Ambev fecha fábrica na Venezuela, mas ainda venderá produtos em parceria
A Ambev fechou sua fábrica de cervejas na Venezuela depois de sete anos de prejuízos, que deixaram a empresa diante de uma situação "inviável" para manter suas atividades no país, iniciadas em 1994, anunciou a cervejaria brasileira nesta quarta-feira em um comunicado. Os produtos continuarão sendo vendidos no país por meio de parceria.
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"A Brahma Venezuela (filial da Ambev no país) informa que no dia 18 de março de 2013 deu início ao processo para o encerramento de suas operações na Venezuela, dado que a empresa se encontra em uma situação que a torna definitivamente inviável e não tem outra alternativa", destaca a empresa em uma nota, acrescentando que sua participação caiu "de 9% para 0,9% no mercado de cerveja (local) nos últimos sete anos".
"Chegamos até este ponto após uma longa e permanente queda da venda de nossos produtos, o que nos impediu, nos últimos anos, de realizar os investimentos necessários em nossa unidade de Barquisimeto", no Estado de Lara.
No Brasil, a Ambev distribuiu nota à imprensa no fim da tarde, esclarecendo que, apesar do fechamento da fábrica, os produtos continuaram sendo vendidos por meio de parceira com a Cervercería Regional.
"A Ambev esclarece que não deixou de atuar na Venezuela. A Ambev continua presente na Venezuela por meio da comercialização dos seus produtos feita pela Cervercería Regional. Em 2010, a Ambev firmou uma aliança estratégica com a Cervercería Regional e, como resultado, detém uma participação minoritária da Cervecería Regional. O anúncio de ontem (quarta-feira) está relacionado apenas com a decisão pontual de encerrar as atividades da unidade na cidade de Barquesimeto, que anteriormente pertencia à Ambev", diz a nota.
Operações na Venezuela começaram em 1994
A Ambev, uma das maiores empresas da região, iniciou suas operações na Venezuela em 1994, com a aquisição da Cervejaria Nacional.
Segundo o comunicado, os prejuízos da empresa "se somaram ao persistente crescimento dos custos operacionais e a um ambiente para a indústria cervejeira muito complexo".
A companhia destacou que "cumprirá com todas as exigências das leis venezuelanas" para garantir os direitos de seus 364 trabalhadores, que foram comunicados da decisão na segunda-feira.
Segundo o economista Jesús Casique, as empresas estrangeiras na Venezuela têm sido afetadas pela desvalorização de quase 32% no bolívar adotada em fevereiro passado, e pelo severo controle cambial vigente no país desde 2003, "o que dificulta a obtenção de divisas para importar matéria-prima".
A estas dificuldades se somam o controle dos preços por parte do governo, principalmente sobre os produtos básicos, impedindo "que as empresas reajustem seus preços", apesar da desvalorização da moeda.
"A Brahma vinha atravessando problemas com seus produtos devido à política econômica do governo. Se não é possível ajustar os preços, obviamente as empresas vão ter sérios problemas", expressou Casique.
A Ambev vendia na Venezuela as marcas Brahma, Brahma Light e Brahma Malta.
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