Alta de 200%? Veja as ações nanicas que mais subiram e se vale investir
As ações "nanicas", mais conhecidas como "small caps", sofrem mais com o sobe e desce da Bolsa, mas podem ser uma ótima oportunidade de investimento para quem não liga para essas oscilações. Tanto é que estão entre as ações mais valorizadas da Bolsa de Valores de São Paulo. Algumas delas, inclusive, já renderam mais de 200% este ano. Mas, como tudo tem seu lado B, é bom avisar que risco do investimento é bem maior.
Por definição, as "small caps" são os ativos de empresa que têm um faturamento anual entre R$ 300 milhões e R$ 2 bilhões. Apesar do nome, isso não quer dizer que sejam empresas pequenas, ressalta Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos.
No grupo das "pequenas ações" estão empresas como a M. Dias Branco (MDIA3), dona da marca de massas Adria e das bolachas Piraquê. Tem também a Zamp (BKBR3), atual denominação da BK Brasil, dona da rede de lanchonetes Burger King, e a fabricante de calcados Vulcabras (VULC3).
Veja abaixo
Quais foram as empresas que mais ganharam? Existem papéis que renderam 211% (do começo do ano até 8 de agosto), como é o caso da Dommo Energia (DMMO3), antiga OGX Petróleo e Gás, do empresário Eike Batista. A empresa de petróleo entrou em recuperação judicial em 2013 e quatro anos depois, ao fim do processo, mudou de nome para Dommo.
Tem também a operadora de maquininhas de pagamento Cielo (CIEL3), com 123,67% de alta. Veja as dez mais valorizadas entre 3 de janeiro e 8 de agosto, conforme levantamento da Economatica:
- Dommo (DMMO3) 211,54%
- Cielo (CIEL3) 123,67%
- Kepler Weber (KEPL3) 75,53%
- Log-In (LOGN3) 49,03%
- Enauta Participações (ENAT3) 46,97%
- Vulcabras (VULC3) 45,19%
- Mills (MILS3) 39,09%
- M.Dias Branco (MDIA3) 38,20%
- BK Brasil/Zamp (BKBR3) 36,79%
- Alliar (AALR3) 36,61%
Por que elas valorizam tanto? As ações nanicas geralmente são de companhias em crescimento. Uma empresa "small cap" dobra de tamanho com mais facilidade e bem antes do Itaú (ITUB4), por exemplo, conseguir ser duas vezes maior, explica André Zonaro, analista da Nord Research. É como comparar a habilidade de uma lancha com a de um transatlântico.
Mas todas as "small caps" subiram? Esses retornos são de encher os olhos. Mas é preciso ir além deles, segundo o analista. Elas são um ótimo investimento para quem quer altos rendimentos, mas o risco é muito grande, afirma ele.
Compare com o Ibovespa, por exemplo. No acumulado do ano, o índice teve crescimento acumulado no ano de 6,05%. Mas o índice SMLL, das "small caps" da B3, está negativo no mesmo período em 4,05%. Ou seja, essas ações foram na contramão de outras com características semelhantes.
Por que essas ações são mais arriscadas para investir? Por serem menores, elas são muito sensíveis ao noticiário, diz Bertotti. Se a inflação sobe, o dólar cai, os juros aumentam ou se há especulações de compra da empresa, a "small cap" sempre cai muito ou sobe muito.
É o que acontece com a Dommo. "Há rumores de que ela pode ser comprada", diz o economista da Messem. A petroleira não pertence mais a Eike Batista. A Prisma Capital, gestora de investimentos alternativos, tem o controle da Dommo com mais da metade das ações. Desde 2017, quando mudou de nome, a Dommo acumula uma perda de 87% na Bolsa.
Como o principal objetivo dessas companhias é crescer em seus mercados, é isso que impulsiona suas ações. "O problema é que esse plano de crescimento pode não dar certo. Ou ainda, demorar mais para acontecer que o previsto", diz o analista da Nord.
Recuperando a perda: A Dommo, a Cielo, BK e M. Dias Branco estão apresentando alta valorização recentemente. Mas, quando se analisa o histórico da ação, o resultado ainda é negativo. Ou seja: esse grupo de small caps apenas recuperou parte do valor que perderam.
É o caso de Cielo. Nos últimos cinco anos, a empresa acumulou perdas de 78% - embora a ação esteja em disparada agora. Vale a pena investir nessas empresas? Pode ser um bom investimento, mas a maré pode virar a qualquer momento.
E existem opções mais estáveis? A empresa de Soluções para Armazenagem Agrícola Kepler Weber, a Log-In, de logística, a Mills, de engenharia, e a fabricante de alimentos M.Dias Branco estão num grupo intermediário que vem apresentando crescimento há mais tempo e mais conscientes, segundo Zonaro. "São ótimas companhias", diz Bertotti.
Mas é preciso abrir o olho para as outras. A Alliar, por exemplo, é um grupo de medicina diagnóstica que foi comprado em abril pelo empresário Nelson Tanure por R$ 1,25 bilhão. Ele comprou a participação do fundo Pátria e dos médicos fundadores na empresa. Desde então, os investidores estão comprando mais a ação, o que leva o papel a se valorizar, diz Zonaro.
Antes de investir, é sempre bom analisar principalmente o nível de endividamento das empresas. É ele que determina muitas vezes se o plano de crescimento da companhia "small cap" vai ou não dar certo.
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