Rali de minério de ferro é ameaçado por oferta maior, diz UBS
(Bloomberg) -- A recuperação do minério de ferro em 2016 gerou retomadas de minas no Brasil, na África Ocidental, na Austrália e na China, ampliando a oferta global e potencialmente contribuindo para o enfraquecimento dos preços até o ano que vem, segundo o UBS Group.
"A oferta que havia deixado o mercado está voltando", disseram analistas, incluindo Daniel Morgan, em relatório de 25 de julho que também sinalizou o aumento da produção da Roy Hill, nova mina da bilionária australiana Gina Rinehart em Pilbara. "O crescimento da oferta em curso e a queda da demanda deverão pesar ainda mais sobre o mercado em 2017 em um momento de custos crescentes com energia e redução das margens".
O minério de ferro subiu cerca de 30% em 2016 porque a demanda e a produção de aço da China se mostraram mais resilientes do que o esperado. A recuperação após três anos de queda dos preços ressuscitou os lucros das maiores fornecedoras do mundo, incluindo Rio Tinto Group, BHP Billiton e Vale, e permitiu que as produtoras de custo mais elevado retomassem algumas operações.
"Estimamos que os preços diminuirão ao longo do segundo semestre de 2016 à medida que a fragilidade sazonal normal pesar sobre o mercado, mesmo que a demanda subjacente seja melhor", escreveram os analistas.
No ano que vem, o preço projetado de US$ 47 a tonelada "ampliará os prejuízos do setor e oferecerá o sinal necessário para que a oferta deixe o mercado e se reequilibre em relação à demanda mais fraca".
O minério com 62% de conteúdo entregue em Qingdao subiu 2,1% na segunda-feira, para US$ 58,08 a tonelada, segundo a Metal Bulletin. Os preços tiveram um rali de 23% nos três primeiros meses do ano e subiram mais 3,6% até junho, fechando a primeira alta em dois trimestres seguidos desde 2013.
A ascensão do minério de ferro levou diversos bancos a projetarem um recuo até o fim do ano. A Macquarie Group alertou neste mês que os avanços recentes podem muito bem estar além dos fundamentos, dizendo que havia uma oferta abundante, ampliando os estoques nos portos da China e as perspectivas de uma produção de aço mais fraca.
A aceleração na Roy Hill parece estar ganhando força, com as taxas de exportação a um total anualizado de 24 milhões de toneladas por ano em maio e junho, segundo relatório do UBS, que descreveu o avanço como um "risco pessimista". A mina mira taxa de produção anual de 55 milhões de toneladas.
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