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Veja ações mais baratas que 1 litro de gasolina avaliadas por analistas

Vinicius Silva

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/12/2021 04h00

A alta do preço da gasolina no Brasil faz com que as comparações com outros produtos sejam quase inevitáveis. Afinal, pelo mesmo preço de um litro do combustível (ou muito próximo) é possível comprar até mesmo ações na Bolsa.

A pedido do UOL, os analistas Bruno Komura, da Ouro Preto Investimentos, e Enrico Cozzolino, da casa de análises Levante, listaram uma série de papéis com valor abaixo de R$ 8 -preço que o litro da gasolina já atinge em alguns estados do Brasil. Só uma das ações indicadas está um pouco acima desse preço, negociada a R$ 8,95.

Para Bruno Komura, a B3 atualmente oferece diversas ações de companhias baratas que, com menos de uma dezena de reais, fazem com que seja possível o investidor fazer bons negócios no longo prazo.

Confira abaixo os papéis e a avaliação de Komura e de Cozzolino, considerando cotações aproximadas em 8/12. O preço-alvo é o valor que os analistas esperam que a ação alcance.

Grupo Mateus (GMAT3)

Cotação: R$ 6,31
Preço-alvo: R$ 12,00

Atua principalmente no Nordeste e utiliza o modelo cash & carry, também conhecido por atacarejo, que mistura atacado e varejo. Em um momento de alta incerteza como o atual, pode ser bastante atrativo porque funciona como um setor contracíclico.

Hidrovias do Brasil (HBSA3)

Cotação: R$ 3,08
Preço-alvo: R$ 7,50

Sofreu muito com o setor agro, com problemas como safras de grão no Centro-Oeste e com a crise hídrica, onde a falta de chuvas afetou a produção e fez com que a demanda para escoar os grãos esfriasse. Tem potencial alto. Além além de ser um modal mais barato.

JHSF (JHSF3)

Cotação: R$ 5,53
Preço-alvo: R$ 8,20

O setor de construção civil tem sofrido muito por causa da conjuntura de alta dos juros, que deixa o financiamento imobiliário mais caro, e o aumento do desemprego. O resultado das empresas, porém, ainda não foi tão afetado. O público da JHSF é o de alta renda e tende a mostrar resistência mesmo com cenário adverso. A companhia é semelhante a uma holding, tem shoppings, incorporação, varejo e aeroporto.

Já Enrico Cozzolino, da Levante, opta por incluir a varejista Via, dona das Casas Bahia e Ponto Frio. Confira a avaliação do analista:

VIA (VIIA3)

Cotação: R$ 5,79
Preço-alvo: Em revisão

Apesar dos riscos, com desemprego elevado e inflação corroendo o poder de compra, a empresa está barata e com preço de março de 2020, no auge da crise do coronavírus, mesmo que a companhia já tenha avançado desde então.

Ânima (ANIM3)

Cotação: R$ 8,95
Preço-alvo:R$ 15

Educação superior. Uma das melhores empresas do setor, segundo Komura. Tem bom índice de retenção, boa percepção de qualidade dos cursos por parte dos alunos. Além disso, está presente no segmento de medicina, que tem alta resistência a crises.

Como avaliar as ações?

Apesar de o preço chamar a atenção do investidor iniciante, apenas o valor na tela do aplicativo da corretora não deve ser o único item a ser analisado antes da compra.

"O nível de preço da ação em si não pode ser um diferencial para a análise", disse Bruno Komura, da Ouro Preto Investimentos.

"É sempre bom analisar os múltiplos como o P/L (preço/lucro), P/VP (preço/valor patrimonial), EV/Ebitda (valor da empresa/Ebitda) da empresa em questão e comparar com concorrentes e pares para procurar questões para analisar", declarou o analista.

O investidor pode encontrar os dados nos balanços divulgados trimestralmente pelas companhias, disponíveis na parte de Relação com Investidores das empresas.

Além disso, de acordo com Virginia Prestes, estrategista de renda variável da The Hill Capital, o investidor não pode comprar uma ação só porque ela caiu muito ou está muito barata.

"Não vale a pena comprar uma ação só porque ela caiu muito. Esse é um erro que muitos investidores cometem. É necessário entender o motivo de aquele papel cair tanto. Pode ter acontecido algo com a empresa e ela mudou, justificando a queda", afirmou.

Para Prestes, antes de procurar pechinchas na Bolsa, o investidor precisa conhecer seu perfil de risco e fazer uma alocação consciente do dinheiro.

"Eu sempre gosto de falar de percentual de alocação. Então, identificar o perfil de investidor e pensar em um percentual em que ele poderá estar exposto em renda variável, pois, quando a Bolsa sobe, esse percentual fica mais representativo e ele vai vender um pouco das ações e realocar e, quando a Bolsa cai, ocorre o inverso e naturalmente ele vai acabar comprando na baixa e vendendo na alta, que é a maneira correta", disse.

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