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Bolsa de Valores: 5 técnicas que podem dar mais chance de ganhar dinheiro

Entenda como indicadores são importantes para você comprar ou vender ação - NurPhoto via Getty Images
Entenda como indicadores são importantes para você comprar ou vender ação Imagem: NurPhoto via Getty Images

Bruno Thadeu

Colaboração para o UOL

28/01/2021 04h00

A expectativa de ganhar mais dinheiro com ações e o baixo rendimento atual de aplicações conservadoras impulsionaram novos investidores na Bolsa de Valores. O problema é que muitos iniciantes se aventuram com pouco ou quase nenhum conhecimento de renda variável. Mas algumas dicas de indicadores podem ajudar a ver onde há mais chance de ganhar ou perder.

Bolsa de Valores é um investimento de risco. É preciso ter um mínimo de conhecimento para encarar o mercado financeiro. É aí que entram técnicas e estratégias que ajudam a identificar tendências de alta ou baixa de uma ação, mas nunca há garantia de resultados.

O UOL Economia+ listou cinco técnicas para operar na Bolsa. Confira:

1. Stop gain

O Stop gain (literalmente pare de ganhar, em inglês) é uma ordem de venda automática para quando uma ação sobe e atinge um preço-alvo de venda. A venda pode ser total ou parcial.

Um novato na Bolsa de Valores pode pensar: "mas por que vou vender a ação se ela está subindo?"

A resposta: uma ação pode desabar a qualquer momento. O stop gain seria como um grande amigo te dizendo: "pare agora para você sair por cima".

Exemplo de como usar o stop gain:

Imagine que você compre 100 unidades de uma ação "A" por R$ 50,00, no total de R$ 5.000,00. Você programa o stop gain para vender tudo quando "A" atingir o preço de R$ 55,00.

Se chegar a R$ 55,00 será lançada a ordem de venda automaticamente. A negociação é feita em R$ 5.500,00, valorização de 10% (lucro de R$ 500,00, sem descontar taxas).

Os 10% podem parecer pouco, mas depende do ponto de vista. É bem superior ao rendimento da poupança em 2020, que levou o ano inteiro para render 1,4%.

Arrependimento se subir mais

Você pode se arrepender de ter vendido nos R$ 55,00, se ação subir dias depois a R$ 60,00. O lucro poderia ser maior se você não tivesse vendido.

Mas pense no lado negativo: e, se depois de atingir R$ 55,00, o papel despencasse para R$ 46,00? Ficaria no prejuízo.

Muitas pessoas querem ganhos ainda maiores. Mas o mercado pode entrar em uma reversão, e a pessoa perder tudo aquilo que estava conquistando. Se o investidor fizer várias operações, protegido e com lucro menor, o resultado final será muito bom.
Cristina Helena de Mello, professora de economia da PUC-SP e ESPM

2. Stop loss

O stop loss (pare de perder) é o inverso do stop gain: uma ordem de venda para minimizar prejuízos na operação. Sem isso, a ação fica sem proteção para eventuais quedas violentas. Com essa regra acionada, você pode entrar em uma operação já sabendo o quanto pode perder.

Exemplo: se você investir R$ 1.000,00 em uma ação e programar o stop loss em caso de prejuízo de R$ 100,00, isso significa que você limitou seu prejuízo em 10% do capital investido.

Um stop loss bem montado evita sangria nas finanças. Iniciantes que sofrem grandes prejuízos podem ficar traumatizados e desestimulados na Bolsa de Valores. O analista Rafael Ribeiro, da Clear Corretora, diz que o método evita desgastes emocionais.

O Stop Loss mostra que você está errado na operação. Sim, é ruim psicologicamente, mas tem que respeitar a proteção. Tem que pensar que um prejuízo pequeno pode ser recuperado. Por isso é importante determinar o stop loss.
Rafael Ribeiro

Exemplo:

Em 19 de fevereiro de 2020, a ação da Petrobras estava R$ 30,55. Quase um mês depois, em 18 de março, estava em R$ 11,29, desvalorização de 63%. Quem não armou o stop loss viu a ação derreter.

Risco do Stop Loss

Nem sempre a ordem de venda do stop loss é feita, contudo, automaticamente em uma queda do papel. A desvalorização pode ser tão forte que não há tempo para o ativo ser negociado. Neste caso, a operação continuará aberta, com preço abaixo do programado.

Para evitar isso, aconselha-se programar uma segunda ordem de venda com preço-alvo mais para baixo. Mesmo assim, as duas ordens de venda podem ser puladas sem negociação se a queda for abrupta e intensa. Não é algo comum, mas pode acontecer.

3. Média móvel

É uma média geral dos movimentos de uma ação em um período.

  • A média móvel indica a variação do preço da ação em um período que você deseja analisar. Saber a variação da ação é bom para tomar uma decisão mais equilibrada.
  • A média móvel é ótima em apontar tendências de alta, baixa ou de estabilidade do ativo.
  • A utilização de diferentes médias móveis ao mesmo tempo em um gráfico ajuda a enxergar melhor a variação do preço da ação em um período.

Como funciona uma média móvel

Vamos imaginar uma média móvel 10 (que representa os últimos 10 movimentos do tempo que você selecionou). Essa média móvel 10 é a soma dos 10 movimentos recentes da ação, dividido por 10. No gráfico que você fizer, a média móvel aparece como uma linha.

Suponhamos que você trace no gráfico uma média móvel de um período curto (10), um período médio (20) e um período mais longo (30) da mesma ação. A ideia é ver a variação do preço de uma ação de acordo com o tempo.

  • Uma linha mostra a média dos últimos 10 movimentos
  • Outra linha tem a média dos últimos 20 movimentos
  • Uma terceira linha tem a média dos últimos 30 movimentos

Os contornos das 3 linhas ao mesmo tempo darão uma visão mais clara da variação do preço no período avaliado.

Exemplo 1: Imagine que as 3 linhas aparecem coladas umas às outras no início do período selecionado no gráfico. As linhas quase grudadas são sinais de que a ação está estável (sem tendência de alta ou de baixa), pois as médias das 3 linhas estão próximas.

Exemplo 2: Pouco depois, se as 3 linhas subirem de forma semelhante, a sinalização é que o preço do ativo vem crescendo de forma progressiva.

Exemplo 3: Esse é o mais legal. Imagine que as 3 linhas das médias móveis (10, 20 e 30) estavam caindo no gráfico. No entanto, de repente, a linha 10 engata uma subida, enquanto a 20 e 30 ainda apontam queda.

média - Reprodução - Reprodução
Média Móvel - Indicador da Bolsa de Valores
Imagem: Reprodução

Isso significa que a ação está tendo rápida e intensa reversão, pois os últimos 10 movimentos do papel apresentam uma reação tão forte que a mudança de direção ainda não refletiu com força nas médias 20 e 30.

"O cruzamento das linhas é um indicativo clássico de tendência. Quando a média móvel 10 cruza a 20 para cima pode ser um sinal de compra da ação. Se a 20 cruza a 30 para cima é mais um sinal de compra", diz Fernando Góes, analista da Clear Corretora.

A média não garante, no entanto, que a ação vá manter o preço alto. Muitos outros fatores podem mudar o panorama. A combinação de média móvel com outras análises técnicas pode dar mais embasamento.

4. Suporte e resistência

É importante que você use o gráfico para traçar outros dois indicadores: suporte e resistência. Eles auxiliam a mapear melhor o histórico do ativo. Com o ponto máximo e mínimo marcados, é possível definir melhor uma estratégia.

Você abre o gráfico durante o pregão e nota que houve um pico de uma ação pela manhã. Dessa escalada que ocorreu pela manhã, você traça uma reta no ponto inicial da subida (o suporte) e outra reta no ponto máximo atingido (a resistência).

Como se fosse uma montanha: você passa uma reta no chão e outra reta no pico da montanha.

suporte - Reprodução - Reprodução
Indicadores da Bolsa - Suporte e Resistência
Imagem: Reprodução

Pronto. Você já identificou o chão (suporte) e o topo (resistência), delimitando o espaço entre esses dois indicadores.

Agora imagine que houve oscilações da ação nesse intervalo de tempo marcado com suporte e resistência. Suponhamos que o preço menor (suporte) seja R$ 50, e o preço maior, R$ 55 (resistência).

No vai e vem da ação dentro desses dois indicadores, ela passou um bom tempo com preço em torno de R$ 53. Aí percebe-se que, sempre que o papel caía para R$ 52, ele voltava a subir um pouco - algo que se repete algumas vezes.

O fato de o papel ter dificuldade em descer quando alcança o preço de R$ 52, é sinal de que um novo suporte se forma nesse ponto.

Não quer dizer que o rompimento de um suporte ou de uma resistência será sempre uma certeza de que o ativo vai seguir com tudo para a direção. Existem outros fatores, mas um rompimento de suporte e resistência pode ser um indicativo de tendência.

5. Fibonacci

Indicador muito usado na Bolsa, o Fibonacci ajuda a prever reviravolta ou manutenção da tendência no mercado financeiro. Funciona muito bem em gráficos. Imagine que, 10 minutos atrás, uma determinada ação alcançou seu preço máximo no dia. Agora o preço está caindo levemente.

A pergunta que fica é: será que essa ação vai cair mais ou logo volta a subir? Aí que entra o Fibonacci, A ferramenta ajuda a ver se o preço dessa ação está mais propenso a subir ou descer. Essa visualização de tendências feita pelo Fibonacci contribui numa decisão de compra ou venda de uma ação.

Como funciona o Fibonacci

Para abrir o Fibonacci no gráfico, é preciso que o investidor enxergue os pontos de suporte e resistência do ativo selecionado. Achando o "chão" (suporte) e o "teto" (resistência) da ação, o Fibonacci vai traçar automaticamente outras 3 retas dentro desse espaço delimitado.

fibonacci - Reprodução - Reprodução
Fibonacci - Bolsa de Valores
Imagem: Reprodução

Portanto, são cinco retas horizontais que formam o desenho Fibonacci clássico (de baixo pra cima):

  • 1ª reta - Traçada na base (suporte) - 0%.
  • 2ª reta - Traçada no nível 38,2%
  • 3ª reta - Traçada no nível 50%
  • 4ª reta - Traçada no nível 61,8%
  • 5ª reta - Traçada no topo (resistência) - 100%

Cada nível indica um ponto de atenção. Ou seja: se essa linha for ultrapassada pode ser uma tendência da ação (subida ou descida).

O padrão numérico Fibonacci foi desenvolvido no século 12 pelo matemático italiano Leonardo Pisano, que fez uma série de cálculos e chegou a uma conclusão intrigante: existe uma distância proporcional em diversos elementos da natureza,

A distância do cotovelo até o dedo do braço, os retângulos que formam as pirâmides do Egito, os galhos de determinadas plantas... Todos obedecem a uma mesma proporção.

As oscilações da Bolsa de Valores muitas vezes respeitam o padrão Fibonacci. Não à toa, o Fibonacci é bastante usado pelos investidores.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.