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Ações de educação disparam de olho no novo Fies: vale investir?

Ganho é bilionário. Apenas hoje, as seis empresas de educação com capital aberto na Bolsa de Valores já ganharam R$ 1 bilhão em valor de mercado. - Agência Brasil
Ganho é bilionário. Apenas hoje, as seis empresas de educação com capital aberto na Bolsa de Valores já ganharam R$ 1 bilhão em valor de mercado. Imagem: Agência Brasil

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/03/2023 14h28

As ações de empresas de educação estão em alta hoje, depois que o Ministério da Educação disse que pretende rever o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).

Ganho é bilionário. Apenas hoje, as seis empresas de educação com capital aberto na Bolsa de Valores já ganharam R$ 1 bilhão em valor de mercado. O levantamento é do Trademap e considera o valor das ações até as 13h.

A ação da Anima (ANIM3), dona da Anhembi Morumbi e da São Judas, tem a maior alta do dia, com 15,29% até as 13h, porém acumula queda de 2,33% no ano.

A segunda ação com a maior alta hoje é a Yduqs (YDUQ3), dona da Estácio e Ibmec, com valorização de 13,65% e queda de 24,68% no ano.

Cogna (COGN3), dona da Rede Anhanguera e Sistema Anglo de Ensino, está subindo 12,38% hoje e tem valorização de 6,6% no ano, diz o Trademap.

Das seis ações, somente a Bahema (BAHI3) está em queda no dia, de 1,55%.

Fies será reformulado. O ministro da educação, Camilo Santana, criou um grupo que irá analisar a situação atual do Fies.

Entre as questões que devem ser reavaliadas estão o limite de financiamento e a desburocratização do programa. A intenção é que o Fies seja 100% digital a partir da próxima edição.

O valor do teto de alguns cursos, como o caso de medicina, também entrará na pauta de discussão. "Tudo para que o aluno que deseja ter seu curso financiado pelo Fies possa ter regras mais sociais, mais justas e mais transparentes", disse Santana ao anunciar a formação do grupo de trabalho.

Vale a pena investir em educação na Bolsa?

As empresas de educação vêm de um período muito difícil. Além da falta de investimento que encolheu os programas de financiamento estudantil, houve a pandemia que levou muitos alunos para o ensino à distância (EAD) com mensalidades mais baratas.

Elas tinham as mesmas despesas de aluguel e ainda tiveram que investir numa estrutura de EAD com um faturamento bem menor.
Lucca Ramos Almeida, assessor de renda variável da One Investimentos

Com isso, por exemplo, a ação da Cogna caiu 82% entre o início da pandemia em 2020 e o final de 2022. A Yduqs, 81% no mesmo intervalo.

A divida das empresas cresceu demais. A dona da Kroton (Cogna), por exemplo, devia em setembro de 2022 R$ 8,2 bilhões. "Como estamos numa época de juros altos, isso afeta muito as finanças da empresa", diz Almeida.

A Cogna publica seus resultados do quarto trimestre de 2023 somente no dia 23 de março. Yduqs sai no dia 15. Ser Educacional (SEER3) publica no dia 24 e Ânima (ANIM3) no dia 27

Ações estão muito instáveis. Não é uma boa investir, diz o analista da One não recomenda as ações do setor. Elas podem cair e subir muito até que as novas diretrizes do governo para financiamento estudantil sejam realmente definidas.

A formação de um grupo de trabalho significa apenas o estudo sobre uma possível reformulação do programa, o que pode não se concretizar.
Luis Novaes, analista da Terra Investimentos

Para ele, seria preciso aguardar pelo detalhamento da proposta para saber se o setor vai realmente decolar. Há dúvidas se o governo terá espaço no orçamento para mudar significativamente o programa.

Novaes acredita que comprar ações pode ser uma boa. "Temos preferência por Yduqs principalmente pelo desconto excessivo nos últimos anos e melhor situação financeira ante seus pares, mas entendemos que o ambiente macroeconômico deve seguir pressionando o setor no curto prazo", afirma.

É o caso da investidora Karla Araújo. Depois de ver uma reportagem na TV sobre as maiores empresas de educação no País, a advogada de Brasília resolveu comprar ações da Cogna (COGN3).

"Foi só para experimentar", disse ela, que aproveitou o preço de R$ 1,95 em 3 de janeiro e comprou 500 ações (R$ 975). De lá para cá, as ações já subiram 16,41% e estavam custando R$ 2,27 até ontem, 7. Para Karla, o ganho até agora foi de R$ 160.

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