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Milionário com bitcoin: é possível juntar R$ 1 milhão com moeda digital?

Especialistas mostram como conseguir juntar R$ 1 milhão em criptomoeda e se é seguro - Getty Images
Especialistas mostram como conseguir juntar R$ 1 milhão em criptomoeda e se é seguro Imagem: Getty Images

Fernando Barbosa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/02/2022 04h00Atualizada em 23/02/2022 10h45

Cotada atualmente na casa dos US$ 40 mil dólares (pouco mais de R$ 204 mil), o bitcoin chegou a superar a marca dos US$ 68 mil (cerca de R$ 346 mil) em outubro. Logo, a criptomoeda mais famosa do mundo sofreu uma desvalorização de 41% em menos de seis meses. Quem não conhece a moeda digital pode até se surpreender. Quem investe se depara com um sobe e desce diário do preço, mais intenso do que no mercado de ações.

Mas mesmo com oscilações brutas, vale a pena investir em bitcoin? É possível juntar R$ 1 milhão com aplicações em criptomoedas?Para responder a essas perguntas, o UOL ouviu especialistas, que avaliaram também riscos e oportunidades, e quais os investimentos mais vantajosos e o que deve ser ponderado no momento da escolha de uma moeda digital. Veja abaixo.

Riscos e oportunidades

No dia 14 de fevereiro, o bitcoin estava cotado em US$ 44.575,20 (mais de R$ 227 mil). Na segunda-feira (21), a moeda despencava para US$ 37.672 (aproximadamente R$ 192 mil) —uma queda de quase 15,5% em uma semana. Apesar do sobe e desce do preço, as possibilidades de ganhos expressivos com a criptomoeda têm atraído cada vez mais investidores.

Segundo Ney Pimenta, fundador e CEO da plataforma de negociações de criptomoedas BitPreço, há muitas oportunidades de obter lucros com o segmento. Entre elas, investir em criptomoedas mais conhecidas e sólidas no mercado, como solana (SOL) e ethereum (ETH), além do próprio bitcoin (BTC).

"O bitcoin ainda passa por uma fase de forte adesão. Até 2019, eram na maior parte indivíduos, mas desde então têm sido cada vez mais instituições, bancos e fundos", diz Alex Buelau, CTO (Chief Technology Officer) da Parfin, fintech especializada em cripto.

A especialista em ações da casa de análises Top Gain, Raquel Vieira, lembra que a moeda estreou no mercado valendo alguns centavos de dólares. "Foi uma valorização grande em pouco tempo e se tornou o ativo com maior valorização na última década", declara.

No entanto, ela lembra que o ativo é extremamente volátil. Uma das razões é que, diferente das Bolsas de Valores mundo afora, o bitcoin é negociado 24 horas por dia.

Ele [o bitcoin] consegue ter grandes oscilações em períodos mais curtos. No médio e curto prazo, se a pessoa não souber o melhor momento para comprar e vender, ela pode perder um bom dinheiro.
Raquel Vieira, especialista em ações da Top Gain

Mas há outras questões. Caso o investidor decida por abrir uma conta em uma corretora sem a estrutura necessária, ele pode ter seus ativos roubados por hackers. Esse problema também pode ocorrer com o investimento em moedas digitais recém-criadas, quando a origem e a confiabilidade do emissor são desconhecidas.

"Há riscos desde o ativo em si até em como utilizá-lo e, eventualmente, investir em criptomoedas e empresas que não são confiáveis", diz Pimenta, da BitPreço.

É possível ganhar R$ 1 milhão com bitcoin? Em quanto tempo?

Ney Pimenta, da BitPreço, diz que é possível ficar milionário com bitcoin no período de seis anos. Entretanto, isso depende de algumas variáveis do perfil de risco daquela pessoa e da valorização do ativo —algo difícil de prever.

Considerando um aporte entre R$ 1.000 a R$ 2.000 por mês, ele entende que seria possível chegar a R$ 1 milhão após dois ciclos de halving, termo usado para os momentos de disparada do preço do criptoativo. Segundo o CEO, cada ciclo costuma ocorrer, em média, a cada 3 anos.

É importante ter em mente o perfil do investidor. Se ele for mais moderado, pode demorar um pouco mais [para chegar a R$ 1 milhão]. Ele pode pensar em investir em moedas como bitcoin e etherium, que, como já estão consolidadas e são mais caras, a probabilidade de elevar muito o valor é menor.
Ney Pimenta, fundador e CEO da BitPreço

Para chegar lá no curto prazo, o caminho seria investir em criptomoedas desconhecidas, o que não é aconselhável. "Não é algo simples. Seria extremamente arriscado focar em uma meta como essa no curto prazo, e são grandes as chances do ativo virar pó", diz o especialista.

Quanto investir em criptomoedas?

Lançado em 2009, o bitcoin está entre os ativos de cripto mais consolidados no mercado. Mesmo assim, por ter pouco mais de uma década de existência, começou a ganhar espaço na carteira de recomendações de casas de análise recentemente.

Buelau, da Parfin, ressalta que a composição de criptoativos na carteira varia conforme o perfil do investidor —conservador, moderado ou arrojado. Ele destaca que a maioria dos fundos e bancos internacionais indicam entre 2% a 5% dos investimentos.

"Isso [a quantidade da carteira de investimentos dedicada a criptomoedas] depende do apetite ao risco [do investidor]. Existem pessoas que têm 100% do patrimônio em bitcoin, mas isso é considerado extremamente arriscado", diz.

Por isso, Vieira, da Top Gain, indica aos investidores mais conservadores ter entre 1% a 3% dos investimentos em moedas digitais. Caso o perfil seja mais arrojado, pode ser interessante ter até 10% do patrimônio em cripto.

"Se a pessoa tem um perfil mais conservador, não significa que ela não pode investir em bitcoin ou criptomoeda. Ela pode, mas deve pensar em colocar uma parcela pequena da carteira", explica.

Para quem tem perfil moderado, o mais indicado é ter entre 5% a 10%, segundo o CEO da BitPreço.

Quais os produtos disponíveis?

Para quem deseja comprar apenas bitcoin, é possível fazer isso por meio de exchange de criptomoedas. Exchange é o nome dado às empresas que fazem a troca de moedas fiduciárias (real, euro, dólar) por criptomoedas.

Algumas delas são Mercado Bitcoin, Binance, Crypto.com e Foxbit. Já o investidor que prefere utilizar serviços financeiros tradicionais, uma possibilidade é comprar cotas de gestoras que investem em bitcoin, como a Hashdex.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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Errata: este conteúdo foi atualizado
A desvalorização da criptomoeda foi de 41% em menos de seis meses, e não de 70%, como estava escrito anteriormente. O texto foi alterado.