PIS/Pasep: quem tem direito a sacar o abono salarial e qual é o calendário de pagamento?
Qual é o calendário de pagamento do abono salarial em 2022? Quem tem direito e qual é o valor desse benefício? Como sacar? E o que acontece se o trabalhador perder o prazo?
Com base em informações do governo federal, da Caixa e do Banco do Brasil, a BBC News Brasil traz as respostas para as principais perguntas sobre o abono salarial do PIS/Pasep.
1. Quem tem direito ao abono salarial?
Para ter direito ao abono salarial, o trabalhador precisa atender às seguintes condições:
- Ter trabalhado durante pelo menos 30 dias, consecutivos ou não, e ter recebido um salário médio mensal de até 2 salários mínimos durante o ano-base;
- O empregador precisa ser contribuinte do PIS/Pasep e precisa informar corretamente os dados na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS);
- Estar cadastrado no PIS/PASEP há pelo menos 5 anos.
2. Qual é o calendário de pagamento do abono salarial?
Anualmente, o calendário é definido pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), que é o gestor do FAT, fundo que custeia o abono salarial e o seguro-desemprego.
Funcionários do setor privado inscritos no PIS receberão o abono salarial deste ano no período de 8 de fevereiro a 31 de março, pela Caixa, de acordo com o mês de nascimento.
Já os servidores públicos, militares e empregados de estatais inscritos no Pasep, podem sacar de 15 de fevereiro a 24 de março, pelo Banco do Brasil, conforme a tabela a seguir:
3. Qual é o valor do abono salarial?
O valor do abono salarial é proporcional ao tempo de serviço do trabalhador no ano-base. Quem trabalhou o ano inteiro recebe um salário mínimo (o valor considerado é o do salário mínimo vigente na data do pagamento).
Para quem trabalhou um período menor, o benefício também é inferior: o valor é o número de meses trabalhados multiplicado por 1/12 do valor do salário mínimo vigente na data do pagamento.
4. Como sacar o abono salarial?
O pagamento do abono salarial referente ao PIS (iniciativa privada) é feito pela Caixa Econômica Federal. Quem tem o Cartão Cidadão pode fazer o saque nos caixa eletrônicos do banco, Correspondentes Caixa Aqui e lotéricas.
Quem não tem o cartão deve procurar uma agência da Caixa e apresentar um documento oficial e original de identificação. Se o trabalhador tiver conta na Caixa, pode ter o benefício depositado.
O abono referente ao Pasep (servidores públicos) é pago nas agências do Banco do Brasil. Os correntistas e poupadores do banco podem receber por meio de crédito em conta e os demais podem realizar transferência para conta de mesma titularidade em outro banco ou fazer o saque na agência do BB, mediante a apresentação de um documento de identificação.
No caso de falecimento do titular beneficiário do abono salarial, o pagamento ocorre por meio de alvará judicial, que deve conter a identificação completa do representante legal e o ano-base do abono salarial.
5. Para onde vai o dinheiro se o trabalhador não sacar?
Tanto para o PIS quanto para o Pasep, os pagamentos do abono salarial referentes ao ano-base 2018 podem ser feitos até 30 de junho de 2020. Se o trabalhador não fizer o saque dentro do calendário, o valor é devolvido ao Fundo de Amparo ao Trabalhador.
6. A reforma da Previdência mudou o abono salarial do PIS/Pasep?
A reforma que o governo Jair Bolsonaro (PL) enviou ao Congresso Nacional em 2019 previa restringir o pagamento do abono salarial aos trabalhadores que recebem até um salário mínimo mensal (em vez de dois). Os parlamentares, no entanto, rejeitaram essa mudança — o que significa que o benefício segue valendo para os trabalhadores que recebem até dois salários mínimos por mês.
7. O que é PIS/Pasep e de onde vem esse dinheiro?
Entre os tributos que devem ser pagos todos os meses pelas empresas, estão as contribuições para o fundo PIS-Pasep. Esses recursos hoje vão para o FAT, que é o fundo administrado por um conselho com representantes dos trabalhadores, dos empregadores e do governo.
O FAT custeia o seguro-desemprego e o abono salarial. Além disso, uma parte dos recursos é destinada ao financiamento de programas de desenvolvimento econômico pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
No passado, os trabalhadores tinham contas individuais no fundo PIS-Pasep, mas isso mudou com a Constituição de 1988, que alterou a destinação dos recursos provenientes das contribuições, que passaram a ser alocados no FAT.
Os trabalhadores que já tinham essas contas, no entanto, não as perderam. Durante o governo do ex-presidente Michel Temer, houve a liberação de saque dessas contas por um período determinado, em um movimento para tentar estimular a economia. Em 2019, o governo Jair Bolsonaro anunciou a liberação de saques por tempo indeterminado para quem ainda não havia feito o saque.
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