Só para assinantesAssine UOL

Como construir uma carteira de investimentos diversificada?

Equilibrar os riscos dos ativos com o apetite para aumentar o patrimônio é um dos segredos para ter uma estratégia saudável de investimentos a longo prazo. Mas como construir uma carteira considerando opções tanto da renda fixa como da variável? Veja as principais dicas abaixo.

Diversificação não inclui apenas classe de ativos

Portfólio deve ser alocado em diferentes fontes. Para o sócio-fundador da Garoa Wealth Management, Carlos Müller, é necessário pulverizar os investimentos entre diferentes emissores para minimizar os riscos. "Termos todos os recursos alocados em um CDB de um único banco, por exemplo, pode ser uma estratégia arriscada, ainda que o CDB usualmente seja um ativo de renda fixa de baixo risco", afirma ele.

Estratégia bem estruturada pode evitar necessidade de mudança em momento de aumento dos juros. Um portfólio de longo prazo planejado deve se comportar bem, independente do movimento da Selic, ressalta Müller. Mas ele lembra que o rebalanceamento dos investimentos pode ser feito a cada seis ou 12 meses.

Carteira equilibrada tem um pouco de cada investimento. O analista da Ouro Preto Investimentos, Sidney Lima, diz que enquanto a renda fixa oferece maior previsibilidade e proteção em cenários de alta de juros, a renda variável pode ajudar na busca de retornos mais expressivos no longo prazo. O segredo é ter um pouco de cada para aproveitar a possibilidade de ganhos em diferentes períodos.

Como montar a carteira, na prática?

Investidor conservador tende a concentrar ativos na renda fixa. São exemplos investimentos em títulos do Tesouro Direto ou CDBs (Certificado de Depósito Bancário) de alta liquidez (quando o dinheiro está disponível para resgate imediato) e baixo risco, diz Lima, da Ouro Preto.

Perfil moderado pode acrescentar uma parcela da renda variável. Ainda que não ultrapasse um patamar de 30% para ativos da renda variável, esses percentuais podem gerar ganhos maiores sem elevar o risco de forma considerável. A indicação para a parte da renda variável é fazer aportes em ETFs atrelados ao Ibovespa e ao S&P 500 (para ter exposição ao exterior), ações, fundos de ações e fundos imobiliários, afirmaMüller.

Investidores arrojados podem ter ainda maior exposição a renda variável. Esse perfil pode concentrar entre 20% a 40% do patrimônio em ativos de risco, ressalta o sócio-fundador da Garoa Wealth Management.

A parcela de renda variável da carteira precisa levar em conta a experiência do investidor com esse tipo de produto e o prazo de investimento. Se o prazo para uma eventual utilização dos recursos for curto, ativos de renda variável não devem fazer parte do portfólio, mesmo que a corretora ou banco esteja dizendo 'que é hora de investir em ações'.
Carlos Müller, sócio-fundador da Garoa Wealth Management

Continua após a publicidade

Como mudar o portfólio? Quais os riscos?

Principal risco de carteira diversificada é desproporção entre classe de ativos. O analista da Ouro Preto Investimento diz que isso pode aumentar a volatilidade ou deixar o investidor excessivamente exposto a determinada condições de mercado. São exemplos a marcação a mercado, na renda fixa, e momentos de queda acentuada nas bolsas, na renda variável.

Também vale pesquisar quem são os emissores dos investimentos e qual o risco de liquidez. Fazer aporte em instituições financeiras que tenham experiência e uma saúde financeira saudável é importante para evitar problemas como a falta de pagamento. Além disso, investimentos de alta liquidez formam um componente importante da carteira, caso a pessoa precise daquele dinheiro em um momento desfavorável

Períodos de aumento de juros podem direcionar investimento para a renda fixa. Isso porque esses títulos tendem a elevar os prêmios pagos aos investidores. Tesouro Selic, CDBs e fundos indexados ao CDI podem contribuir para capturar essa rentabilidade.

Por outro lado, é necessário ser ainda mais seletivo na escolha de fundos e ações. "O reequilíbrio consiste em vender parte dos ativos que se valorizaram ou perderam atratividade e redirecionar esses recursos para oportunidades que fazem mais sentido no novo cenário de juros", explica Lima.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.