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5 investimentos para proteger seu dinheiro da alta da inflação em 2022

Veja 3 simulações que mostram quanto aplicar por mês para juntar R$ 1 milhão protegido da inflação - Allanswart/iStock
Veja 3 simulações que mostram quanto aplicar por mês para juntar R$ 1 milhão protegido da inflação Imagem: Allanswart/iStock

João José Oliveira

Do UOL, em São Paulo

24/03/2022 11h00

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A inflação no Brasil fechou 2021 no maior patamar desde 2015 e não para de subir. Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, esse ambiente reforça a necessidade de o investidor ter aplicações que possam proteger a carteira diante da perda de poder aquisitivo que a inflação provoca. Veja abaixo uma lista de investimentos que, de alguma forma, podem dar uma maior segurança nesse momento. Acompanhe também três simulações de quanto aplicar por mês para juntar R$ 1 milhão protegido da inflação.

Inflação superando expectativas

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial de inflação no Brasil, atingiu 10,06% ano passado. Os economistas dizem que a alta dos preços este ano será menor que em 2021.

O problema é esse mesmo cenário aconteceu em 2021. No começo do ano passado, os economistas diziam que o IPCA anual seria de 3,3% —ou seja, menos que a inflação de 2020, que foi de 4,52%. Mas no fim do ano o que se viu foi uma inflação três vezes maior que as projeções iniciais, e duas vezes superior ao aumento do custo de vida em 2020.

Este ano, as projeções também estão subindo a cada semana. As estimativas em janeiro apontavam que o IPCA em 2022 seria de 4,5%; agora já estão em 6,6%.

Economistas dizem que essa inflação mais resistente desde 2021 está relacionada aos problemas criados pela pandemia, pela valorização do dólar e, agora, ao conflito na Europa após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Inflação de 625% desde o lançamento do real

Independentemente das causas da alta generalizada dos preços nestes dois últimos anos, o investidor deve sempre considerar o risco que a inflação representa, de acordo com os analistas. E quanto maior for o período que o investidor pretende manter o dinheiro investido, maior deve ser a atenção dele com os riscos criados pela inflação.

Economistas afirmam que, mesmo quando a inflação está relativamente controlada (abaixo de 5% ao ano), no acumulado ao longo do tempo o patrimônio é corroído.

Desde o lançamento do real, em julho de 1994, a inflação medida pelo IPCA já acumula alta de 625%. Assim, para a pessoa ter o poder de compra de R$ 100 que havia já 28 anos, ela teria que ter atualmente R$ 725,00.

Aplicações que acompanham a inflação

Especialistas dizem que há diversas formas de se montar uma carteira que proteja o investidor da inflação. Desde opções mais tradicionais e de baixo risco, como títulos do Tesouro Direto que acompanham o IPCA, até ações de empresas que têm maior poder de mercado para manter as receitas próximas da inflação.

Investimentos em produtos que seguem a inflação devem representar uma parte importante da carteira em qualquer situação, mas isso é especialmente mais importante para aplicações de longo prazo.
Paula Zogbi, analista da Rico Investimentos

5 investimentos para se proteger da inflação

1. Tesouro IPCA+

Os títulos públicos do Tesouro IPCA+ podem ser comprados no Tesouro Direto e têm o rendimento que acompanha a inflação, porque a rentabilidade é dada pela variação do IPCA mais uma taxa, que é prefixada —ou seja, definida no momento em que o investimento é feito.

Para quem é paciente e entende o conceito e o movimento da curva de juros, os títulos prefixados são tão ou mais interessantes que os pós-fixados.
Leandro Vasconcellos, chefe da mesa de alocação de alta renda da BRA Investimentos

Mas os analistas entrevistados pelo UOL declaram que o investidor precisa manter o título até o vencimento para obter o rendimento contratado, sem correr risco de perdas se tiver que se desfazer do papel antes do prazo definido.

No momento, o Tesouro Direto oferece seis opções de Tesouro IPCA, sendo três com pagamentos de juros semestrais e três sem pagamentos de juros semestrais. Os rendimentos oferecidos variam de IPCA + 5,48% ao ano, com vencimento em 2026, a IPCA + 5,81% ao ano, com vencimento em 2055.

Para o investidor que deseja manter suas aplicações por um ano ou mais, é importante adotar uma estratégia mais diversificada dentro da renda fixa. Neste caso, ativos atrelados à inflação, que acompanham a variação do índice e ainda pagam uma taxa prefixada, se tornam interessantes.
Arley Júnior, especialista em investimentos do Santander

3 simulações para juntar R$ 1 milhão no Tesouro IPCA+

O investidor que se organizar para aplicar em títulos do Tesouro atrelados ao IPCA pode juntar R$ 1 milhão, aproveitando o rendimento dos ativos para incrementar a renda mensal.

Considerando as taxas na última segunda-feira (21), veja quanto é preciso aplicar por mês para três típos de títulos IPCA+, conforme o vencimento de cada um, e então resgatar R$ 1 milhão no vencimento do papel.

  • IPCA+ 2026: R$ 16.530,89
  • IPCA+ 2035: R$ 11.600,35
  • IPCA+ 2045: R$ 1.335,80

Para investidores com objetivos de prazo médio e longo prazo, os títulos atrelados ao Tesouro IPCA são boas recomendações. Todos eles, além da rentabilidade pactuada, também contam com a correção pela inflação.
Rob Correa, analista de investimentos e autor do Guia do Investidor no Longo Prazo

2. Títulos privados de renda fixa indexados ao IPCA

Da mesma forma que existem os títulos públicos que acompanham a inflação, também há títulos de renda fixa emitidos por bancos ou empresas privadas que pagam um rendimento que acompanha o IPCA mais uma taxa prefixada. Entre essas alternativas estão LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), títulos emitidos por bancos para financiar o setor imobiliário e o agropecuário, respectivamente.

Na plataforma de comparação de investimentos App Renda Fixa, aparecem opções de LCIs de cinco anos que pagam até IPCA + 6,4%, com vencimento em 2027.

As taxas de retornos desses investimentos são mais altas que as dos títulos do Tesouro para prazos parecidos, mas eles também apresentam um risco de crédito maior que o do governo. Se a empresa ou banco tiver dificuldades financeiras, pode optar por não pagar aos investidores de seus títulos.

O risco que o investidor assume é o risco de quem está emitindo o título. Enquanto o banco estiver solvente, a dívida será honrada. A aplicação tem garantia do FGC [Fundo Garantidor de Crédito], mas é preciso avaliar a qualidade de crédito do emissor, que é o banco.
Luigi Wis, especialista em investimentos da Genial Investimentos

3. Fundos de investimento e ETFs

Já entre as alternativas de investimento com maior risco surgem os produtos como fundos que investem em títulos de renda fixa indexada à inflação —tanto ativos públicos como privados. Esses fundos têm como referência índices de renda fixa, como o IMA-B, que acompanha o rendimento dos títulos públicos de inflação com vencimento em até cinco anos, ou o IMA-B 5+, com vencimentos a partir de cinco anos.

Também existem os fundos listados em Bolsa, os ETFs (Exchange Traded Funds), que replicam o movimento desses mesmos índices, como o IB5M11 e o IMAB11.

4. Fundos imobiliários com contratos ligados ao IGP-M

Alguns tipos de fundos imobiliários (FIIs) possuem na carteira imóveis cujos contratos de aluguel são ajustados pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado, conhecido popularmente como inflação do aluguel).

Economistas afirmam que os contratos de aluguel não seguem exatamente o IGP-M —em especial em anos de crise econômica, quando os aluguéis tendem a ser reajustados com variações inferiores a ele. Mas ainda assim esses fundos imobiliários podem ocupar parte da carteira de quem busca proteger o investimento da oscilação da inflação medida pelo índice.

5. Ações

Mesmo na Bolsa de Valores é possível ter uma estratégia de proteção contra a inflação, segundo os profissionais de mercado. Para eles, grandes empresas que são líderes em seus setores, quando bem administradas e com grande base de clientes, têm mais poder para reajustar os preços de seus produtos e serviços em linha com a inflação.

Com isso, a receita da empresa cresce, e o seu valor também. Tudo isso pode levar a altas nas ações.

Segundo gestores de renda variável, não dá para garantir que o investimento em ações vai render acima da inflação no curto prazo. Mas escolher boas empresas pensando em longo prazo é uma forma de proteger o dinheiro.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.