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Poupança: com Selic mantida em 13,75%, quanto rendem R$ 1.000 por ano?

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Mariana Desidério

Do UOL, em São Paulo

21/09/2022 18h39

O Banco Central decidiu nesta quarta-feira manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano. A taxa Selic vem em uma sequência de altas desde abril de 2021, como forma de tentar conter a inflação no país.

Ainda que a Selic não tenha aumentado, investidores de renda fixa continuam sendo beneficiados, uma vez que ela permanece alta. Parte das aplicações na renda fixa estão atreladas à taxa. Já os rendimentos da poupança continuam congelados, e perdem em rentabilidade para aplicações na renda fixa, mesmo as mais conservadoras.

Veja a seguir quanto rendem R$ 1.000 por ano na poupança e em outros investimentos com a taxa Selic mantida em 13,75%.

O que acontece com a manutenção da Selic?

Opções de investimentos atreladas à Selic continuam interessantes para o investidor, como o Tesouro Selic, título público federal que acompanha a taxa básica de juros. Aplicações que seguem a remuneração do CDI (Certificado de Depósito Interbancário, taxa cobrada em operações entre bancos) também são interessantes, como os CDBs e os fundos DI.

Já a poupança perde em rentabilidade em comparação com essas duas opções. Ela mantém o rendimento de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR). Sendo assim, o retorno da poupança hoje é de 6,17% ao ano, mais a TR. Essa conta vale para quando a Selic está acima de 8,5%. Com a Selic abaixo de desse patamar, a poupança rende 70% da Selic, mais a TR.

"Estimamos continuar com juros altos por mais tempo, por isso investimentos de renda fixa e atrelados ao CDI são uma boa opção, uma vez que a inflação no mundo vai demorar para diminuir", diz Enrico Cozzolino, chefe de análise da Levante Investimentos.

"O investidor está sendo pago para esperar. Devemos ter ainda um ciclo de nove a 12 meses de taxa de juros em um patamar mais elevado", diz Felipe Pires, diretor de Wealth Management da Eleven Financial.

Veja a seguir quanto rendem R$ 1.000 em diferentes aplicações, com a Selic a 13,75%, no prazo de 12 meses. O cálculo foi feito por Márcio Loréga, chefe de Equity Research e Economia do PagBank, a pedido do UOL.

Com esse prazo, o investidor paga 17,5% de imposto de renda nos investimentos tributados. Se o resgate for feito antes disso, haverá alíquota maior: 20% para resgates feitos entre seis meses e um ano, e 22,5% para resgates feitos em até seis meses.

Quanto rendem R$ 1.000 em 12 meses com a Selic a 13,75%?

- Poupança: R$ 61,70
- Fundos DI: R$ 136,50
- Tesouro Selic: R$ 137,50

Quanto o investidor poderá sacar com a Selic a 13,75% após 12 meses:

- Poupança: R$ 1.061,70
- Fundos DI: R$ 1.136,50
- Tesouro Selic: R$ 1.137,50

E a inflação?

É importante que o investidor fique atento também ao comportamento da inflação, pois ela impacta no ganho real de suas aplicações.

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, referência para medir os reajustes nos preços) dos últimos 12 meses até agosto ficou em 8,73%. Se essa taxa se mantiver, vai corroer cerca de R$ 87,30 de uma aplicação de R$ 1.000 mantida por 12 meses.

Veja o rendimento líquido de algumas aplicações, descontando a inflação, de R$ 1.000 após 12 meses:

- Poupança: perda real de R$ 25,60
- Fundos DI: R$ 25,31
- Tesouro Selic: R$ 26,13

Os juros vão começar a cair?

A expectativa de analistas é que os juros permaneçam altos por mais um tempo, considerando o cenário macroeconômico nacional e internacional, com inflação ainda alta. Nesta quarta-feira, o Federal Reserve (o Banco Central dos Estados Unidos) anunciou a elevação dos juros em 0,75%, para uma faixa de 3% a 3,25%, justamente para combater a disparada da inflação.

Ainda que o Brasil tenha tido dois meses de deflação, ou inflação negativa, ela se deu principalmente por conta de redução de impostos nos combustíveis e na energia elétrica. "Os outros itens continuam com alta de preços e a redução de impostos tem um limite", diz Cozzolino, da Levante.

Uma dúvida que fica é sobre a continuidade das desonerações promovidas pelo governo brasileiro. "É algo que vale até o fim do ano e não se sabe se será renovado, fazendo com que a inflação continue cedendo ou não", diz Pires, da Eleven.

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