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ANÁLISE

Ações de construtoras foram "esquecidas", mas podem voltar; como investir?

Research do Pagbank

21/09/2022 16h01

Há alguns anos, as construtoras e incorporadoras enfrentam um cenário bastante desafiador, de ciclo de alta na taxa de juros, aumento no custo da construção civil, pandemia de coronavírus, entre outros fatores. Agora, o momento pode mudar. Veja como investir e que ação vale a pena comprar, segundo o Pagbank.

Por conta disso, as ações das companhias desse setor tiveram fortes quedas na bolsa e ficaram "esquecidas" pelos investidores. O segmento mais afetado foi das companhias voltadas para a média e baixa renda, onde o aumento nos custos e despesas acaba sendo mais prejudicial.

Isso porque a população de média e baixa renda é mais sensível a preço, ou seja, deixa de comprar quando os custos estão muito altos, o que fez com que muitas dessas empresas tivessem que absorver esses aumentos, afetando suas margens e sua saúde financeira.

Empresas sofreram e pediram recuperação judicial

Vale ressaltar também que o setor de construção civil é conhecido por ser bastante complexo, pois é necessária uma execução operacional perfeita desde a aquisição dos terrenos até a venda final da unidade para que as companhias sejam rentáveis e consigam prosperar. Recentemente tivemos o caso da Rossi Residencial (RSID3), que entrou com pedido de recuperação judicial para alcançar o equilíbrio econômico-financeiro do Grupo Rossi.

Outras empresas do setor também passaram por um processo parecido, como Viver (VIVR3) e PDG (PDGR3), que tiveram sucesso na sua reestruturação e saíram de Recuperação Judicial.

Além das construtoras citadas, que efetivamente passaram por uma reestruturação, correndo risco de falência, outras empresas também tiveram problemas operacionais recentes, como a Tenda (TEND3), que reportou um prejuízo milionário no quarto trimestre de 2021, fazendo com que suas ações despencassem, levando parte do mercado junto.

Devo fugir do setor na Bolsa?

Feitas essas considerações, por que eu deveria investir no setor de Construção Civil?

A sinalização do fim das altas na Selic por parte do nosso Banco Central, somada com a desaceleração da inflação e as mudanças recentes no programa habitacional Casa Verde Amarela, fizeram com que os investidores voltassem a olhar para o setor com bons olhos, principalmente para o segmento que estava mais "amassado", o de baixa e média renda.

A estabilidade da Selic, permite que os investidores voltem a olhar para o setor como um todo. As companhias voltadas a residências populares são menos dependentes da taxa Selic, pois os financiamentos do programa Casa Verde Amarela possuem taxas fixas independente do patamar da taxa básica de juros.

O momento está muito propício para essas construtoras e incorporadas surfarem este ciclo imobiliário positivo, mas é preciso escolher corretamente em qual ação colocar o seu suado dinheiro.

Qual é a recomendação do Pagbank?

Entendemos que a melhor opção do setor, que está presente na nossa carteira recomendada deste mês (setembro), é a Cury (CURY3). A companhia atua majoritariamente nas faixas mais altas do programa Casa Verde Amarela, permitindo a ela certo repasse nos preços das suas unidades.

Esse fato foi decisivo para que a empresa fosse um dos destaques positivos no segmento no último trimestre, reportando uma das maiores margens do setor, passando praticamente ilesa pelo momento econômico conturbado.

Além disso, entendemos que a companhia é uma opção para se defender do risco eleitoral que ronda o mercado, já que o programa habitacional Casa Verde Amarela (antigo Minha Casa Minha Vida) deverá ser mantido e até incentivado pelo próximo presidente, independente de qual seja eleito, por se tratar de um programa bastante popular tanto da parte social quanto da parte de geração de empregos.

Por último, a incorporadora possui um banco de terrenos de R$ 10 bilhões de Valor Geral de Vendas (VGV), com 70% deste valor localizado em São Paulo, principal praça de vendas, com as melhores margens e com a demanda mais aquecida.

Vemos esse banco de terrenos com bons olhos, pois deixa a Cury bem posicionada para seguir aumentando seus lançamentos, sem abrir mão da rentabilidade.

Desde que a Cury (CURY3) ingressou na nossa carteira ela já acumula uma alta de 20%, considerando o fechamento do dia 19/09, e ainda possui espaço para mais crescimento, uma vez que ela ainda não captou todas as sinergias do incentivo ao programa habitacional. Temos um preço alvo de R$ 13,30 para a companhia, com um potencial de valorização de 23%.

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