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Com o preço do novo iPhone 14, quantas ações da Apple consigo comprar?

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

07/09/2022 15h56

A Apple acabou de lançar o novo iPhone 14, em um evento feito na sua sede Apple Park, em Cupertino, Califórnia.

Será que vale a pena comprar o novo smartphone? Com o valor, quantas ações da Apple consigo comprar?

Em 2007, quando o primeiro iPhone foi lançado, o aparelho custava US$ 600. Se esse valor tivesse sido aplicado em ações da fabricante do smartphone, a Apple (AAPL), o investidor teria hoje US$ 23 mil — valor que seria suficiente hoje para comprar agora 23 novos iPhones.

Quanto custa o novo iPhone 14? Valores lá fora começam em US$ 799 para o iPhone 14 e vão até US$ 1099 para o iPhone Pro Max, com pedidos a partir do dia 9 de setembro e chegada a partir do dia 23.

No Brasil, o modelo mais simples custará R$ 7.599 e o mais caro, iPhone 14 Pro Max (1 TB), sairá por R$ 15.499.

Como comprar ações da Apple? Existem duas maneiras de investir em papéis de empresas negociadas em bolsas americanas. Você pode comprar recibos de ações na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. São os chamados BDRs (Brazilian Depositary Receipts).

O BDR é negociado pelo código AAPL34 e custa R$ 80,64. O dólar hoje, 7, está em R$ 5,25.

Com o valor do modelo mais barato, seria possível comprar 94 recibos de ações da empresa na B3. Com os R$ 15.499 do iPhone Pro Max de 1 Tera, seriam192 BDRs.

Outro jeito é abrir uma conta internacional e comprar diretamente a ação na Nasdaq, a Bolsa americana de ações de tecnologia. Algumas empresas, com a Avenue Capital e a XP Securities, fazem isso.

Atualmente, as ações da Apple custam US$ 154,46. Para o investidor americano, seria possível comprar cinco ações com o dinheiro do modelo mais em conta e ainda sobraria US$ 26,70. Já o modelo Pro Max poderia ser convertido em sete ações e ainda sobrariam US$ 17,78 de troco.

Já o investidor brasileiro poderia comprar mais ações, já que o aparelho por aqui vai sair mais caro. Seria possível comprar nove ações com o preço do modelo mais simples e 19, com o preço do mais caro.

É um bom investimento? "É um investimento que pode valer bem mais a pena que comprar o aparelho", diz William Castro Alves, estrategista chefe da Avenue Capital.

Isso porque as ações da Apple, na bolsa americana, nos últimos cinco anos, tiveram uma valorização de 289% e estão cotadas a US$ 154,46. Mas 2022 não tem sido bom para o papel. Desde o início do ano, o ativo perdeu 15,1% do seu valor.

Os BDRs da Apple (AAPL34), que são negociados em reais, caíram 21,9% no ano, para R$ 80,64. Mas desde que começaram a ser negociados na Bolsa para pessoas físicas, em outubro de 2020, acumulam uma alta de 25%. Nos últimos cinco anos, incluindo o período em que só empresas podiam compra o ativo, a valorização é estratosférica: 555%.

E a ação deve subir mais? A média das estimativas do mercado projeta que em 12 meses o papel da companhia chegue a US$ 181,50, com uma valorização de 17,45%. O Bank of America estimava que as acoes poderiam chegar a US$ 200 em 12 meses. Mas recentemente o banco reviu o valor para US$ 185.

O que move a ação da Apple? "Geralmente, quando acontecem eventos de lançamentos como esse de hoje, a ação sobe", diz Gabriela Mayumi Alves Shibata, gerente de produtos da B3. No lançamento do primeiro IPod, em 2001, por exemplo o preço da ação reagiu negativamente nos dias seguintes ao anúncio. Mas no o anúncio do iPhone, em 2007, a novidade foi bem recebida e a ação subiu.

Inflação e juros altos, por sua vez, geralmente fazem o papel cair. "A subida na taxa de juros nos EUA afetou fortemente o que chamamos de empresas de crescimento - que devem gerar crescimento daqui para frente em relação a outras mais maduras e mais bem estabelecidas. As empresas de tecnologia geralmente são de crescimento. E por conta disso, vimos ações como as da Apple serem bastante pressionadas este ano por conta dessa dinâmica", diz Jennie Li, estrategista de ações da XP.

Mais da metade do lucro da companhia vem da venda de aparelhos smartfones. É por isso que o desempenho recente não tem sido bom .A outra parte da receita provem de serviços como o iCloud, o iTunes e Apple TV. E, como qualquer outra ação, quando a empresa vai bem ou dá prejuízo, os ativos acompanham.

Quantos brasileiros investem na Apple? O interesse dos brasileiros em recibos de ações da Apple tem crescido nos últimos tempos, segundo um levantamento da B3. O total de investidores pessoas físicas passou de 27.725 no fim de 2020 para 71.880 em julho passado - um crescimento de 159%.

A maioria dos investidores, assim como acontece ainda com outras ações do mercado financeiro, são homens. São apenas 24% de mulheres, contra 76% de homens. A maior fatia está entre os jovens adultos: mais da metade (36.741) dos investidores têm entre 25 e 39 anos.

Quais são os BDRs mais negociados por pessoas físicas na B3?

O BDR da Apple está em sexto lugar na preferência dos investidores brasileiros pessoa física. A lista dos preferidos é majoritariamente composta por empresa de tecnologia e tem a fabricante de automóveis elétricos de Elon Musk, a Tesla em primeiro lugar. Confira a lista:

  1. Tesla (TSLA34)
  2. Mercado Livre (MELI34)
  3. Meta (M1TA34)
  4. Google/Alphabet (GOGL34)
  5. Microsoft (MSFT34)
  6. Apple (AAPL34)
  7. Amazon (AMZO34)
  8. Alibaba (BABA34)
  9. Netflix (NFLX34)
  10. Nvidia (NVDC34)

Qual é a vantagem de investir numa empresa estrangeira? Além da valorização da ação, no caso de empresa ir bem, o investidor também tem a seu favor uma proteção cambial, já que a cotação do dólar também tem influência sobre os ativos.

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