Qual título do Tesouro Direto compensa mais: Selic ou IPCA?
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O Tesouro Direto é o investimento ideal em renda fixa para quem está começando a construir sua carteira de ativos. Porém, a dúvida, principalmente dos investidores iniciantes, é saber que título de dívida pública escolher: ligado à inflação (IPCA) ou à taxa de juros (Selic)?
O que escolher
A escolha pode se dar a partir de quando o investidor imagina que fará o resgate. Para iniciantes ou investidores que querem a liberdade de resgatar o valor investido a qualquer momento, o Tesouro Selic pode ser o melhor título para se adquirir, aponta Tiago Feitosa, analista e especialista em mercado financeiro da T2 Educação.
Contudo, é importante saber que a rentabilidade não será a mesma caso o investidor espere o fim do prazo. "O Tesouro Selic é mais confiável porque, independentemente de quando é feito o resgate, a rentabilidade é maior", afirma Feitosa.
O Tesouro Selic tem rendimento diário, contando com o dia de resgate e, por estar vinculado à taxa básica de juros, tende a ter um retorno maior. A liquidez diária dos contratos permite que o resgate possa ser feito de forma imediata, sendo recomendado para uma reserva de emergência. "O valor resgatado vai ser necessariamente o colocado no título mais a rentabilidade até o dia do resgate", pontua o especialista.
A melhor opção para quem não pretende sacar o dinheiro a qualquer momento. Já a outra opção de títulos do Tesouro é a vinculada ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial da inflação brasileira, e possui uma parte prefixada, sendo um título híbrido. Os contratos do Tesouro IPCA+ são recomendados para investidores pacientes: a opção de vencimento vai de 2029 a 2065.
Cuidados importantes com o título atrelado à inflação. Fernando Felipe, analista da Veedha, ressalta que a parte prefixada do Tesouro IPCA é proporcionalmente inversa ao preço do papel. Então, quanto maior a taxa, menor a lucratividade. "Entre o dia em que é feita a aplicação até o vencimento do título IPCA, pode haver grandes oscilações, causadas pelas condições do mercado. O investidor só tem a garantia de rendimento na taxa contratada no vencimento", afirma.
Por ser também indexado ao IPCA, o papel está protegido contra a variação da inflação. Nos títulos indexados, o retorno respeita as taxas e as condições contratadas no momento da aquisição. Feitosa pontua que papéis ligados à inflação tendem, no médio prazo, a ser mais lucrativos.
Quem pensa mais a longo prazo, como para aposentadoria, por exemplo, deve optar pelo Tesouro IPCA. Mas é preciso um exercício de paciência, não querer resgatar antes, para não correr o risco de resgatar menos do que o outro.
Tiago Feitosa, analista e especialista em mercado da T2 Educação.
O cenário econômico pode mudar previsões de rendimento do Tesouro Selic ao investir nesse tipo de ativo. "Se a taxa de juros sobe, as taxas do Tesouro Direto também sobem. Em um cenário de Selic alta, ela tende a dar mais retorno do que o IPCA", afirma Felipe, da Veedha.
Outro ponto vantajoso do Tesouro Selic é que a taxa de custódia de 0,2% só é cobrada sobre o excedente de aportes superiores a R$ 10 mil. O valor é cobrado pela B3 pelo serviço de guarda dos títulos e informações sobre as movimentações que você realiza no Tesouro. Para os demais títulos, a taxa é cobrada proporcionalmente ao período da aplicação em caso de venda antecipada, vencimento da posição e no pagamento de juros.
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