Por que ação da Yduqs, de educação, pode valorizar até mais de 160%?
Quando uma ação sobe de repente e se mantém em alta - o mercado gosta de dizer que está acontecendo um "rally". É isso que vem ocorrendo recentemente com ações de educação, principalmente com Yduqs (YDUQ3), a dona das faculdades Estácio, Ibmec, UniToledo, da Wyden Educacional e da Damásio Educacional.
Com mais de 1,1 milhão de alunos e quase 16 mil colaboradores, é o maior grupo de educação superior no Brasil. Nos últimos 40 dias, o papel chegou a acumular ganhos de mais de 15% e chegou a disparar 10% em um único dia. Mas o papel também teve dias de queda. Agora, os ganhos do ultimo mês soma 3,74%. No ano, no entanto, a queda é de 35,3%.
Apesar desse sobe e desce no preço, a XP Investimentos acredita que a ação pode chegar a valer R$ 33,70, alta de 164,1% em 12 meses. Por que a ação está subindo? Ela pode dobrar de valor? Como as eleições afetam a Yduqs e as outras empresas de educação?
Como as eleições mexem com as ações? Desde que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva postou em seu Twitter em 17 de setembro que "O ProUni vai voltar com força, o Fies vai voltar com força, e as universidades vão ter força", as ações do setor vêm tendo picos de alta. No pregão seguinte ao dia da declaração, a YDUQ3 subiu mais de 10%.
Do mesmo modo, porém, quando notícias relacionadas ao avanço da candidatura do então presidente Jair Bolsonaro pipocam, as ações do setor caem. Foi o que se passou na semana passada, com a definição da disputa dos dois no segundo turno. Mas Yduqs é a que menos vem oscilando.
As falas do candidato do PT têm gerado impacto por um simples motivo: "O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) foi o principal impulsionador do crescimento do setor até 2014, tendo seu escopo bastante reduzido mais tarde", explica o Goldman Sachs, que publicou um documento para acionistas sobre o tema.
Para o banco, as notícias podem continuar reverberando na valorização das ações. "Não descartamos potenciais efeitos sobre o desempenho das ações", publicou o banco americano.
E se o resultado da eleição for outro? A mola propulsora do setor pode perder força. Mas para Yduqs, o BTG acredita que a companhia tem potencial para crescer seja qual for o resultado da disputa eleitoral.
"Nossa visão se baseia no crescimento no segmento de educação digital, tanto pelo aumento de participação de mercado, quanto pelo aumento no número de estudantes de medicina, tanto pela maturação das vagas atuais, quanto pela aprovação de novas vagas. E também por sua eficiência operacional", publicou o banco.
Quais são as principais ações do setor de educação? Na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, existem seis empresas do setor de educação listadas: Anima (ANIM3), Bahema Educação (BAHI3), Cogna Educação (COGN3), Cruzeiro do Sul Educacaional (CSED3), Ser Educacional (SEER3) e YDUQS.
Fora da B3, na Nasdaq, em Nova York, são negociados os papéis da brasileira Vitru Educação (VTRU), maior grupo educacional especializado em EAD (Educação a Distância) do Brasil, com uma participação de mercado superior a 20%.
E qual ação tem destaque? Dentre as listadas aqui, a Yduqs é a que oferece maior chance de ganhos, dizem analistas. Para a XP, por exemplo, o valor da ação pode maiis do que dobrar.
Ao contrário de algumas concorrentes, como a Cogna, a Yduqs, ressalta a XP tem um endividamento moderado. "Apesar de realizar algumas aquisições estratégicas, e por mais que a empresa possa vir a fazer mais investimentos em crescimento inorgânico, acreditamos que a Yduqs entregue proventos acima dos mínimos previstos por lei do ano de 2022 em diante", publicou a XP.
Para se ter uma base de comparação, ao final do segundo trimestre, a dívida da dona das faculdades Anhanguera totalizava R$ 3 bilhões. Mas o indicador de alavancagem financeira, que, de certa forma, mede o quanto a empresa está enrolada com suas dívidas, calculado pela dívida líquida dividida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) era de 2,4 vezes.
No caso da Yduqs, a dívida é até maior. Chegou a R$ 4,315 bilhões ao final do segundo trimestre, um crescimento de 31,7% na comparação com a mesmo período de 2021. Mas o indicador de alavancagem financeira, ficou em 1,9 vez - bem menor.
É uma boa investir? Na semana passada, a ação estava nas carteiras recomendadas do BTG e da Mirae Asset. Já essa semana, não aparece nas carteiras recomendadas de grandes gestoras e bancos para a semana.
Entre os bancos que analisam a empresa, sete recomendam a compra e sete são neutros - melhor nem comprar e nem vender. O maior preço-alvo é o colocado pela XP, de R$ 33,70, para os próximos 12 meses, independente do cenário político. Isso representa uma alta de 164,1%. Já o menor preço-alvo é o do Citibank, de R$ 14, alta de apenas 9,72%.
Para o BTG, a ação "sinaliza reversão de tendência de baixa para alta no curto prazo" e por isso é uma boa oportunidade de compra. Ou seja, deve parar de cair e subir em poucos meses ou até semanas.
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