vêm sendo negociados a preços bastante atrativos. Os papéis de boas empresas podem voltar a subir tão logo fatores que trazem incerteza para o mercado.

Veja aqui o relatório completo sobre como investir com a taxa de juros em alta.

Carteiras conforme o perfil

Para quem ainda não pegou as recomendações de investimentos, elas estão a seguir:

- Carteira para quem não aceita risco algum

- Carteira para quem tem perfil mais conservador, mas aceita um pouquinho de risco

- Carteira para quem é mais moderado

- Carteira para quem aceita mais risco

- Carteira para quem aceita alto risco

Queremos falar com você

Fique atento às notificações do seu e-mail, pois caso haja alguma modificação na sua carteira, você será avisado.

Acompanhe também os boletins diários preparados por Bevilacqua, com análises do cenário macroeconômico e do noticiário corporativo. Você recebe esse boletim todos os dias, antes da abertura do mercado, para começar o dia com as informações das quais precisa. Ainda não recebe os e-mails? Inscreva-se aqui na newsletter do UOL.

Tem alguma dúvida sobre algum investimento? Pode enviar para o Rafael: duvidasparceiro@uol.com.br.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo analista Felipe Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.