Bolsa brasileira está entre as que mais subiram no ano; veja ranking global
Bolsas em todo o mundo estão subindo este ano. A alta das ações de empresas de tecnologia, o fim da fase de alta dos juros em alguns países e a a retomada do consumo na China está incentivando investidores a apostar na valorização de algumas ações.
A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, não fica de fora desse movimento. Ela também está entre as Bolsas que estão se recuperando. O Ibovespa registrou alta de 9% no mês de junho, maior avanço mensal desde dezembro de 2020.
Saiba quais são as maiores altas globalmente, conforme um levantamento feito pela Quantum Finance. O ranking levou em conta os índices das Bolsas mais importantes do mundo.
- Nasdaq (EUA) 28,86%
- Nikkei 225 (Japão) 27,21%
- DAX (Alemanha) 14,55%
- S&P 500 (EUA) 14,00%
- CAC 40 (França) 12,55%
- Ibovespa (Brasil) 6,33%
- SSE Composite (China) 3,24%
- FTSE 100 (Reino Unido) 0,65%
Fonte: Quantum Finance/ Em moeda original de cada país, de 3 de janeiro a 28 de junho.
Recuperação a todo vapor
Ranking considera índices. O Ibovespa é o índice mais importante da Bolsa brasileira, e reúne as 86 ações mais negociadas da B3. Já os EUA têm duas Bolsas. A Nasdaq, com um índice de mesmo nome, e a NYSE. Além disso, o índice S&P 500, que reúne as 500 maiores empresas do país nas duas Bolsas, também é relevante.
Todos esses índices estavam no negativo no ano passado, considerando-se o mesmo período. O Ibovespa, por exemplo, acumulava perdas de 1,07%. O Standars & Poor's (S&P 500) caia 23,07% e a Nasdaq encolhia 31,95%. Mas esse ano os sinais se inverteram.
O que aconteceu no Brasil?
Cenário é favorável para a Bolsa. Cabraitz diz que a possível queda dos juros em agosto ou em setembro — mesmo que pequena —, a aprovação da nova regra fiscal e a dissipação do medo que o mercado tinha em relação ao novo governo ajudam os investidores a apostarem mais em ações.
Além disso, com a pausa na alta dos juros americanos, gestoras do mundo todo buscam países emergentes para aplicar o dinheiro de seus clientes. E o Brasil tem vantagens em relação a eles. "Na Turquia e na Argentina, a inflação está alta demais. A Rússia não é uma opção. O chile é muito concentrado em exportações de cobre para China. O México vai bem, mas é um mercado caro - ao contrario do Brasil, onde as ações estão muito baratas", explica Cabraitz.
Inteligência artificial impulsiona mercado nos EUA
A Nasdaq avançou por causa da inteligência artificial. As empresas de tecnologia são geralmente listadas na Nasdaq, e investidores estão apostando que elas irão desenvolver cada vez mais soluções de inteligência artificial, diz Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos. Tanto é que, se forem excluídas as empresas de IA do S&P 500 (índice que reúne as 500 maiores companhias listadas na NYSE e na Nasdaq), o índice fica quase no zero a zero, diz Costa.
A líder de altas na bolsa de tecnologia é a NVIDIA (NVDC34 NVDA). Ela fabrica componentes eletrônicos e subiu 15,8% no último mês, além de incríveis 199,85% no ano, segundo a Economatica (de 3 de janeiro a 20 de junho).
Mas não é só a IA que ajuda, existe uma recuperação de preços das ações também também. Com a alta de juros nos EUA, nos últimos meses, as ações dessas companhias despencaram. Em 2022, a Tesla (TSLA34 TSLA), por exemplo, caiu 65%. A Meta (M1TA34 META), controladora do Facebook, e a Nvidia também sofreram baixas consideráveis, com quedas de 64% e 50% em seus respectivos valores de mercado, segundo a Economatica.
Este ano, porém, o mercado voltou a apostar nesses nomes de tecnologia pois prevê que o ciclo de altas nos juros está no fim. Todas essas ações agora estão com altas acumuladas no ano: Meta subiu 136% e Tesla 122%, segundo a Economatica (de 3 de janeiro a 20 de junho).
Ainda é difícil saber se a IA pode ser uma bolha. "Pode ser que seja um movimento que se sustente, mas não temos elementos para afirmar isso", diz Rodrigo Cabraitz, gestor de portfólio de alocação de ativos da Principal Claritas.
Na Europa, mercado de luxo faz Bolsas subirem
Empresas como a gigante de cosméticos L'Oréal cresceram muito com a demanda por produtos vinda da China. A OREP teve alta de 34% no ano. "Para o futuro, entretanto, há receios de que os movimentos não serão duradouros, visto que os dados de atividade econômica do país asiático seguem abaixo do esperado", diz Costa.
Outra coisa que ajudou o mercado europeu foi a guerra. "O fato dela não ter piorado já foi um ganho", diz Cabraitz. Mas com a Alemanha em recessão e o ciclo de alta de juros ainda não completo no continente, essa alta das bolsas europeias pode ter vida curta, dizem os especialistas.
O que acontece no Japão?
No Japão, o índice é sustentado pela desvalorização do iene. Quando a moeda local perde valor, isso atrai capital estrangeiro para o mercado japonês - que vai em busca de ações mais baratas. "Também estão acontecendo reformas estruturais realizadas pela Bolsa da Valores de Tóquio na tentativa de aumentar a eficiência de alocação de capital e lucratividade", diz Gabriel Costa.
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