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Copom mantém taxa Selic em 13,75%

07/12/2022 18h40

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BSB) decidiu, nesta quarta-feira (7), manter a taxa básica de juros em 13,75%, em linha com as previsões do mercado.

A autoridade monetária destacou que ainda existe risco de inflação, por isso decidiu manter a taxa Selic sem mudanças na última reunião do ano, celebrada antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente em 1° de janeiro.

O BCB ressaltou como principais "riscos" à "persistência de pressões inflacionárias" no cenário internacional e à "incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais adicionais" a partir do novo governo.

A autoridade monetária confirmou, pela terceira vez consecutiva, a taxa Selic em 13,75%, o nível mais alto desde janeiro de 2017.

"A conjuntura, particularmente incerta no âmbito fiscal, requer serenidade na avaliação dos riscos. O Comitê acompanhará com especial atenção os desenvolvimentos futuros da política fiscal", destacou o BSB em uma nota.

Aliados de Lula negociam com o Congresso a aprovação de uma PEC para ampliar gastos fora do teto orçamentário a partir de 2023, que permita financiar os programas sociais prometidos durante a campanha.

A iniciativa provocou nervosismo no mercado, que busca sinais de compromisso com o controle das contas públicas por parte da nova administração.

O último incremento na Selic foi em agosto, fechando o ciclo de aumentos que começou a partir de um piso histórico da taxa, de 2% durante a pandemia, e se estendeu mais do que o previsto pelo aumento dos preços dos alimentos e do petróleo empurrados pela guerra entre a Rússia e Ucrânia.

A economia brasileira sofreu com um longo período de inflação alta, acumulando até 12,13% em 12 meses em abril.

Depois, graças aos cortes de impostos sobre energia e combustíveis adotados pelo governo Jair Bolsonaro antes das eleições presidenciais de outubro, a inflação se moderou. Em outubro, o aumento dos preços em base anualizada ficou em 6,47%.

O mercado espera que a inflação no Brasil continue sob controle e termine o ano em 5,9%, segundo o boletim Focus do BCB publicado na última sexta-feira.

O Copom garantiu que "os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado".

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© Agence France-Presse