Elon Musk perde posto de mais rico do mundo ante queda da Tesla e compra de Bitcoin
O executivo-chefe da Tesla, Elon Musk, perdeu o posto de homem mais rico do mundo após as ações de sua empresa Tesla, fabricante de carros elétricos, desabarem mais de 20%, em meio aos desdobramentos de um investimento de US$ 1,5 bilhão na criptomoeda Bitcoin.
O investimento, no início de fevereiro, fez o valor da Bitcoin bater recordes, o que gerou duas críticas a Musk, uma vez que a geração da criptomoeda utiliza uma enorme quantidade de energia.
No entanto, depois de alcançar o valor de US$ 57 mil no domingo (21/2), a Bitcoin caiu 20% e estava sendo negociada a menos de US$ 48 mil nesta terça (23/2).
Embora o valor ainda esteja alto, o risco associado com a volatilidade da criptomoeda pode ter feito investidores decidirem vender suas ações da Tesla, aponta o analista Dan Ives, da consultoria Wedbush Securities.
"O fato de Musk e Tesla abraçarem agressivamente a Bitcoin (...) pode ter feito os investidores verem a Tesla e a Bitcoin como conectadas entre si", avalia.
Curiosamente, assim como a alta de preços da Bitcoin foi influenciada por Musk, a venda, também.
Em uma troca de mensagens via Twitter no fim de semana, Musk escreveu que o preço da criptomoeda "de fato parece alto, risos".
Além disso, a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, afirmou na segunda-feira (22/2) que a Bitcoin é "um jeito muito ineficiente de conduzir transações".
Com a queda de ações da Tesla no meio desse imbróglio, o valor estimado da fortuna de Musk caiu US$ 15,2 bilhões, fazendo com que ele descesse um posto na lista de bilionários (agora atrás de Jeff Bezos, com quem Musk alternava na "liderança" em janeiro).
Além dos questionamentos à Bitcoin, a Tesla enfrenta outros desafios que impactam em seu valor de mercado.
A empresa recentemente suspendeu a maior parte das vendas de seu modelo econômico Y SUV, diante do desejo de Musk de melhorar o alcance do carro.
No início do mês, reguladores chineses questionaram a Tesla quanto a questões de segurança e qualidade do modelo, a partir de relatos de incêndios em baterias e uma aceleração anormal.
A popularização das moedas digitais
Além da Tesla, a alta da Bitcoin vinha sendo amplamente estimulada por empresas conhecidas que começaram a adotá-la como método de pagamento.
A operadora de cartões de crédito Mastercard havia anunciado que planeja aceitar algumas criptomoedas, enquanto a BlackRock, a maior administradora de ativos do mundo, disse estar explorando maneiras de usar a moeda digital.
"Qual será o próximo fator que levará a Bitcoin além do limite e desencadeará uma próxima onda?" questiona Craig Erlam, analista da Oanda, empresa de câmbio de Nova York, nos Estados Unidos.
Ação do vírus
A pandemia covid-19 também vinha desempenhando seu papel no aumento do preço da Bitcoin, já que mais pessoas precisam fazer compras pela internet.
Com isso, a realidade das moedas e das notas físicas, de metal e papel, ficam mais longe do dia a dia das pessoas.
Muitos argumentam, no entanto, que o Bitcoin se configura menos como uma moeda e mais como uma ferramenta de negociação especulativa que está aberta à manipulação do mercado.
O economista Nouriel Roubini, crítico do Bitcoin, disse que a criptomoeda tem muito pouco uso prático e não fornece uma renda estável, nos moldes de um título ou uma ação.
"Elon Musk pode estar comprando Bitcoin, mas isso não significa que todo mundo deva seguir seu exemplo", tuitou recentemente.
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