França convoca EUA a se unirem a europeus em eventual embargo a gás russo
A França convocou os Estados Unidos, hoje, a se coordenem com a UE (União Europeia) antes de adotarem um possível embargo sobre o gás e o petróleo russos, em resposta à invasão da Ucrânia.
"Pedimos um pouco de coordenação", disse à AFP a ministra francesa da Transição Ecológica, Barbara Pompili, dois dias antes de se reunir com seu homólogo americano de Energia.
Os Estados Unidos invocaram este possível embargo para privar Moscou da lucrativa receita obtida com a venda desses hidrocarbonetos. Nenhuma decisão foi anunciada até o momento.
Segundo a França, que detém a presidência rotativa do Conselho da UE, a Europa importa 40% de seu gás da Rússia, uma situação bem diferente da dos Estados Unidos.
"Entendemos a posição americana", mas "eles não têm a mesma situação energética que nós", diz uma fonte da equipe de Pompili.
Ontem, o chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou que as importações de energia fóssil da Rússia são "essenciais" para garantir o abastecimento do continente europeu.
"Quando chegar a hora, decidiremos se vamos seguir os Estados Unidos, mas, de qualquer maneira, será uma resposta unitária" em nível europeu, reforçou a fonte da equipe da ministra francesa.
Washington e seus aliados ocidentais não conseguem chegar a um acordo sobre se devem incluir o estratégico setor dos hidrocarbonetos russos em seu pacote de sanções a Moscou.
Os Estados Unidos vão tentar reduzir suas importações de petróleo da Rússia e, nesse sentido, manteve conversas com a Venezuela no fim de semana. Caracas tem Moscou como um aliado-chave.
Na segunda-feira (7), os governos de ambos os países confirmaram estas conversas, que incluíram a questão energética, entre outras.
Ambos os países não têm relações diplomáticas desde 2019 e, em resposta à "repressão da oposição" na Venezuela, Washington impôs um embargo que impede o país sul-americano de comercializar seu petróleo bruto no mercado americano.
Shell anuncia retirada do petróleo e gás russos
Também nesta terça, a gigante britânica do petróleo Shell anunciou que planeja se retirar do petróleo e do gás russos "gradualmente, em conformidade com as novas diretrizes do governo", como resposta à invasão russa da Ucrânia.
Em um comunicado, a Shell especificou que, "como primeiro passo imediato, o grupo interromperá todas as compras à vista no mercado de petróleo russo", além de "fechar seus postos de gasolina e suas atividades de combustível para aviação e de lubrificantes na Rússia".
"Nossas ações até o momento foram guiadas por discussões em curso com governos sobre a necessidade de dissociar a empresa dos fluxos de energia russos, mantendo, ao mesmo tempo, o fornecimento de energia", afirmou o CEO da Shell, Ben van Beurden.
Ele alertou, porém, que, dada "a localização física e a disponibilidade de alternativas", este esforço "pode levar semanas".
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