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Curto, médio, longo: qual o prazo ideal para resgatar o dinheiro investido?

Curto, médio ou longo: você sabe qual o prazo ideal para os seus investimentos? - Getty Images/iStockphoto
Curto, médio ou longo: você sabe qual o prazo ideal para os seus investimentos? Imagem: Getty Images/iStockphoto

Fernando Barbosa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/04/2022 04h00

Por conta do avanço da inflação --que nos 12 meses até dezembro chegou a 10,06% e, no mesmo período até março, a 11,30%--, o Banco Central iniciou um movimento de reajuste dos juros. Assim, a taxa básica de juros, a Selic, saiu de 2% para os atuais 11,75% ao ano, entre março do ano passado e o mesmo mês deste ano.

O cenário de juros em alta é algo que o brasileiro conhece bem. Historicamente, o país convive com juros acima dos dois dígitos ao ano. No entanto, em momentos assim, é comum que investidores saquem o dinheiro investido para encontrar opções mais rentáveis, que condizem com aquele momento do mercado.

Mas especialistas ouvidos pelo UOL dizem que retirar o dinheiro antes do prazo de vencimento nem sempre é uma boa ideia. Entenda logo abaixo por quê.

Prazo ideal mínimo é de 3 a 5 anos

Normalmente, investidores tomam a decisão de realizar aportes em determinado investimento no médio e longo prazo com bastante convicção. Entretanto, em alguns casos há uma mudança de mentalidade no meio do caminho após algum sobe e desce no mercado.

Ao analisar o desempenho de fundos multimercado nos últimos cinco anos, os analistas Rodrigo Sgavioli, Clara Sodré e Carolina Oliveira, da XP Investimentos, orientam a manutenção dos investimentos por um prazo de pelo menos três a cinco anos.

"Via de regra, entendemos que investimento é um jogo de longo prazo. Entretanto, quando muitos investidores resolvem realizar sua decisão de resgate e alocação analisando janelas muito curtas de tempo, excelentes gestores de fundos também são penalizados em detrimento da performance de curtíssimo prazo, pois os resgates acabam acontecendo de forma generalizada", afirma o trio em relatório.

O resultado? O gestor não é o único prejudicado. O investidor perde tanto na saída do investimento em um momento ruim, vendendo por um preço abaixo do que foi pago, quanto na sua recuperação.

Por que o longo prazo é importante?

Em ano de aumento dos juros, fundos como os multimercados passam a ser mais interessantes. Isso porque o seu retorno, baseado no CDI, é afetado conforme o movimento da Selic.

Mas, caso o investidor não possua na carteira opções atreladas ao CDI já do crescimento dos juros, ele pode perder o momento mais interessante para rentabilizar o ativo. O melhor cenário é manter um percentual da carteira neste tipo de opção.

No caso do resgate prematuro de investimentos de fundos, Sgavioli, Sodré e Oliveira dizem, ainda, que isso pode significar o pagamento de impostos maior do que o rendimento em um curto espaço de tempo.

"Muitos investidores resgatam de fundos multimercados mesmo quando eles estão com retornos positivos em janelas curtas [menos de 2 anos], porém abaixo ou muito próximo do CDI. Nessas ocasiões, em caso de resgate, haverá incidência de Imposto de Renda e, quanto menor o prazo investido, maior a alíquota de IR utilizada", declaram.

Pelas regras da Receita Federal, a alíquota do Imposto de Renda pode variar entre 22,5% a 15%, dependendo do tempo de permanência daquele investimento.

Os analistas destacam que investimentos feitos nas classes corretas e de forma diversificada podem garantir até 80% de retorno para a carteira no longo prazo —o que, por si só, já seria um bom rendimento.

Por fim, o trio diz que cada investidor deve dedicar mais tempo para analisar qual será a participação ideal dos multimercados no portfólio. "Gaste mais tempo entendendo qual percentual deverá ter de multimercados na sua carteira e também entendendo quais os gestores e fundos que trarão maior conforto para você, sabendo que eles vão chacoalhar de vez em quando", declararam.

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