O que aconteceu com o dólar em 2022?
O dólar deve terminar o ano de 2022 com uma variação não muito alta: algo em torno de 2% se nenhuma surpresa acontecer até 31 de dezembro.
Como foi o sobe e desce em 2022?
- O gráfico do comportamento do dólar mostra um "V": no primeiro semestre, foi caindo. Mas no meio do ano voltou a subir.
- A moeda começou em janeiro valendo R$ 5,68. Em 4 de abril, atingiu o valor mais baixo: R$ 4,60.
- O maior valor foi registrado em 22 de julho: R$ 5,49.
Guerra na Ucrânia favoreceu
Por causa do boicote adotado quando a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro, o Brasil e outros países emergentes, como o México, foram beneficiados, passando a exportar mais produtos básicos (commodities), como petróleo e metais.
Esse fluxo positivo no comércio exterior trouxe mais dólares para o Brasil, aumentando a cotação do real.
O que aconteceu a partir de julho?
- O banco central americano, o Fed, começou a aumentar os juros por lá para tentar controlar a inflação e evitar uma recessão.
- Isso atraiu investidores para lá, reduzindo a quantidade de dólares por aqui.
- Houve grandes "lockdowns" na China para conter a covid-19. Isso fez a demanda do país por metais e minerais cair muito.
- Empresas brasileiras exportadoras, como a CSN (CSNA3), a Usiminas (USIM5) e a Vale (VALE3) passaram a vender bem menos e, consequentemente, entraram menos dólares no Brasil, fazendo a cotação subir.
Com a proximidade das eleições, o risco aumentou aqui.
Evandro Caciano dos Santos, diretor de câmbio da Trace Finance
- O investidor estrangeiro, segundo ele, até gosta do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. A agenda ambiental e o plano de restabelecimento das relações internacionais agradam a esse investidor.
- Tanto que a Bolsa brasileira recebeu R$ 2,4 bilhões em capital estrangeiro entre a eleição de Lula e o final de novembro, segundo levantamento feito por Einar Rivero, do TradeMap.
- Mas esse humor virou com a perspectiva de gastos públicos maiores.
O investidor fica pensando de onde vai sair o dinheiro para financiar isso: será aumento de impostos para as empresas?
Fabrizio Velloni, da Frente Corretora
E como vai ser em 2023?
O Fed continua subindo os juros, e esse é um fator negativo.
Bernardo Brites, presidente da Trace Finance
- O começo do ano, pelo menos, segundo ele, vai ser conturbado. Até que se defina qual vai ser a política de gastos, impostos e investimentos do novo governo, tudo fica em suspense.
- A única certeza é negativa: a intenção do governo americano de subir mais os juros.
- No lado positivo, pode estar a China. O governo chinês revogou algumas medidas drásticas de sua política de covid zero. Pode ser que isso ajude as exportações brasileiras.
- Mas depende de como a covid, que está explodindo na China, vai se comportar no país.
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