Shell quer transferir sua sede fiscal para Reino Unido e irrita Holanda
Londres, 15 Nov 2021 (AFP) - A companhia petroleira anglo-holandesa Royal Dutch Shell anunciou, nesta segunda-feira (15), que quer transferir sua sede e seu endereço fiscal para o Reino Unido, uma decisão criticada pelo governo holandês.
O grupo quer "alinhar sua residência fiscal com o país onde está registrado, o Reino Unido", para onde também pensar em mudar os escritórios de seu presidente-executivo e do diretor financeiro. Os acionistas devem se pronunciar sobre estas modificações em 10 de dezembro.
"Uma surpresa desagradável" para o governo holandês, que "lamenta profundamente" a decisão, tuitou o ministro de Assuntos Econômicos, Stef Blok.
Pela primeira vez em 130 anos, "Royal Dutch" não fará mais parte do nome da empresa.
"Estamos em negociações com a Shell sobre as implicações desta decisão para postos de trabalho, investimentos-chave e sustentabilidade", acrescentou Blok.
Em nota, a Shell ressaltou que "tem orgulho de sua herança anglo-holandesa", garantindo que "continuará sendo um importante empregador e manterá uma presença significativa na Holanda".
As modificações também incluem a criação de uma série única de ações. Até agora, o grupo era cotado em ações classe A e classe B.
O anúncio chegou às manchetes dos jornais holandeses nesta segunda-feira, lamentando a perda de outra grande empresa, depois da Unilever. No final de 2020, os acionistas na Holanda deste grupo também anglo-holandês votaram a favor de uma única empresa-mãe com base em Londres, em um contexto político pós-Brexit.
Do britânico, o ministro de Empresas e Energia, Kwasi Kwarteng, celebrou este "claro voto de confiança na economia" do Reino Unido.
Como justificativa para esta decisão, a empresa disse que se trata de "simplificar a estrutura acionária" e "reforçar a competitividade da Shell", em benefício tanto de seus acionistas quanto dos objetivos ambientais do grupo. Suas ações continuarão a ser negociadas em Amsterdã, Londres e Nova York.
No final de outubro, uma empresa de investimentos "ativista", a Third Point, pediu o desmantelamento da Shell, denunciando uma estratégia contraditória entre hidrocarbonetos e transição energética.
"Parece improvável, porém, que os anúncios da Shell respondam aos apelos da Third Point", afirma o analista Richard Hunter, da Interactive Investor.
A multinacional estabeleceu como meta reduzir suas emissões de gases de efeito estufa pela metade até 2030, em comparação com os níveis de 2016, em suas instalações e para a energia que compra em outros lugares.
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