Hypermarcas elevará preços acima do antecipado com real fraco
(Bloomberg) -- Hypermarcas SA vai subir os preços no próximo mês em patamar maior do que o anunciado antes por causa da depreciação maior do real.
"O dólar mais forte impacta diretamente os preços dos nossos insumos", disse o presidente da Hypermarcas, Claudio Bergamo dos Santos, em entrevista no escritório da Bloomberg em São Paulo. "Mesmo que o insumo seja nacional, a referência de preço é o commodity internacional".
Hypermarcas vai subir os preços de produtos de consumo entre 8 por cento e 10 por cento, disse Bergamo. Isso é mais do que a meta anterior de reajuste de até 8 por cento anunciada em 9 de fevereiro. Os produtos farmacêuticos terão um aumento entre 6 por cento e 8 por cento, comparado a um plano anterior de 5 por cento a 7 por cento.
A queda do real no mês passado fez da moeda a de pior desempenho neste ano, aumentando o custo das importações e fazendo pressão sobre a inflação, atualmente mais de 1 ponto percentual acima do teto da meta do Banco Central.
O real mais fraco não está elevando os custos do serviço de dívida da Hypermarcas. De acordo com Bergamo, a única dívida em dólar da Hypermarcas, seu bônus externo de US$ 320 milhões que tem uma opção de resgate antecipado em abril de 2016, está completamente protegido contra a oscilação no câmbio por meio de operações de derivativos no mercado futuro.
Hypermarcas pagou R$ 417 milhões de juros no ano passado e o maior impacto veio do hedge da dívida em dólar, com um custo de 18 por cento ao ano, disse Bergamo.
Outro aumento de preços de produtos de consumo da Hypermarcas é esperado para outubro.
"O melhor retorno para o acionista hoje em dia é reduzir nossa dívida", disse ele. "É tão alto o custo da dívida que ele come grande parte do lucro".
Para contatar os repórteres da matéria original:
Cristiane Lucchesi em São Paulo, clucchesi5@bloomberg.net;
Helder Marinho em São Paulo, hmarinho@bloomberg.net
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