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Bitcoin continua afundando após aviso emitido na China

China avaliou que criptomoedas "não são moedas verdadeiras", alertando para o perigo da "especulação" - Getty Images/nicescene
China avaliou que criptomoedas "não são moedas verdadeiras", alertando para o perigo da "especulação" Imagem: Getty Images/nicescene

19/05/2021 09h30

O Bitcoin caiu hoje abaixo da marca simbólica de 40 mil dólares, pela primeira vez em mais de três meses, após um alerta de várias federações bancárias chinesas sobre as criptomoedas, que elas não consideram "moedas verdadeiras".

No início da tarde em Pequim (por volta das 03h30 de Brasília), a principal criptomoeda estava sendo negociada a 39,6 mil dólares, uma queda de mais de 8%, enquanto pela manhã ainda valia 43,6 mil dólares.

As criptomoedas "não são moedas verdadeiras", consideraram nesta quarta-feira várias federações bancárias chinesas de referência, alertando para o perigo da "especulação", em um país que prepara a sua própria moeda digital.

A China foi durante algum tempo um dos baluartes do boticoin, a moeda virtual mais difundida.

No entanto, em 2019, Pequim deu uma guinada radical e declarou os pagamentos com criptomoedas ilegais no país, acusando-as de servir a "atividades criminosas".

O país temia o risco especulativo que as criptomoedas poderiam representar para seu sistema financeiro e estabilidade social.

E enquanto o interesse por moedas virtuais cresce no exterior, três federações bancárias pediram na terça-feira aos estabelecimentos financeiros que "não aceitem ou usem [...] criptomoedas" como meio de pagamento.

"Recentemente, os preços das moedas virtuais dispararam e depois despencaram" no exterior, e as atividades especulativas "deram um salto", disseram eles em um comunicado conjunto.

Isso "mina seriamente a segurança dos bens das pessoas e perturba a ordem econômica mundial", criticou a Federação Nacional de Financiamento na Internet, a Federação Bancária da China e a Federação de Pagamento e Compensação.

Impulsionado pelo interesse de investidores cada vez mais sérios - de bancos institucionais de Wall Street a gigantes do Vale do Silício - o mercado de criptomoedas cresceu para mais de 2,5 trilhões de dólares em meados de maio de 2020, de acordo com o site Coinmarketcap, que coleta informações sobre cerca de 10.000 criptomoedas.

Mas, desde então, o mercado perdeu quase 700 mil dólares, principalmente após a mudança de opinião de Elon Musk, CEO da fabricante de veículos elétricos Tesla e fundador do Paypal.

Depois de anunciar no início do ano que havia investido parte da receita da Tesla em bitcoins, o bilionário decidiu proibir, em meados de maio, o pagamento de seus veículos com bitcoins, citando os impactos no meio ambiente da mineração dessa moeda virtual.