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Empresa de seguros da Caixa vai entrar na Bolsa; veja dicas para investir

Caixa vai vender ações da Caixa Seguridade, que faturou R$ 39,1 bilhões e lucrou R$ 1,8 bilhão em 2020 - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Caixa vai vender ações da Caixa Seguridade, que faturou R$ 39,1 bilhões e lucrou R$ 1,8 bilhão em 2020 Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

João José Oliveira

Do UOL, em São Paulo

16/04/2021 04h00

Resumo da notícia

  • Caixa Seguridade vai ter ações negociadas em Bolsa a partir de 29 de abril
  • Investidores interessados devem fazer reserva até dia 26 de abril
  • Veja mais sobre a oferta e recomendações de profissionais de mercado

A Caixa vai vender um pedaço de sua empresa de seguros, a Caixa Seguridade, em uma oferta pública inicial de ações, o chamado IPO, no próximo dia 29 de abril. Isso quer dizer que as ações dessa companhia poderão ser compradas na Bolsa por investidores interessados em ter uma parte da carteira aplicada nesse negócio.

A Caixa vai vender até 17,3% dessa empresa, que é dona de 13,5% do mercado de seguros no Brasil. No total, a operação pode chegar a 450 milhões de ações. Metade dessa oferta foi reservada para investidores de varejo (qualquer investidor que esteja na Bolsa), que têm até o próximo dia 26 para fazer uma reserva de compra. Antes de fazer a sua reserva de ações, veja o que dizem especialistas de mercado sobre essa oferta.

Os indicadores da Caixa Seguridade

A Caixa Seguridade tem participação em empresas das áreas de seguros, previdência, consórcio e capitalização. O faturamento dessa controladora atingiu R$ 39,1 bilhões em 2020, a receita operacional ficou em R$ 2,1 bilhões e o lucro foi de R$ 1,8 bilhão.

Veja abaixo alguns dos principais indicadores da companhia.

Vantagens e desvantagens de um IPO

Ofertas iniciais de ações costumam oferecer aos investidores um potencial de retorno maior, mas em compensação também representam mais risco para o capital.

Empresas que já têm ações negociadas na Bolsa há mais tempo publicam balanços a cada três meses e seus administradores são obrigados a prestar contas aos acionistas a cada trimestre.

Já companhias que vão lançar ações na Bolsa pela primeira vez tendem a exaltar números conquistados recentemente e apresentam um grau de transparência menor porque o histórico para comparar os dados é inferior ao de empresas já listadas.

Como avaliar então?

O investidor interessado em entrar em um IPO deve ter bastante atenção aos documentos divulgados nesse tipo de operação, como os prospectos. Mas esses materiais chegam a ter centenas de páginas. O da Caixa Seguridade, por exemplo, tem 835 páginas.

No IPO é muito importante o aplicador se cercar do máximo de informações porque temos visto muita especulação nessas operações, com variações fortes nos primeiros dias de negociação. Para isso, tem várias casas de análise que divulgam relatórios, com opiniões de analistas, notícias sobre a operação. O investidor deve reunir o máximo de informações que mostrem quais os planos da companhia com o dinheiro que vai captar.
Gustavo Bertotti, economista-chefe da Messem Investimentos

Conhece o setor? Por mais interessantes que sejam os números de uma empresa, o investidor deve checar se ele conhece o setor que a companhia atua, levando em consideração as vantagens e desvantagens desse negócio.

No caso da Caixa Seguridade, a pessoa interessada em entrar nesse IPO precisa ter familiaridade com o setor de seguros, os riscos e as qualidades desse mercado.

É um setor que acompanha o ciclo dos juros, que se beneficia dos juros quando sobem. Essas empresas têm duas fontes de faturamento: os ganhos da aplicação dos recursos que administra e as receitas do lado operacional, da venda de produtos de seguros e previdência, por exemplo. De maneira geral, é um setor que apresenta uma certa previsibilidade de receitas ao longo do tempo e, por isso, pode compor aquela parte mais conservadora de uma carteira de renda variável.
Carlos Macedo, especialista em bancos e analista da Ohmresearch

Quer ser sócio do governo? Outro ponto importante destacado pelos analistas é que o governo continuará sendo dono da maioria das ações da Caixa Seguridade. Se de um lado, isso representa a vantagem do suporte financeiro do setor público; de outro lado, o controle estatal pode virar interferência política, como as que ocorreram recentemente no Banco do Brasil, por exemplo.

Em todo o mundo, as empresas estatais usualmente são negociadas com algum desconto em relação às concorrentes privadas do mesmo setor por causa do risco de interferência do governo na companhia. O administrador da empresa pode estar fazendo um trabalho excelente, mas as prioridades podem mudar sempre que há troca de governo.
Carlos Macedo, da Ohmresearch

Pronto para manter ações por 45 dias ao menos? O investidor que comprar ações da Caixa Seguridade terá que ficar com o papel por pelo menos 45 dias, o chamado lock-up. É uma medida tomada em algumas ofertas públicas iniciais de ações para evitar a atuação de especuladores que podem provocar distorção do valor de mercado da companhia na estreia em Bolsa.

Detalhes do IPO da Caixa Seguridade

Para o investidor que considerou todos os pontos acima e segue interessado em analisar a Caixa Seguridade como opção para sua carteira de investimentos, seguem abaixo mais detalhes dessa oferta.

  • Faixa de preço: ficará entre R$ 9,33 a R$ 12,67
  • Oferta em reais: pode atingir R$ 6,5 bilhões
  • Fatia da empresa em oferta: até 17,3%
  • Aplicação para varejo: valor mínimo de R$ 1 mil e máximo de R$ 1 milhão
  • Calendário: Pedido de reserva de 13 a 26 de abril
  • Preço final: Será anunciado em 27 de abril
  • Estreia na Bolsa: 29 de abril
  • Pagamento da compra: 30 de abril

Quem quiser fazer a reserva terá que abrir conta em uma das 44 instituições financeiras autorizadas a participar da oferta. Para saber quais são, você pode consultar no documento "Aviso ao Mercado - Nova Divulgação", do dia 6 de abril, que está neste link.

Antes de investir em ações que seja via IPO, o investidor precisa ter claro seus objetivos de longo prazo e respeitar sua tolerância a perdas. A partir disto, procurar analisar os valores esperados da ação em comparação com empresas do mesmo setor para saber se o preço da ação no IPO está caro ou barato.
Carlos Castro, planejador financeiro da Planejar

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.