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Amazon acusa Trump de pressionar para descartá-la de contrato com Pentágono

09/12/2019 20h03

Nova York, 9 dez 2019 (AFP) - A gigante americana do comércio eletrônico Amazon acusou o presidente americano, Donald Trump, de ter pressionado para que o Pentágono fechasse em outubro um contrato de armazenamento de dados on-line de 10 bilhões de dólares com a concorrente Microsoft, segundo documento judicial publicado nesta segunda-feira (9).

Segundo a companhia, o presidente "realizou de forma reiterada ataques públicos e nos bastidores" para que a Amazon não obtivesse o contrato de dez anos, destinado a modernizar os sistemas informáticos das forças armadas americanas com o uso de inteligência artificial.

A divisão Amazon Web Services (AWS), que domina o setor de armazenamento de dados na nuvem e fornece servidores seguros a outros organismos governamentais americanos, incluindo a CIA, se considerava a favorita para obter o contrato.

Em um documento de uma centena de páginas, a companhia de Seattle (noroeste) considera que a hostilidade de Trump com o diretor executivo da Amazon, Jeff Bezos, a quem considera "um inimigo político", teve muito a ver com a decisão do Pentágono.

"O Presidente dos Estados Unidos e o Comandante-em-chefe do nosso Exército usaram seu poder para" liberar a Amazon "do contrato JEDI [acrônimo de Joint Enterprise Defense Infraestructure ou Empreendimento Conjunto de Infraestrutura de Defesa, em tradução livre] como parte de uma disputa pessoal de alto perfil contra o senhor Bezos, a Amazon e o [jornal] The Washington Post", diz o documento.

Bezos é alvo frequente de ataques virulentos do presidente, especialmente por seu investimento no jornal The Washington Post.

Em sua queixa ante a justiça, a Amazon pede ao Pentágono que "reavalie de forma justa e sem influências inapropriadas, diretas ou indiretas".

"A pergunta é 'se deveria permitir ao presidente dos Estados Unidos usar o orçamento do Departamento de Defesa para fins pessoais ou políticos?'", perguntou-se o grupo.

Uma porta-voz do Pentágono disse que a decisão sobre o contrato foi tomada "por uma equipe de especialistas que fizeram carreira no serviço público e por oficiais militares do conjunto do Ministério da Defesa, em conformidade com o processo normal de seleção das fontes".

O ministério "confia em sua escolha de atribuição do contrato JEDI", acrescentou.

Esta queixa da Amazon "fará barulho e causará atrasos no início do contrato", avaliou Daniel Ives, da empresa de analistas Wedbush Securities, embora tenha destacado que em sua empresa "não acreditam" que mudem o resultado.

Este contrato poderia ter um profundo impacto no mercado em ascensão de serviços de computação remota.

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